Alessandro Valentim – Força de Oyá: Juliana D Passos brilha na Pedra do Sal

Hoje, não há como falar sobre a musicalidade nascida nas casas de santo sem citar ela, a filha de Xangô e Iansã: Juliana D Passos

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Uma das características mais marcantes da Umbanda e do Candomblé é o matriarcado. A força feminina está presente na egrégora espiritual dos cultos afro-brasileiros, também na liderança dos terreiros e, claro, na cultura do povo de axé. Hoje, não há como falar sobre a musicalidade nascida nas casas de santo sem citar ela, a filha de Xangô e Iansã: Juliana D Passos.

Vem de Santa Catarina a voz que embalou a noite do último domingo (04), na Pedra do Sal, aqui no Rio de Janeiro. Como uma boa filha de Oyá, Juliana escolheu o dia do seu Orixá para louvar ao lado dos seus irmãos fé, a ancestralidade que transformou a sua história. ‘’A força de Oyá é a força da ancestralidade da mulher brasileira, então Iansã representa a mulher brasileira guerreira, que luta e sua negritude. Sua força é suprema na vida de todos, não só na de quem é seu filho’’, afirmou Juliana.

A Pedra do Sal foi tombada como patrimônio histórico e também religioso do Rio. As pessoas escravizadas extraiam do local, no século XIX, cortes de pedra para construção de ruas e do Porto do Estado. O lugar foi considerado ainda como sagrado, por receber oferendas dos cultos afro-brasileiros. ‘’Para mim é um presente cantar num lugar de ancestralidade, onde tem uma história muito forte da nossa negritude. Abrir o show cantando para Iansã foi uma emoção tão grande que ainda não consegui processar’’, contou a cantora.

Juliana D Passos têm a África no sangue. A sua bisavó chegou ao Brasil através de um navio negreiro, já o seu avô foi adotado por uma família pela Lei do Ventre Livre. A sua história na música começou cedo, aos 15 anos, com a banda Remembers, em São Paulo. Foi produtora, cantora e passou por outras bandas até conquistar milhões de visualizações do povo de axé com o espetáculo e canal do YouTube: Macumbaria. ‘’A voz é da mulher. A voz que entoa, a voz que louva, a voz que toca os corações é a da mulher. Todas as mulheres que cantam para o santo têm a força das Yabás na sua voz. É muito importante que esse trabalho continue, pela nossa tradição’’, explicou Passos.

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