O Brasil teve 4 presidentes eleitos na Nova República, dois sofreram impeachment e um foi julgado e condenado a prisão por corrupção. O Rio de Janeiro teve 4 presidentes na ALERJ nos últimos 20 anos, 3 estão presos (Cabral, Picciani e Paulo Melo), o outro, o falecido José Nader, foi alvo de várias denúncias de corrupção. Nossos 3 últimos governadores, Cabral, Garotinho e Rosinha conseguiram a proeza de estarem presos ao mesmo tempo. Sem esquecer as denúncias contra o ex-governador Moreira Franco e as tantas contra o falecido Marcelo Allencar.
O único sinal claro que tiro de tudo isso é que a Nova República, a que nasceu após o fim dos governos militares, e da chamada Constituição Cidadã, a de 1988, falhou da forma mais completa possível. Não é natural, não é esperado, que esse tenha sido o resultado da luta pela restauração da democracia no Brasil. Não é natural, não é esperado, que devamos assistir a isso como se fosse mais um capítulo de um seriado da Netflix.
Uma nova eleição está próxima, e ainda assim na ALERJ, Picciani continua presidente, e os outros dois deputados presos, bem, continuam deputados. Não pense que na Câmara Federal é diferente, deputados que foram presos chegaram a bater cartão. É como ser preso por corrupção e por desvios, não fosse nada demais, não fosse motivo de cassação.
Enquanto isso, pessoas incapazes de saber o que é a Revolução Francesa discutem política como se fosse jogo de futebol. Chamam um de fascista, outro de comunista, como se a filosofia política e a história tivessem parado há quase cem anos. Outros defendem alguém julgado e condenado como se fosse um golpe da CIA, como se os EUA não tivessem coisas mais importantes que se preocupar, uma idiotice tão grande que merecia uma análise psiquiátrica.
Do outro lado uns clamam pela volta dos militares, como se a herança deles não tivesse sido uma hiperinflação e políticos do calibre de Sarney e Maluf.
Não resta dúvida, a República Nova não deu certo, a enorme Constituição de 88 é letra morte e inútil. A solução? Bem, alugar o Brasil me parece impossível. A outra seria aprendermos a votar, mas essa me parece ainda mais difícil.