Alessandro Valentim: medo de Cristian tem nome – intolerância religiosa

As críticas podem ajudá-los a refletir, mas está claro que precisamos ainda mais investir na cultura e em leis severas, principalmente na execução, para que entendam que as falas têm consequências e devem ser responsabilizadas

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O quinto eliminado do BBB 23, Cristian Vanelli, demonstrou um clássico da intolerância religiosa no programa. Fred Nicácio, participante que não esconde a sua fé nos Orixás, levantou de madrugada e caminhou ao confessionário, devagar para não acordar ninguém, onde pediu um analgésico. Foi o suficiente para Cristian reunir o casal de amigos, Gustavo e Key, para um show de preconceito.

O trio não poupou Fred da intolerância. Com a desculpa do ‘’medo’’, Cristian disse que se sentiu mal e até rezou. A jogadora de vôlei cogitou pedir para sair do jogo com ‘’medo’’ dos ‘’negócios’’ que Fred estaria fazendo na casa mais vigiada do Brasil. Dá para entender ter medo de espírito, aliás, até umbandistas, candomblecistas e espíritas têm medo. Acredite, isso é comum mesmo. Agora, deduzir que alguém, justamente uma pessoa candomblecista, está fazendo o mal, quando na verdade está caminhando com dor, não é medo, é preconceito.

O medo é não saber como vai reagir ao se deparar com um espírito. O preconceito é demonizar, ainda que não em palavras claras, a fé do próximo. O desconhecimento não justifica acreditar que por ser candomblecista assumido, Fred faria algo ruim contra seus adversários. Puro suco de intolerância religiosa.

O apresentador Tadeu Schmidt chamou atenção dos participantes e exaltou a diversidade religiosa na casa, mas não adiantou muita coisa. Key Alves chegou a dizer que essa é a opinião de muitas pessoas aqui fora, mas que lá dentro não podem falar por causa das câmeras. Preconceito não é opinião. É crime. Agora, não roubamos por ser errado ou para não irmos presos? É uma comparação justa, já que a intolerância religiosa deixou uma candomblecista cega no ano passado e queima terreiros todos os anos.

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No fim, ser eliminado não bastará para o trio. As críticas podem ajudá-los a refletir, mas está claro que precisamos ainda mais investir na cultura e em leis severas, principalmente na execução, para que entendam que as falas têm consequências e devem ser responsabilizadas.

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2 COMENTÁRIOS

  1. o engraçado é que todos demonizam a umbanda. mas fazer arminha dentro de igrejas e invadir/destruir terreiros não tem problema nenhum… bando de cristãos preconceituosos e que se acham oscreis da cocada preta. o inferno lhes aguarda.

  2. Suco de mimimi e vitimismo preguiçoso esse texto. Levei um susto ao ler uma excrescência dessas aqui por qui. Não estou nem reconhecendo o Diário do Rio. Me diz uma coisa, meu nobre “escriba” (argh!): Agora é oficialmente criminalizado o exercício do livre pensamento? O fascismo “da tolerância” às minorias já foi instituído? Pergunta honesta. Fico pensando… Daqui a pouco será crime ser Católico e dizer que fora da Igreja não há salvação. E que os candonblecistas em si não são maus, são dignos filhos de Deus por adoção se aceitarem a Cristo, mas a religião deles, sim, é má. Que de acordo com a minha, sim, infelizmente são demônios os espíritos de terceiros. E que os candomblecistas estão inocentemente enganados por essas entidades más acreditando serem boas, infelizmente. Porque, que eu saiba, todas as religiões tem direito a expressão, garantindo em nossa constituição. E a expressão da minha fé crê nisto. Ponto. Quem se ofender que chore no banho e não encha a santa paciência. E que se danem os ofendidos profissionais.

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