Os articulados do BRT Rio enfrentam diariamente o desafio de ter a pista exclusiva invadida por pedestres, que atravessam fora da faixa, e carros de passeio e motos, que realizam conversões proibidas e avançam sinais. O resultado desse tipo de infração é um dado preocupante: de janeiro a setembro, 100 acidentes foram provocados por má conduta dos carros de passeio, motos e pedestres, sendo 21 deles atropelamentos.
As infrações colocam em risco tanto os passageiros dos veículos quanto os do sistema BRT. Apesar de trafegar em velocidade inferior àquelas verificadas nas faixas para automóveis e ônibus urbanos, um articulado de 15 toneladas precisa de mais tempo e espaço para realizar a frenagem total, o que torna qualquer invasão nas pistas exclusivas ainda mais perigosa.
Os danos aos articulados em caso de acidentes afetam diretamente a população, já que por conta disso eles precisam ficar fora de operação para fazer os reparos necessários, sendo um a menos nas ruas e, muitas vezes, aumentando a espera dos passageiros. Em casos de colisões mais graves, o veículo pode ficar mais de um mês fora de circulação.
Os prejuízos ainda vão além: os constantes acidentes impactam o planejamento e os intervalos entre os serviços, afetando a operação com desvios, por exemplo. Nessas situações os articulados são obrigados a circular momentaneamente fora da sua pista, o que acarreta a diminuição da velocidade e a dependência do fluxo do tráfego fora da calha.
“Ao invadirem a calha, motoristas de veículos e de motos, além de pedestres e ciclistas, colocam em risco a sua vida e a de dezenas de pessoas que estão dentro dos articulados. As pistas exclusivas do BRT são para que funcionem em benefício de milhares de pessoas que utilizam o transporte coletivo de massa, e não para atender a interesses individuais. É importante que as pessoas tenham consciência do imenso risco que provocam ao cometerem esse tipo de infração”, alerta o presidente executivo do BRT Rio, Luiz Martins.