Alexandre Freitas: A verdade sobre a origem das armas do crime

Alexandre Freitas faz uma defesa da venda de armas, que no Rio das 8.656 armas apreendidas desde 2016 apenas 11 eram lícitas

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Quem nunca ouviu a seguinte frase “se todos puderem comprar armas, elas vão parar nas mãos de bandidos!”?

Pois é, essa é uma das diversas mentiras criadas e perpetuadas por desarmamentistas que não veem barreiras morais e éticas para fazer valer a sua opinião. Diferentemente dos esquerdistas que inventam histórias fantasiosas sobre as armas para te conduzir a concordar com a opinião deles a qualquer custo, o meu objetivo nesse artigo é trazer clareza em forma de dados para você tirar a sua própria conclusão.

Armas de fogo não foram “feitas para matar”, são ferramentas para defender nossos três direitos naturais: vida, liberdade e propriedade. E por essa razão ressalto que não há absolutamente NENHUM argumento ético para a defesa do desarmamentismo. Retirar o meio mais eficiente de autodefesa das pessoas é, e sempre será, um crime contra a humanidade.

Agora vamos à questão de fato: as armas dos “cidadãos de bem” – ou o que os americanos costumam chamar dos “law abiding citizen” – vão mesmo parar na mão de bandidos? Spoiler: não, não vão.

A Secretaria de Polícia Civil do RJ respondeu um requerimento de informações do jornalista Giampaolo Barra, informando que, das 48.656 armas listadas pela Polícia Civil como apreendidas nos últimos 43 meses, APENAS 83, ou 0,17%, constam como de origem lícita.

Acho que podemos concordar que somente os dados acima já embasam o argumento que eu trago aqui para vocês: o problema são as armas ILÍCITAS. Então que tal nos aprofundarmos mais um pouco e refinarmos esses números?

Deste montante de armas apreendidas, há armamentos das forças policiais, Forças Armadas e outras forças de segurança, que são levadas para perícia após confronto, ou recuperação de armamento desviado, ou listadas no caso de furto ou roubo de armamento. Se removermos todo esse ruído, ficamos apenas com as armas classificadas como “registro particular”, que podem ser lícitas ou ilícitas. Chegamos ao número de 3.367 armas, que desse montante, 3.356 são ilícitas.

Ou seja, o número real de armas LÍCITAS apreendidas são apenas ONZE. Oito pistolas e três revólveres. Não, você não leu errado: de todo o universo de 48.656 armas apreendidas no estado do Rio de Janeiro desde 2016, apenas ONZE são de origem lícita e estão registradas no nome de uma pessoa. Essas 11 armas representam a fatia de 0,022%, fração que de tão pequena seria invisível a olho nu se analisada em um gráfico de pizza.

Há todo um delírio coletivo em torno do armamento civil. Já ouvi dezenas de argumentos ridículos acerca do cidadão armado, inclusive de que as agressões domésticas “terminariam mal”. Ora, se terminar mal para o agressor, tudo bem. Afinal de contas, a melhor equalizadora de forças entre uma mulher e um agressor tem diversos nomes: Glock, Beretta, Colt, entre outros.

Um mantra propagado por aí, é que armar o cidadão cumpridor da lei não serve como política de segurança pública, no entanto, em Goiás, a posse de armas pelo cidadão do campo reduziu a criminalidade de roubo pela metade na zona rural.

Outro ponto tosco dos desarmamentistas é que a comercialização das armas aumentaria o número de mass shootings, ou seja, pessoas que invadem locais públicos e efetuam disparos a esmo, atingindo inocentes. O recente caso do massacre da creche de Santa Catarina, em que o psicopata assassinou uma professora e três crianças com uma faca, deixa claro que estar com uma arma de fogo não é fator determinante para se iniciar tal crime. Por outro lado, uma arma de fogo nas mãos certas, sendo utilizada da forma correta, pode evitar que tragédias como essa se repitam.

Inclusive, nos Estados Unidos, país que é infinitamente mais flexível do que nós na venda e registro de armamentos (e costuma ter mais mass shootings do que o Brasil), há dados que apontam para cenário semelhante ao nosso: 99,5% das armas apreendidas são ilegais.

Expostos todos esses pontos a respeito do argumento falho de que “armas legais vão parar nas mãos de bandidos”, volto aos dados do Rio de Janeiro e lhe apresento uma preocupação real: foram 17.238 armas ilícitas apreendidas, ou seja, tiradas de circulação, de 2016 para cá. Agora, me responde com toda sinceridade: depois da Polícia Civil do Estado do Rio retirar mais de 17 mil armas ilegais de circulação, você se sente mais seguro?

Convenhamos, hoje em dia, é impossível quantificar armas que estão circulando nas mãos de criminosos, mas, com base no retrospecto das apreensões dos últimos 5 anos, é seguro afirmar que os bandidos estão portando armas irregulares em 99,9% das vezes. Estima-se que há no estado do Rio cerca de 3.500 fuzis nas mãos de criminosos. Eu acredito que esse número não chegue nem perto da quantidade total de armas de fogo nas mãos da vagabundagem. Não há dados para isso, apenas conclusão lógica. Quer ver?

Me responda: quantas pessoas você conhece que sofreram assalto à mão armada por um meliante portando um fuzil? Agora… quantas pessoas você conhece que foram assaltadas com pistolas ou revólveres? É de conhecimento tácito que o maior número de assaltos praticados nas ruas são feitos com armas de pequeno porte.

Entretanto, a menor quantidade de assaltos com fuzis não remete a uma suposta dificuldade de acesso a essas armas. Na verdade, no Rio, o acesso desses criminosos a armamentos maiores é relativamente fácil, já que o narcotráfico aluga fuzis para cometimento de roubos no asfalto, na bizarra modalidade empréstimo consignado.

Se há cerca de 3.500 fuzis ilícitos nas mãos de bandidos, qual será a quantidade de pistolas e revólveres oriundos da ilicitude? Centenas de milhares? Talvez milhões de armas de fogo ilícitas nas mãos de vagabundos? Impossível ter certeza.

E… Ah, é verdade! Tive uma ideia genial que vai solucionar o problema de violência do Rio de Janeiro: que tal avisarmos para os bandidos que existe o Estatuto do Desarmamento e que eles devem entregar suas armas sob pena de estarem cometendo um ilícito?

E para quem acha que o brasileiro, em especial os mais pobres, os favelados, não possuem maturidade ou capacidade para portar uma arma, encerro esse artigo mostrando a “elite” americana habituada a portar armas, especialmente fuzis:

Americanos armados Alexandre Freitas: A verdade sobre a origem das armas do crime

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2 COMENTÁRIOS

  1. “Armas de fogo não são feitas para matar”???
    Não, que é isso isso, são feitas para fazer sopa, ne? Ou será que são para tocar música?

    Que coisa idiota de se dizer! Até quem é armamentista compreende que a arma é uma ferramenta com o objetivo de tirar a vida de outra pessoa. Agora, você pode argumentar que sua utilização só será feita sobre tal condição específica, mas dizer que não foi feita para matar é de uma desonestidade intelectual enorme.

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