A atriz e influenciadora Rafa Kalimann, musa da Imperatriz Leopoldinense, participou na última sexta-feira, 29, da apresentação da escola no minidesfile, evento que tomou conta da Cidade do Samba neste final de semana. Em um momento da sua participação, quando o samba-enredo citava Exu, a atriz interagia com o público e foi vítima de uma fake news que a acusa de intolerância religiosa.
Portais publicaram um recorte desta interação alegando que a influenciadora se recusou a cantar o trecho do samba que cita Exu, porém no perfil da rede social de Rafa Kalimann e testemunho de toda a escola presente, a musa aparece cantando o samba inteiro, inclusive a citação a Exu.
- O fato de ter a Rafa como musa faz a Imperatriz, as coirmãs e o mundo do samba, atingir parte da sociedade que não conhece nossa cultura e nossos enredos apresentados. Alcança um público novo, fora da bolha, que o carnaval e o samba está precisando se aproximar. Não só ela, mas a Anitta na Tijuca com o samba, as musas da Grande Rio, Ludmilla na Beija- Flor e por aí vai. Mas eu, como gresilense, fico muito feliz que ela esteja ajudando a levar nosso enredo e nossa cultura a novas pessoas”, afirma Marcos Paulo Raposo, torcedor da Imperatriz Leopoldinense.
A escola de Ramos levará para Sapucaí o enredo “ÓMI TÚTÚ AO OLÚFON – Água fresca para o Senhor de Ifón”, do carnavalesco Leandro Vieira. A narrativa aborda o itan de quando Oxalá foi até o reino de Oyó para visitar Xangô e enfrentou desafios e injustiças no caminho, que resultaram em sua prisão, mas sua libertação garantiu redenção e prosperidade. Exu, peça fundamentam do enredo, é Orixá que trabalha com a controvérsia e o caos transformador, logo, essa polêmica nos faz refletir sobre a riqueza que o Carnaval proporciona ao unir pessoas com religiões e realidades distintas em uma única cultura.
- “Como “mulher umbandista e moradora de Olaria, sinto esperança ao ver musas como a Rafa Kalimman participando de um desfile da minha escola que promove a minha religiosidade. Falar que respeita é fácil, mas vestir a camisa e cantar nossa cultura não é para todos. Sou grata e lamento muito essa polêmica”, desabafa Camila Jackson, umbandista e torcedora da escola de Ramos.
- Cristã, Rafa Kalimann não deixou de iniciar sua história como musa na então atual campeã do Carnaval com o enredo que exaltava à espiritualidade cigana. A atriz não só cantou Esmeralda, como também sambou na quadra, nas ruas de Ramos e compartilhou esses momentos para toda sua rede, dando oportunidade para que até aqueles que se identificam com sua fé tivessem acesso, por meio do samba, à cultura riqueza cultural de outra diversidade de crença. O mesmo ocorre este ano, quando a influenciadora já começou a promover sua preparação para o próximo Carnaval, onde apresentará Oxalá e a religiosidade afro-brasileira ao seu público.
- “Nunca imaginei em ver uma grande influenciadora da atualidade desfilar em uma escola de samba. Rafa, se encontrou com a imperatriz. A comunidade abraçou demais ela, simplesmente por se entregar demais. Ela vai aos ensaios, e o melhor, faz questão de ficar bem pertinho do calor da comunidade de Ramos. Então, eu me sinto muito feliz em ter Rafa kaliman na Imperatriz”, conta o passista da verde e branco, Gabriel Copelli. A coluna procurou a atriz Rafa Kalimann, que afirmou estar muito abalada com a polêmica maldosa e prepara um pronunciamento em suas redes sociais.
- Como pai de santo e jornalista, defendo a verdade. Assim como lutamos contra a intolerância religiosa, devemos ser justos e não permitir que usem nossa dor para promoção.