A voz imortal de Quinho conduziu 9 títulos ao Salgueiro e deixou um legado no Carnaval Carioca; conheça seus principais sambas

O sambista morreu aos 66 anos nesta quarta-feira (03/12) devido a insuficiência respiratória, em uma batalha contra o câncer de próstata

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O cantor Quinho do Salgueiro, reconhecido intérprete de sambas-enredo no carnaval carioca, morreu aos 66 anos nesta quarta-feira (03/12) devido a insuficiência respiratória. Sua batalha contra o câncer de próstata, iniciada em 2022, chegou ao fim no Hospital Municipal Evandro Freire, na Zona Norte do Rio.

Melquisedeque Marins Marques, também conhecido como Quinho, foi um ícone da escola de samba Acadêmicos do Salgueiro, contribuindo para os títulos campeões de 1993, com o famoso “Peguei um Ita no Norte”, e de 2009, com o enredo “Tambor”.

O perfil oficial do Salgueiro no Instagram lamentou a perda, ressaltando que Quinho não foi apenas um intérprete talentoso, mas uma voz que se entrelaçou intimamente com a alma da agremiação: “Hoje o Salgueiro Chora! Com profunda emoção e um nó na garganta, comunicamos o doloroso adeus a Melquisedeque Marins Marques, nosso Quinho do Salgueiro, um gigante cuja ligação com o G.R.E.S. Acadêmicos do Salgueiro transcendeu os limites da música e do carnaval. Quinho não foi apenas um intérprete talentoso; ele foi a voz que ecoou em cada conquista, em cada desfile, e que se entrelaçou intimamente com a alma do Salgueiro”

Quinho começou sua carreira no bloco Boi da Ilha, precursor da escola de samba União da Ilha, e mais tarde se tornou o intérprete principal da escola em 1985. Ele também deixou sua marca no carnaval paulista, participando pela escola de samba Rosas de Ouro em 2000. Ambas as escolas lamentaram a morte do artista em suas redes sociais, chamando-o de “um dos grandes puxadores de samba da história do carnaval brasileiro”.

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O corpo de Quinho será velado na tarde desta quinta-feira na quadra do Salgueiro, e o sepultamento está agendado para sexta-feira (5), às 13h, no cemitério da Cacuia, na Ilha do Governador. O Salgueiro e o cenário do samba carioca prestam homenagens a esse gigante que marcou o carnaval brasileiro com sua voz única e apaixonada.

Conheça os sambas que fizeram sucesso na voz de Quinho:

‘Peguei um Ita no Norte’ (Explode Coração) – Salgueiro, 1993

Após quase duas décadas sem conquistar o título do carnaval, o Salgueiro protagonizou um desfile catártico em 1993. Com o enredo “Peguei um Ita no Norte”, esse carnaval permanecerá eternamente marcado como o desfile do “Explode Coração”, destacando-se pelo refrão magistralmente entoado por Quinho, que também figura entre os autores da letra.

O samba-enredo impulsionou a escola à vitória naquele ano, tornando-se uma peça imortalizada no cenário do carnaval carioca. Além da impactante apresentação, onde as arquibancadas entoavam com vigor os versos “Explode coração / na maior felicidade / é lindo o meu Salgueiro / Contagiando e sacudindo essa cidade”, a canção perdura até hoje como presença constante em rodas de samba, blocos e, evidentemente, nos ensaios das escolas de samba.

2 – ‘Festa Profana’ – União da Ilha, 1989

Mesmo sem conquistar um título de carnaval, a União da Ilha possui em sua trajetória sambas-enredo que deixaram uma marca no Rio, como o de 1989, “Festa Profana”, imortalizado pela voz de Quinho.

Ao som dos versos envolventes “Eu vou tomar um porre de felicidade / Vou sacudir, eu vou zoar toda cidade”, a agremiação alcançou a terceira posição, ficando atrás apenas da Imperatriz, que sagrou-se campeã com “Liberdade, liberdade, abra as asas sobre nós”, e da Beija-Flor, que também marcou aquele carnaval com “Ratos e urubus larguem minha fantasia”, lembrado pela escultura do Cristo Mendigo.

Quinho foi o principal puxador de 1984 a 1990, assumindo a posição de Aroldo Melodia em 1988.

3 – ‘Me Masso se Não Passo pela Rua do Ouvidor’ – Salgueiro, 1991

O desfile de 1991 marca a estreia do intérprete no Salgueiro. Desde então, essa parceria foi coroada com êxito, sendo que os títulos conquistados pela escola em 1993 e 2009 tiveram Quinho como o cantor principal.

4 – ‘Tambor’ – Salgueiro, 2009

2009 foi o ano do último título na coleção de nove troféus da escola, que também conquistou o campeonato em 1960, 1963, 1965, 1969, 1971, 1974, 1975 e 1993. “Vem no tambor da Academia / Que a Furiosa bateria vai te arrepiar / Repique, tamborim, surdo, caixa e pandeiro / Salve os mestres do Salgueiro”, compartilhou os holofotes com um dos notáveis carros alegóricos da edição, assinado por Renato Lage. O abre-alas, denominado “Tambores da Academia”, exibia 15 tambores em vermelho e branco.

6 – ‘Gaia, a vida em nossas mãos’ — Salgueiro, 2014

O samba é eternamente lembrado pela reverência aos orixás. Na melodia, além de Olorum e Oxalá, outros dois versos foram dedicados a eles: “Oxum, Iemanjá, Iansã, Oxóssi caçador / Ossain, Ogum, kaô meu pai Xangô!”.

A ocasião também assinalou a despedida de Quinho em sua penúltima jornada pelo Salgueiro, retornando a escola em 2019.

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