A Páscoa é uma das celebrações mais importantes do calendário ocidental, marcando para os cristãos o momento da Ressurreição de Jesus Cristo. Sua origem remonta à tradição judaica, onde a Páscoa era celebrada como a libertação do povo hebreu da escravidão no Egito, conforme descrito no livro do Êxodo. A data da Páscoa varia anualmente, sendo determinada pelo ciclo lunar, caindo sempre no primeiro domingo após a primeira lua cheia que ocorre após o equinócio da primavera no hemisfério norte. E neste ano, celebramos no domingo, dia 31 de março.
Interessante essa conexão com a natureza, já que é uma celebração que marca o fim do inverno e início da primavera (no hemisfério norte), uma época em que a natureza se renova, as flores desabrocham e os dias se tornam mais longos e luminosos. É o tempo para o plantio de uma nova colheita. E na vida espiritual e do crescimento pessoal, a mensagem que Cristo nos apresenta é da Redenção, já que com a doação de sua vida, nos permite um tempo novo. Quebra as estruturas e vícios de um passado para que possamos iniciar uma vida melhor.
Mas o qual a relação da Páscoa com a vida empresarial e como isso pode tornar melhor a sociedade em que vivemos? Primeiro é preciso entender que em Genesis, (Gn, 1, 28)) temos a passagem da criação do mundo pleno, mas quando Deus convida a humanidade a ser cocriadora, na medida em que nos deu a capacidade de transformar os recursos e dominar a natureza, para construção do bem comum de uma sociedade fecunda. Portanto é missão humana de empreender esforços para transformar os recursos naturais e a economia de modo a que possamos ter uma sociedade mais justa e inclusiva e que abundância possa ser desfrutada por todos. E isso não é um sonho idealizado, uma utopia. É a Vontade de Deus, “que todos sejam um” ou que possamos viver em unidade e harmonia, (Jo, 17, 21).
A visão cristã da missão dos empresários é de promover o bem comum através de suas atividades econômicas. Isso significa que eles devem buscar não apenas o lucro pessoal, mas também o desenvolvimento integral da sociedade, levando em consideração os aspectos econômicos, sociais e ambientais. São chamados a agir com justiça e solidariedade em suas relações comerciais, respeitando os direitos dos trabalhadores, promovendo a inclusão social e contribuindo para o desenvolvimento sustentável. Eles são incentivados a criar empregos dignos, garantir condições de trabalho seguras e saudáveis, e a distribuir de forma justa os frutos do trabalho, evitando a exploração e a desigualdade.
Além disso, os empresários são encorajados a assumir uma postura ética e responsável em todas as suas decisões e ações, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa, solidária e fraterna. Eles são chamados a serem agentes de transformação social, buscando sempre o bem comum e o bem-estar de todos, especialmente dos mais vulneráveis e excluídos.
E neste tempo de Páscoa, que é também um momento de assumir uma Vida Nova e Plena, todos aqueles que de alguma forma se entendem como parte dessa construção social de um tempo de unidade e bem estar, que renovem sua força e esperança. É possível sim a construção de um Rio de Janeiro com mais tolerância e respeito e com desenvolvimento e oportunidades. Que esse tempo de Páscoa possa despertar lideres capazes de trabalhar por uma sociedade de boas relações humanas. A “amizade social” que foi o tema da campanha da fraternidade, ou de colocarmos em primeiro lugar o respeito por todas as pessoas, que são imagens do Cristo.
Esse é nosso desafio, como sociedade e lideranças. De usar nossa capacidade empreendedora na construção de relações humanas espelhando no “outro” a figura daquele que deu a vida por nossa redenção. É possível sim um mundo mais solidário e menos egoísta. Essa é a vida nova que a Pascoa nos apresenta.
