Em meio aos 1.410 casos confirmados de Covid-19 em Maricá, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, a Aldeia Mata Verde Bonita, localizada no bairro de São José do Imbassaí, a aproximadamente 10km do Centro da cidade, continua, segundo a Prefeitura, sem nenhum registro oficial acerca da doença. Para isso, a comunidade adotou um criterioso protocolo de segurança, elaborado pelos próprios habitantes locais.
De acordo com a indígena Luciana Parapoty, moradora da aldeia, somente 4 pessoas têm saído da comunidade, e isso acontece apenas em casos extremamente necessários.
”Fizemos uma reunião com a comunidade toda desde o início da pandemia para decidir quais os cuidados a gente iria tomar, como a gente iria seguir para todo mundo se cuidar. Escolhemos 4 pessoas da aldeia, líderes mais jovens, para sair quando for preciso. Elas tomam todos os cuidados. Assim que a gente está se prevenindo. Temos recebido cesta básica da Prefeitura e algumas coisas a gente planta, então eles só saem para ir ao banco, comprar carne ou remédio”, detalha Luciana, que complementa relatando que pessoas de fora não estão podendo visitar a aldeia, justamente para evitar o contágio.
E são justamente essas visitas que fomentam, economicamente falando, o local. Sem elas, Luciana, que é artesã, passou a vender pela internet suas peças confeccionadas.
Com aproximadamente 100 moradores, a Aldeia Mata Verde Bonita faz parte das 8 comunidades indígenas guaranis existentes no estado do RJ e possui uma área total de proteção ambiental com mais de 90 hectares. Os dados são da Organização das Nações Unidas (ONU).
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde de Maricá, todos os habitantes locais da aldeia receberam testagem de Coronavírus e nenhum resultado deu positivo. Ainda de acordo com o município, eles continuam sendo monitorados todos os dias pela Vigilância Epidemiológica, pertencente à Secretaria, e a Unidade de Saúde da Família São José II é a responsável por cuidar da comunidade.