O Movimento Baía Viva a pedido de Skatistas, moradores e de jovens da Ilha do Governador, solicitou por Ofício a realização de uma vistoria técnica na Pista de Skate do Aterro do Cocotá (Parque Poeta Manuel Bandeira), localizada no bairro da Zona Norte. Segundo relato dos frequentadores, o espaço está esburacado e em péssimo estado de conservação. A falta de manutenção no local tem colocado em risco e provocado acidentes em crianças e praticantes do esporte.
O pedido foi feito na última sexta-feira (12/03) e foi encaminhado à Secretaria Especial da Juventude Carioca (JUVRio) através do Sub-Secretário Douglas Almeida que também recebeu fotos e vídeos que comprovam a situação de abandono e riscos existentes na pista de skate do bairro.
Segundo relatos dos frequentadores, ao menos um skatista experiente já se acidentou gravemente por causas dos buracos e protuberâncias na pista. Ele, inclusive, quebrou a perna, tendo que ser submetido a procedimento cirúrgico com a inserção de pinos.
A pista de skate do Cocotá é um espaço de encontro e lazer dos jovens que há oito anos realiza atividades culturais, como por exemplo, o projeto Soul Pixta que tem revelado jovens artistas de rap.
No Ofício, o Baía Viva também solicitou que a Secretaria Especial da Juventude Carioca convide para a vistoria vários outros órgãos municipais, como a Rio Luz, COMLURB, Fundação Parques e Jardins e Secretaria Municipal de Cultura (SMC), já que os equipamentos públicos do Aterro do Cocotá encontram-se há tempos abandonados: a pista de skate, que é a principal área de lazer do espaço, ficou durante toda a semana passada às escuras (as luzes foram apagadas sem qualquer explicação).
O parque sedia a Estação de barcas do Cocotá e às escuras (sem iluminação pública) torna-se um local considerado inseguro, como tem sido reclamado por mulheres e vizinhos da região.
A reivindicação dos praticantes de skate é pela reforma da pista esburacada e perigosa que encontra-se cheia de crateras (grandes buracos e rachaduras no piso), evitar alagamentos na pista e limpeza periódica, assim como o conserto de “concha” em formato de U que desde que a obra foi executada não tem sido utilizada pelos skatistas que apontam erro técnico de projeto e construção.
Moradores também reclamam que a Prefeitura precisa atuar sobre outros problemas presentes no Aterro do Cocotá: os poucos brinquedos existentes no local estão quebrados (no local forma-se poça de lama a cada chuva!), há reclamações sobre a limpeza urbana, a Lona Cultural não funciona e nem abre espaço para os artistas da comunidade local etc.
O Aterro do Cocotá, já há alguns anos vem abrigando um exitoso Sistema Agro-florestal que consorcia o plantio de árvores com uma horta que produz alimentos sem o uso de agrotóxicos, que é uma iniciativa muito importante desenvolvida de forma autônoma por moradores e jovens do Coletivo Agrofloresta do Cocotá.
Para o ecologista Sérgio Ricardo que é morador do bairro: “Diante do conhecido déficit de áreas verdes na Zona Norte da cidade, também reivindicamos que a Prefeitura do Rio de Janeiro amplie a arborização do Aterro do Cocotá com o plantio de espécies frutíferas e nativas do bioma Mata Atlântica que sejam adequadas para a arborização urbana e áreas de lazer, cujo plantio sugerimos que, preferencialmente, seja planejado e executado com a participação do Coletivo Agrofloresta do Cocotá, formado por moradores/as e jovens, que são os que de fato tem cuidado do Parque Poeta Manuel Bandeira plantando centenas de árvores e implantou uma horta comunitária, sem nunca ter contado com qualquer tipo de apoio da Prefeitura!.”
O DIÁRIO DO RIO entrou em contato com a Prefeitura para saber quais ações de revitalização serão realizadas no bairro, mas até a publicação desta matéria, não obteve resposta.