Alessandro Valentim – Umbanda: A religião umbandista completa 114 anos de cantigas inesquecíveis

Nesta terça-feira (15/11) se comemora o Dia Nacional Umbanda religião brasileira, que tem em seus fundamentos influência do candomblé, catolicismo e espiritismo

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Os umbandistas podem comemorar. São 114 anos de tradição viva nos fundamentos dos terreiros e nas cantigas que embalam as giras. Os Ogans (curimbeiros na Umbanda, como defende uma massa), contribuem para o desenvolvimento de incorporação dos médiuns com a vibração do tambor e a emoção depositada em cada ponto. Com tanta força e história, cadê esses artistas nos principais palcos da cidade?


É comum que as festividades em comemoração ao aniversário de um município recebam cantores da música gospel e em alguns casos até das católicas. O mais próximo com destaque na grande mídia e nos palcos que a nossa fé alcança são as apresentações de grupos de samba e pagode que em algum momento exaltam a religiosidade afro-brasileira. Vale lembrar a representatividade que os carnavalescos não deixam faltar no Carnaval.


Os Ogãs cantam e emocionam tanto quanto qualquer outro cantor religioso. Poderiam os artistas de Umbanda e Candomblé lotar casas de show. Na noite de ontem (14), o Club Municipal, na Tijuca, recebeu a 15° edição do “Ogans em ação’’, evento tradicional realizado pelo Ogan Tião Casemiro, o mais premiado e conhecido como a Voz de Ouro da Umbanda. Todos os anos, Tião reúne alunos e outros artistas das crenças afro-brasileiras para um show que conta com as cantigas mais famosas dos terreiros, grupos de dança dos Orixás e ainda sobra espaço para empreendedores do axé venderem seus produtos.


Não valorizar os Ogãs é ignorar uma parte importante da nossa história. Ensino para os meus alunos que a nossa missão vai além de invocar as energias, nosso trabalho é levar a voz do povo de axé, a voz da caridade, ao conhecimento das pessoas que ainda vivem na ignorância do preconceito’’, afirmou Tião Casemiro.

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Para o presidente da Liga Independente dos Compositores e Intérpretes Afro-brasileiros do Rio de Janeiro, Saulo Paiva, o artista da religião precisa de mais do que saber cantar. “Uma carreira pode ser traçada por caminhos. Cantar, tocar, compor ou ser um bom intérprete, tudo isso compõe os atributos para uma caminhada de êxito. Óbvio que o dom é individual e nasce com a pessoa, porém com dedicação, esforço, estudo, treino e muita disciplina pode sim alcançar uma carreira dentro do segmento’’, explicou Paiva.

A nova geração de Ogãs aposta na internet para valorizar o seu trabalho. Luan, conhecido como Pureza Atabaque, coleciona mais de 100 mil seguidores no YouTube. O artista enxerga as redes sociais como uma vitrine para os profissionais, mas acredita que a valorização do trabalho vai além da internet.


A valorização do artista é um conjunto de todas as formas de presença para o artista. O presencial, você consegue passar mais credibilidade como artista a quem te assiste apenas por trás de um aparelho tecnólogo e, consequentemente, através do presencial nós conseguimos ter conteúdos para serem postados nas mídias digitais’’, comentou Pureza.

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