A inteligência artificial (IA) vem transformando a maneira como governos ao redor do mundo operam, oferecendo mais eficiência, transparência e agilidade nos serviços públicos. Sua capacidade de processar grandes volumes de dados e automatizar tarefas complexas está ajudando a resolver desafios antigos, como burocracia excessiva e a necessidade de decisões rápidas e precisas. A seguir, veremos como a IA está sendo usada no setor público no Brasil e em outros países.
A IA está facilitando o acesso dos cidadãos a informações e serviços públicos por meio de chatbots e assistentes virtuais. No Brasil, o Assistente Virtual do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é um exemplo de como a tecnologia está sendo usada para ajudar os cidadãos a obter respostas sobre benefícios previdenciários e realizar agendamentos. Esses sistemas permitem atendimento 24 horas por dia, aliviando a demanda por atendimento presencial e telefone.
Com grandes volumes de dados em setores como saúde, segurança e economia, a IA ajuda a identificar padrões e realizar previsões para melhorar a gestão pública. Durante a pandemia de COVID-19, sistemas de IA foram utilizados para prever o avanço da doença e orientar o direcionamento de recursos. Na segurança pública, algumas cidades brasileiras utilizam IA para prever ocorrências criminais, permitindo uma alocação mais eficiente de recursos.
A IA também está transformando os processos burocráticos. Ela pode automatizar a análise de documentos e a gestão de contratos, reduzindo o tempo gasto em tarefas administrativas. A digitalização de licitações, por exemplo, permite maior transparência e eficiência, ao mesmo tempo em que reduz a possibilidade de erros humanos. Isso já ocorre em alguns órgãos brasileiros, como no Tribunal de Contas da União (TCU), que usa IA para identificar fraudes e inconsistências nos contratos públicos.
A IA tem se mostrado eficaz no monitoramento e controle de gastos públicos, ajudando a detectar fraudes e irregularidades financeiras. No Brasil, o TCU aplica IA para analisar contratos e identificar desvios de recursos. Nos Estados Unidos, a ferramenta IBM Watson é usada para detectar fraudes em contratos governamentais, analisando grandes volumes de dados e identificando padrões suspeitos.
A IA também tem desempenhado um papel importante no gerenciamento do trânsito e do transporte público. Em São Paulo, semáforos inteligentes ajustam seu funcionamento com base no fluxo de veículos, ajudando a reduzir congestionamentos. Em outras cidades globais, como Londres e Nova Iorque, a IA é utilizada para melhorar a circulação de veículos e prever pontos críticos de congestionamento.
No setor de saúde, a IA está sendo utilizada para otimizar o diagnóstico e tratamento de pacientes. Hospitais públicos podem usar algoritmos de IA para analisar exames e identificar doenças com maior precisão, como no caso da análise de imagens médicas. Além disso, a IA pode ser usada para prever a demanda por serviços de saúde e melhorar o planejamento e alocação de recursos.
A IA pode contribuir significativamente para a personalização do ensino. Plataformas de ensino online já utilizam IA para adaptar o conteúdo de acordo com o progresso individual de cada aluno, garantindo um aprendizado mais eficiente. Além disso, professores podem usar dados gerados pela IA para identificar alunos que necessitam de maior apoio educacional, promovendo uma educação mais inclusiva.
O governo brasileiro tem feito progressos notáveis na adoção de IA. O Governo Federal, por meio de programas como o Governo Digital, vem usando a IA para digitalizar e melhorar o atendimento ao cidadão. A Prefeitura de São Paulo está utilizando IA para gerenciar a mobilidade urbana e o transporte público. Além disso, o TCU tem utilizado IA para monitorar gastos públicos e combater fraudes.
Nos EUA, a IA é amplamente utilizada por diversas agências governamentais. O Department of Veterans Affairs usa IA para oferecer diagnósticos personalizados aos veteranos, e o Department of Defense a aplica em sistemas de defesa e vigilância. A tecnologia também é empregada no controle fiscal e no combate a fraudes em contratos públicos.
No Reino Unido, o NHS (Serviço Nacional de Saúde) usa IA para prever demandas e personalizar o atendimento ao paciente. Além disso, a IA é aplicada em processos de imigração e segurança, onde grandes volumes de dados são analisados para melhorar a eficiência dos serviços.
Singapura está na vanguarda do uso de IA para gerenciar serviços urbanos, como o controle de tráfego, a gestão de energia e a previsão de enchentes. O governo também utiliza IA para otimizar recursos hídricos e monitorar o clima, garantindo mais segurança e sustentabilidade nos serviços oferecidos aos cidadãos.
A Estônia é um dos países mais digitalizados do mundo e utiliza IA para personalizar serviços de saúde e educação, além de aplicar a tecnologia no sistema de justiça para acelerar processos e garantir mais transparência.
A China utiliza IA de forma extensiva para monitorar a população, com o uso de sistemas de reconhecimento facial e análise preditiva no gerenciamento de segurança pública. A IA também é usada em iniciativas urbanas, como planejamento de transporte e controle de recursos energéticos.
No Canadá, a Canada Revenue Agency (CRA) utiliza IA para detectar fraudes fiscais e melhorar a alocação de recursos em serviços públicos. O país também investe em IA para prever demandas na área da saúde e tornar os serviços mais eficientes.
A IA está revolucionando o setor público, proporcionando soluções inovadoras e aumentando a eficiência em diversas áreas, como saúde, educação, segurança e administração pública. Governos no Brasil e ao redor do mundo estão aplicando a IA para melhorar a gestão de recursos, personalizar serviços e combater fraudes.
Entretanto, o sucesso dessa tecnologia depende de investimentos em infraestrutura, de treinamento dos funcionários públicos e da criação de políticas claras para garantir o uso ético e transparente da IA, protegendo a privacidade dos cidadãos e maximizando os benefícios para a sociedade. Ao fazer isso, os governos podem oferecer serviços públicos mais eficientes, acessíveis e inclusivos, alinhados às necessidades de uma sociedade cada vez mais digital.
