Alan Maia: O impacto do Terceiro Setor no PIB brasileiro

O colunista do DIÁRIO DO RIO fala sobre o impacto das organizações da sociedade civil

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Foto: Reprodução/Internet

O Terceiro Setor brasileiro é formado por mais de 815 mil organizações da sociedade civil (OSCs), como indica o Mapa das OSCs, elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA. Só no estado do Rio de Janeiro, são mais de 64 mil. O número de instituições está em constante crescimento e comprova cada vez mais a importância deste segmento, abrangendo as mais diversas áreas de atuação, como educação, cultura, saúde e defesa dos direitos humanos, e tendo como propósito atender o interesse público, com serviços voltados, principalmente, para a população mais vulnerável.

Um estudo recente da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), em parceria com o Movimento por uma Cultura de Doação e a Sitawi, aponta que o Terceiro Setor é responsável por 4,27% do PIB brasileiro, equivalente a mais de R$ 220 bilhões; 5,88% dos postos de trabalho no país, que corresponde a mais de seis milhões de pessoas empregadas; e 3,93% do valor de produção, o que representa mais de R$ 400 bilhões. No comparativo de contribuição, o Terceiro Setor está entre os segmentos de Agricultura (4,57%) e Fabricação de Automóveis, Caminhões e Ônibus (1,73%).

Fazendo um recorte regional, as entidades sem fins lucrativos correspondem a 4,6% do valor adicionado (PIB) do Rio de Janeiro, 4,5% do valor de produção e contribuem para a geração de 7,4% dos trabalhos no estado. A pesquisa ainda indica que a ausência do segmento impactaria na perda de R$ 27,7 bilhões.

Com esse cenário em mente, é inegável que as organizações da sociedade civil cumprem um papel fundamental, não só na execução de iniciativas de interesse público, mas também na economia nacional. O setor, que comumente tem sua imagem distorcida e importância questionada, contribui muito mais do que se imagina para o desenvolvimento do país. As OSCs são relevantes quando falamos em empregos, em distribuição de renda e em valor de produção, além, claro, de colaborarem diretamente para o desenvolvimento social, cultural, educacional e ambiental, mitigando históricas mazelas do país.

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A divulgação desse estudo possibilita um maior reconhecimento do Terceiro Setor como agente significativo no estímulo da economia brasileira e, assim como qualquer outra área da sociedade, necessita de atenção e de investimentos do Estado, bem como legislações que facilitem a captação dos recursos que são utilizados para a criação e a manutenção de projetos sociais. Em resumo: o fortalecimento do segmento significa promover impacto positivo direto na economia e, também, a melhoria das condições de vida de todos os brasileiros.

*Alan Maia é especialista em Gestão de ONGs pela Universidade de Harvard e fundador da Agência do Bem

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