Adeus JB

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Ultima Capa do Jornal do Brasil Hoje circula nas bancas a última edição impressa do Jornal do Brasil (capa ao lado), depois de mais de 119 anos. Aquele que já um dos jornais mais vendidos do país (aqui conto um pouco da história) parte inteiramente para a internet. É isso, a partir de amanhã, quarta-feira, apenas teremos a versão on-line do jornal.

 

É claro que são dadas pelo jornal razões como criatividade, continuação de um processo que começou em 95 ao ser o primeiro jornal do Brasil na internet e por aí vai. É claro que não é isso, sucessão de más administrações, queda de venda, como disse Julio Hungria (Blue Bus): “estará somente na internet não como uma proposta de atualização com os tempos – mas derrotado por má gestao e pouco idealismo”.

É lamentável para a imprensa e para a própria democracia esta perda. O monopólio de opiniões para a ser do O Globo, não que eles sejam contra a democracia ou a liberdade de imprensa (pelo contrário), mas passam a ser no Rio de Janeiro a única opinião (os outros jornais falam de bundas e futebol) e isso nunca é bom.

Mas, quem sabe, no vácuo deixado pelo JB não surja um novo jornal?

 

Abaixo estão as razões dadas pelo Jornal do Brasil pela migração e como será feita:

Qualidade. Interatividade. Respeito à Ecologia. Alinhamento com o futuro. Inovação.

1. Há cerca de um mês, o Jornal do Brasil, jb.com.br, comunicou a seus leitores a decisão de tornar-se o primeiro 100% digital do País.

2. A decisão, fruto de análise responsável dos rumos da imprensa escrita em todo o mundo, resultou também de pesquisa diária que o JB, promoveu mediante anúncios em suas páginas e no site jb.com.br.

3. Nela, o Jornal do Brasil convidou leitores e internautas a opinarem sobre preferências e hábitos de consumo de mídia – incluindo-se as inovadoras plataformas digitais.

4. À semelhança de tantos veículos de comunicação de elevado prestígio no mundo todo, o Jornal do Brasil quer atualizar seus modos de interação com o público leitor, privilegiar práticas ecologicamente sustentáveis e aperfeiçoar-se em tecnologias de última geração.

5. Ao dar efetividade a esse processo, o Jornal do Brasil trabalha para que sua centenária marca e conteúdo de qualidade se façam presentes, de maneira cada vez mais influente, para atuais e futuras gerações de leitores.

6. Nessas últimas semanas, alguns leitores do JB – e sobretudo muitos não-leitores – manifestaram-se legítima e democraticamente favoráveis à manutenção da versão em papel do jornal.

7. Em suas argumentações, fizeram-se referências à história do JB, seus grandes personagens; à gloriosa trajetória como espaço de liberdades. O fato é que esses ativos não são perdidos, mas expandidos, de novo, no meio eletrônico.

8. Não se pode optar por fechar os olhos – não ao futuro -, mas ao próprio presente da mídia em todo o mundo: o rumo, inexorável e crescente, à era digital.

9. Assim, ao contrário do que vêm propagando alguns poucos mal-informados, irresponsáveis e mal-intencionados, o Jornal do Brasil está caminhando para uma nova e melhor fase.

10. O JB continuará existindo – ágil, moderno e influente.

11. O JB, segue seu caminho de pioneirismo. Foi, já em 1995, o primeiro jornal brasileiro na internet.

12. Há quem pense que o jornal é uma “coisa” – um amontoado de folhas. Sem o papel e celulose, os jornais – e o JB – estariam acabando.

13. Ora, os custos econômicos e ambientais do papel são insustentáveis. Mais que isso, são desnecessários.

14. A cada dia em que um jornal como o JB não é impresso em papel, 72 árvores deixam de ser cortadas. Dado o maior ou menor número de cadernos durante a semana, ao longo de um ano são mais de 30 mil árvores poupadas.

15. Uma única edição de domingo corresponde a cerca de 200 árvores que levam anos para crescer e ocupam 40 mil m² de florestas. Isto equivale a quatro campos e meio de futebol. Em um ano, com a versão digital, são preservadas áreas florestais correspondentes a mais de 1.200 Maracanãs.

16. Para se fazer uma edição do JB em papel consomem-se aproximadamente 10 mil litros d´água e 40 Mw/hora de energia por dia.

17. Além disso, a natureza leva 6 semanas para decompor um único exemplar de jornal em papel.

18. No tempo em que vivemos, é um erro achar que o jornal é um objeto físico. Na mesma medida, a música não é o disco de vinil, a fita-cassete ou o compact-disc. Tampouco a música é a vitrola, o toca-fitas, o disc-player ou o iPod.

19. Julgar que jornal e papel são sinônimos equivale a achar que um canal de televisão é o próprio aparelho de TV. Ou que a emissora de rádio não terá êxito se não for também produtora de rádios portáteis ou de mesa. Ou então que sites deveriam fabricar seus próprios computadores.

20. Será que ainda é possível a alguém, com mínimos poderes de observação, lucidez e honestidade intelectual, achar que o jornal em papel continua a ser um “veículo” de comunicação?

21. Será que ainda vale apostar no papel, quando mesmo na Europa ou nos EUA, com elevado grau de alfabetização e hábitos de leitura, o tempo médio – e decrescente – do leitor com o exemplar nas mãos já é inferior a 20 minutos por dia?

22. Não está distante o momento em que um país com jornais de grande circulação em papel será sinônimo de subdesenvolvimento, desrespeito ao meio ambiente e anacronismo digital.

23. O que é um jornal na selva tecnológica? Qual o papel do jornal num ambiente de rádios digitais, leitores eletrônicos, fones inteligentes, monitores em elevadores ou aeroportos, TVs on-demand e sites dos mais variados em tempo real ou analíticos de toda ordem?

24. Definitivamente, esta explosão de multimeios nada significa, a não ser a adaptação inelutável dos jornais às mais eficientes e atraentes plataformas multimídias. O que também se faz em observância à relação custo-benefício.

25. No estágio de avanço tecnológico que vivemos, ao contrário do que augurava Marshall McLuhan na distante década dos 1960, o meio não é a mensagem.

26. Um jornal, no século 21, é o resultado de um elo de confiança e interação entre o público-leitor e uma marca secular de credibilidade. Elo potencializado pelas novas tecnologias da informação.

27. Na transição da antiga fase do papel para a fase digital, promove-se também uma mudança de perfis, atitudes e rotinas de trabalho no próprio ambiente do jornal.

28. A redação não é mais apenas uma sala delimitada fisicamente. É uma rede em que cérebros e talentos estão conectados em tempo real – às vezes a milhares de quilômetros de distância.

29. Nessa dinâmica, houve o desligamento de alguns profissionais do JB. Outros chegam, estão contratados. Trabalham a pleno vapor. Este é um processo orgânico e característico da evolução empresarial e tecnológica que marca nossos dias.

30. Nessa nova fase, o JB conta com uma equipe de mais de 150 colaboradores, dentre pessoal de conteúdo, marketing e gestão. É um número adequado à dimensão dos desafios do jornal.

31. Tal mudança, como é de se esperar em qualquer câmbio de rumos, traz incertezas.

32. Ainda mais porque as mudanças no jornal não se produzem numa atmosfera concorrencialmente idílica.

33. Muito da necessária reserva que envolve a implantação do JB digital é característica da competição entre marcas de mídia no Brasil. Competição intensa e injusta para os que não são sustentados e protegidos por oligopólios.

34. Nessa era de leitores digitais e Internet, acrescida pela problemática ecológica, a ampla consulta que realizamos com nossos leitores sobre o futuro confirmou que a maioria quer modernidade. Estar à frente do seu tempo.

35. Foi por isso que o Jornal do Brasil decidiu tornar-se o primeiro grande jornal 100% digital do País.

36. Qualidade. Interatividade. Respeito à Ecologia. Alinhamento com o futuro. Inovação. Estes, e não quaisquer crises reais ou fabricadas, foram os critérios que presidiram a decisão do Jornal do Brasil.

37. O JB estará compatível com todos os leitores digitais (iPad, Kindle, Alfa, Nook, Mix, Libre). Sua diagramação moderna e amigável, em papel eletrônico, será automaticamente adaptada à tela de qualquer computador.

38. Ainda assim, qualquer leitor poderá imprimir, seletivamente e sem desperdício de papel, a parte do jornal que deseja em sua casa ou escritório.

39. Nessa nova fase, o conteúdo digital do JB se dividirá em 3 áreas de concentração:

(I) Tempo Real: alimentado e produzido por fontes próprias e as melhores agências de notícias brasileiras e internacionais.

– O Tempo Real também trará “aperitivos” (pequenas notas ou , no caso de matérias mais extensas, parágrafos que agucem o apetite para que o leitor venha a aderir à versão de conteúdo reservado do JB Digital.

– O Tempo Real terá conteúdo expandido em foto, vídeo e som.

(II) JB Digital: o tradicional Jornal do Brasil que concentra os grandes diferenciais de conteúdo que sempre categorizaram o jornal.

– Inicialmente, o JB será, como hoje, um produto diário desenhado para plataformas de software amistosas ao leitor (reader-friendly) em computadores e aparelhos móveis de qualquer tipo (laptops, desktops, iPhones, blackberries ou os modernos leitores digitais, como iPad, Kindle, Mix etc.).

– Bastará ao leitor acessar o site jb.com.br e clicar no ícone do JB Digital para que as páginas eletrônicas do Jornal se adaptem imediatamente ao formato da tela de seu computador, com mouse, ou onde disponível, pelas telas interativas, será possível aumentar ou diminuir a fonte e as imagens de cada matéria.

– Este produto estará disponível mediante assinatura mensal de R$ 9,90, o equivalente a 20% do preço da antiga assinatura em papel.

– Ícones da imprensa brasileira que honram e distinguem o JB estão conosco nessa nova e alvissareira etapa. Além do conteúdo de qualidade do New York Times, Le Monde Diplomatique e outros clássicos do jornalismo mundial.

– Não haverá, nesse contexto, qualquer alteração na linha editorial de independência e de qualidade que há 119 anos distingue o Jornal do Brasil.

(III) Blogosfera (Sociedade Aberta):

Haverá muitos blogs interativos com os principais colunistas e articulistas do JB. Além da mídia colaborativa mediante a editoria ‘Sociedade Aberta’, marco da democracia digital no Brasil, em que o leitor é repórter e articulista. Assim é nas marcas de mídia das democracias mais avançadas do mundo.

– O Blogosfera também trará o inovador JBWiki, jornal produzido e alimentado 100% pelos leitores.

40. A partir de 1º de setembro, seguramente haverá falhas diante de uma transformação moderna e pioneira deste porte. Elas serão corrigidas e o ambiente constantemente aperfeiçoado.

41. O grande número de assinaturas que o JB Digital vem recebendo nas últimas semanas, contudo, tem excedido as mais otimistas espectativas.

42. Em breve, o JB também relançará, com novas ferramentas tecnológicas, suas tradicionais marcas ‘Programa’, ‘Ideias’, ‘Domingo’ e ‘JB Ecológico’.

43. O Jornal do Brasil também continuará cada vez mais a promover sua área de conferências e eventos. Debater o Rio de Janeiro e o Brasil em várias partes do Brasil e do mundo tem sido um traço marcante do JB.

44. Nos últimos 5 anos, o Jornal do Brasil realizou mais de 100 eventos em temas como educação, telecomunicações, saúde, desenvolvimento sustentável, economia, moda, infraestrutura em 15 estados brasileiros e em 3 continentes.

45. O Jornal do Brasil, em breve, também terá versão digital em língua estrangeira, com base no ideal de ser o primeiro jornal sobre o Brasil, feito por brasileiros e produzido nas línguas mais faladas do mundo.

46. O JB está preservando fisica e digitalmente a maioria de seus 119 anos em seu Centro de Pesquisa e Documentação (CPDoc). Ele conta com estrutura adequada, organizada em torno de padrões de biblioteconomia, umidade e temperatura controladas.

47. Além disso, a maior parte do acervo do JB já se encontra digitalizada graças a parceria com o Google Archives, pioneira no Brasil e disponível à consulta em qualquer lugar do planeta.

48. Todos os colaboradores do JB estão se esforçando muito para construir esse novo jornal. Há grande orgulho em transformá-lo no primeiro jornal 100% digital do País.

49. Daqui para o fim do ano, o JB também buscará parcerias promocionais que venham permitir a seus leitores e assinantes adquirir, a valores subsidiados, seus primeiros leitores digitais.

50. O JB sempre foi moderno e o continuará sendo. Agora em plataformas utilizadas por atuais e futuras gerações no Brasil e no mundo.

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