Após sete meses de pausa das minhas publicações por aqui imersa no universo da maternidade, venho retomando aos poucos minha carreira profissional.
Quem é mãe sabe quão desafiador é se dividir entre todas as tarefas e funções de acompanhar o desenvolvimento do seu bebê e retomar a vida profissional, principalmente se você trabalha fora de casa.
As mulheres nessa fase do puerpério sofrem muitas transformações. São mudanças fisiológicas, metabólicas, hormonais, comportamentais, emocionais, e claro, corporais que inclusive afeta muito a autoestima dessa mãe.
A questão estética é um capítulo à parte, que a meu ver, não cabe se preocupar nessa fase inicial do pós-parto. O corpo vai voltando aos poucos enquanto a rotina com a criança vai se estabelecendo. Fato é que se você estava bem fisicamente antes de engravidar, seu peso e sua composição corporal tendem a retornar. O exercício físico auxilia muito em todos os aspectos, e geralmente é liberado pelo médico após 40 dias do nascimento da criança.
Se antes do bebê nascer essa gestante vinha cuidando da sua alimentação e buscando um estilo de vida mais saudável, quando seu bebezinho nasce, sua rotina alimentar fica toda bagunçada. Seu sono que já não estava muito bom no final da gestação, fica ainda pior.
A privação de sono por si só é um gatilho estressor para o organismo. Além disso, existe o estresse emocional de lidar com algo novo em sua vida e aprender a cuidar de um serzinho que depende exclusivamente e constantemente de você.
Os hormônios produzidos para a lactação fazem com que a mãe altere o seu padrão alimentar, o apetite aumenta consideravelmente no puerpério. Associado a isso, a falta de descanso provoca um desejo maior por doces e carboidratos. O corpo está pedindo por energia rápida!
Ao mesmo tempo em que sua rotina está caótica, esse é o momento em que seu corpo está com uma demanda gigante por nutrientes, seja para suprir as necessidades energéticas dessa mãe, e mais importante do que isso, garantir a produção de leite que irá nutrir esse bebê.
Portanto, trago como tema desse artigo maneiras de minimizar os impactos negativos de todas essas mudanças através de estratégias alimentares para ajudar mães e lactantes no puerpério.
A primeira grande lição é que as mães não conseguem dar conta de tudo, sendo assim, é fundamental ter uma rede de apoio. Pai, avós, irmãos, tios, babá, uma funcionária da casa que ajude a mulher nas tarefas domésticas e nas funções com o bebê que não dependem da mãe.
Planejar um cardápio com as refeições da semana e garantir uma oferta abundante de frutas, verduras e legumes que são aporte de vitaminas, minerais e antioxidantes que a mamãe tanto precisa nessa fase. Organização é a palavra da vez para que minimamente essa mãe consiga se alimentar de forma mais saudável. E nem sempre será possível, mesmo com tudo à mão!
Espalhe garrafas de água em todos os cômodos da casa. A mulher que está amamentando precisa de muita hidratação. A ingestão de água e outros líquidos como água de coco, sucos de fruta natural e alguns chás são essenciais para uma boa produção de leite materno.
Aumente o consumo de carboidratos, principalmente os integrais, e evite o excesso de doces. A constipação intestinal é uma queixa comum do puerpério, portanto, quanto mais fibras e água na dieta e menos doces e carboidratos refinados, melhor será o funcionamento do intestino. Tâmara e outras frutas secas ajudam a suprir o desejo por doces e são bem-vindas nesse momento.
Não há comprovação científica de que alguns alimentos causem cólicas no bebê, mas vale sempre a auto-observação. Se comer algo que causou desconforto na criança, evite. Essa teoria também vale para a cafeína, evite café e outras bebidas cafeinadas como chá mate, chá preto, chá verde e refrigerante. No máximo, tome uma xícara de café por dia pela manhã para não agitar demais o bebê.
Evite ao máximo o consumo de produtos industrializados. Lembre-se, seu corpo está sob estresse e possivelmente inflamado diante da sobrecarga. Não queremos adicionar toxinas extras para atrapalhar ainda mais o metabolismo.
Quando nasce um bebê nasce uma nova vida, uma nova rotina, uma nova dinâmica alimentar daquela casa. E essas transformações precisam ser olhadas com a visão de quem precisa se adaptar fazendo o melhor que pode dentro das circunstâncias apresentadas. Perfeição nunca vai existir!
A alimentação e o novo estilo de vida ajustado ao bebê pode e deve ser saudável, até porque, o exemplo dos pais é tudo na vida de um filho. Ensinar uma criança sobre educação nutricional e ajudar com que ela tenha mais saúde é um dos maiores legados que podemos deixar para nossos filhos. Fazer com que eles entendam que comida saudável é gostosa e que ter bons hábitos alimentares é algo precioso.
Às mamães, eu desejo paciência, persistência e sabedoria para buscar a nova melhor versão de si mesma!