Alerj debate descriminalização da população em situação de rua

De acordo com o Censo 2020, há 5.728 pessoas em situação de rua no município do Rio de Janeiro

Advertisement
Receba notícias no WhatsApp
Foto: Reprodução

A Comissão de Trabalho, Legislação Social e Seguridade Social da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), realizou uma audiência pública, nesta sexta-feira, para debater a descriminalização da população em situação de rua e a valorização dos profissionais de assistência social foram os principais. De acordo com a depurada Mônica Francisco (Psol), presidente da comissão, a realidade dessa população seria complexa e exigiria, por parte das políticas públicas, estratégias bem elaboradas e que envolvesem diversas áreas.

A parlamentar falou também sobre uma suposta precarização do setor de assistência social, observando que a valorização desses profissionais seria fundamental para o processo de humanização das pessoas em situação de rua.

Para que haja uma efetiva abordagem e acolhimento, a categoria precisa estar munida e ter seus direitos trabalhistas garantidos. Precisamos elaborar mecanismos de fiscalização a partir da Alerj e da Câmara Municipal da Capital e demais municípios sobre as secretarias estaduais e municipais de assistência social”, afirmou a deputada.

Mônica Francisco disse ainda que pretende averiguar se a Norma Operacional Básica de Recursos Humanos (NORB-RH) do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) está sendo seguida com ênfase na questão da gestão democrática da política de assistência e se os trabalhadores estão tendo seus direitos respeitados.

A questão da abordagem realizada pelos profissionais de assistência social em ação conjunta com os agentes da segurança pública foi amplamente discutida entre os participantes da audiência pública. Para Renata Freitas, representante do Conselho Regional de Serviço Social do Rio de Janeiro, o serviço de abordagem social tem como objetivo a aproximação e estabelecimento de vínculos de confiança.

“Como a gente vai conquistar a confiança desse usuário se a abordagem é feita acompanhada de um agente armado? Não se pode criminalizar para depois proteger”, comentou a representante do conselho.

Renata deu início ao debate sobre a necessidade de descriminalizar e humanizar a pessoa em situação de rua.

“Precisamos pensar nas articulações com essas políticas, entendemos que cada órgão tem seu objetivo, mas o que estamos dizendo é que, em todos os protocolos e normativas da assistência, o que a gente tem é essa prerrogativa de articular principalmente com a política de saúde. Então, a gente entende que neste momento não cabe abordagens conjuntas com a polícia”, acrescentou.

Participante da reunião, o major da Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMERJ) Ivan Souza Blaz Júnior, esclareceu que os agentes de segurança que acompanham os assistentes sociais nas abordagens não podem ser os protagonistas dessa pauta.

“Apenas no ano de 2020, a PMERJ interveio em mais de 250 casos em que a população de rua era vítima de violência, tentativa de homicídio ou remoção alheia à legislação vigente. Somos uma corporação composta por homens e mulheres sensíveis à causa voltada ao acolhimento de pessoas em situação de rua”, disse o Major.

O vereador Reimont (PT), que preside a Comissão Especial de População em Situação de Rua da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, salientou sobre a importância de entender a situação dessas pessoas em situação de rua.

“Quem é essa população? Onde ela está? Quais são as suas necessidades? O que é compreendido como importante para ela retomar à sua vida? São perguntas necessárias para darmos início à estruturação de políticas públicas assistenciais para essas pessoas”, explicou Reimont.

O parlamentar destacou números do Censo 2020, segundo o qual, há no município do Rio de Janeiro 5.728 pessoas em situação de rua. Embora este seja o dado apresentado pelo último censo, o vereador ressaltou que esse quantitativo poderia ultrapassar o número de 20 mil homens e mulheres nas ruas da cidade, sem todavia informar a origem de tal informação.

Advertisement
Receba notícias no WhatsApp
entrar grupo whatsapp Alerj debate descriminalização da população em situação de rua
Costa do mar, do Rio, Carioca, da Zona Sul à Oeste, litorânea e pisciana. Como peixe nos meandros da cidade, circulante, aspirante à justiça - advogada, engajada, jornalista aspirante. Do tantã das avenidas, dos blocos de carnaval à força de transformação da política acreditando na informação como salvaguarda de um novo tempo: sonhadora ansiosa por fazer-valer!

Comente

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui