Alexandre Knoploch: Não desperdicemos nosso voto

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Foto: Marri Nogueira/Agência Senado

A apenas três dias das eleições, boa parte do eleitorado brasileiro ainda não escolheu seus representantes na Assembleia Legislativa de seus estados, na Câmara Federal e no Senado. Como sabemos, a maior parte desses eleitores não dedicará tempo suficiente para pesquisar os nomes de deputados ou senadores que melhor os representem no Legislativo. O que é, sem sombra de dúvidas, um fato preocupante. Trata-se de um grupo numerosíssimo, que frequentemente decide a eleição, vulnerabilizado por sua falta de informação ou mesmo pela sua falta de interesse pela política.

Milhares de pessoas chegam a escolher suas chapas no meio do caminho rumo à urna, minutos após saírem de casa, ainda sem fazer a menor ideia sobre em quem votar. Acabam aceitando sugestões de última hora ou embarcando em verdadeiras canoas furadas. Para esse eleitor, os santinhos de boca de urna cumprem um papel de simplesmente não deixar passar em branco o ato de votar ou de delegar o poder, muitas vezes, a alguém que desconsidera seus anseios.

O resultado, infelizmente, já conhecemos. Reclamações do tipo “Os políticos nada fazem” não tardam a chegar. O cidadão deve estar consciente da correlação entre o “não fazer nada” do político e a indiferença eleitoral — uma correlação capitaneada diretamente pela decisão deliberada de desperdiçar o próprio voto. E esse desperdício pode acontecer de várias maneiras. Abstenção, anulação ou votar em um desconhecido. Escolher como seu representante alguém que você não faz a menor ideia de quem seja ou do que faça também é uma forma de anular seu voto. As sugestões de amigos e familiares são bem-vindas, mas não sem uma pesquisa de cunho pessoal sobre o candidato, por mais que seja alguém super recomendado.

As iniciativas governamentais de transparência, aliadas à tecnologia digital, tornaram a busca por informações muito mais fáceis. No portal da Câmara dos Deputados, qualquer cidadão pode conferir em detalhes os valores dos gastos dos parlamentares, como viagens oficiais e verbas de gabinetes. No site do Senado, estão disponíveis, para cada senador, os gastos com aluguel, compra de material, locomoção, hospedagem e contratação de serviços de apoio. O eleitor pode visualizar todos os pronunciamentos, as proposições, as relatorias, os projetos e as votações dos parlamentares, referentes a cada ano legislativo.

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Em tempos em que se fala muito de transparência e governança, a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) foi a pioneira ao lançar seu Portal da Transparência, ainda em 2012. As listas de presença das sessões, assim como o valor do salário e dos benefícios pagos a cada deputado, estão à disposição para consulta. No mesmo site da Alerj, uma rápida pesquisa no item “Leis e Projetos” da seção “Processo Legislativo”, com o nome do candidato à reeleição, permite visualizar todos os Projetos de Lei, Discursos e Votações do deputado estadual em questão.

Além dos sites oficiais, iniciativas da sociedade civil como o Portal dos Políticos (https://www.politicos.org.br/) elaboram um ranking dos parlamentares federais. A pontuação, baseada na atuação do político no combate à corrupção e aos privilégios, leva em consideração os processos judiciais que envolvem o parlamentar.

Com a tecnologia digital e a internet literalmente na palma da nossa mão, atualmente, não temos desculpa. Se gastamos tanto tempo assistindo aos vídeos engraçados do TikTok, como não teremos tempo para pesquisar informações que embasam uma decisão capaz de mudar as nossas vidas para pior ou melhor?

Dia 2 de outubro é um dia para se votar em quem realmente faz. Porém, para saber quem faz, é preciso dedicar tempo para pesquisar, com paciência, informações confiáveis. Trata-se da única maneira de votar em paz com a consciência.

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1 COMENTÁRIO

  1. Realmente é importante não votar em qualquer um. Mas o mais interessante é que o autor da matéria TAMBÉM É CANDIDATO e, até o início do horário eleitoral, nunca havia ouvido falar dele. Ou seja, ele se encontra na mesma situação descrita, uma vez que se suas ações não tem ampla divulgação, ou ele não era eficiente no cargo que ocupava anteriormente, ou só é conhecido em seu nicho, e vai ser mais um que só vai defender aquele grupo. Já temos diversos destes, e a maioria não presta.

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