Aluguéis de lojas desocupadas na Garcia D’Ávila podem chegar a até R$ 150 mil por mês

Devido aos aluguéis exorbitantes e à concorrência com os shoppings de luxo do Rio, a via de Ipanema registrou a baixa de seis grandes grifes nos últimos meses

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Rua Garcia D'Ávila

A baixa na Rua Garcia D’Ávila tem nome e sobrenome: aluguel exorbitante. Considerada a via com o locação comercial mais cara do Brasil, superando até a paulistana Rua Oscar Freire, a Garcia vem enfrentando sérios desafios desde o final de 2024. Em um período de apenas quatro meses, o trecho comercial da rua, que vai da Prudente de Morais à Rua Redentor, assistiu a saídas de grandes marcas de luxo.

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A primeira a deixar a via foi a Louis Vuitton, que fechou a unidade onde pagava R$ 150 mil de aluguel mensal em um prédio de três andares. Além disso, arcava com um IPTU superior a R$ 18 mil por mês e uma cobrança de luvas de R$ 1,5 milhão para contratos de cinco a dez anos. Não demorou muito para outras marcas seguirem o mesmo caminho. As brasileiras Schutz, Body For Sure, Cia. Marítima e Valisere — as três últimas do Grupo Rosset — também avaliaram fechar suas lojas no endereço. O grupo desembolsava R$ 50 mil mensais por um único imóvel comercial e bem pequeno. Mais recentemente, a Hermès também anunciou que deixará o casarão histórico na esquina com a Rua Redentor até o final do ano.

A H. Stern e a Sauer, duas joalherias de luxo que ocupam imóveis na rua, também fecharão, por ora, suas lojas para dar espaço a um novo edifício corporativo do grupo Opportunity que será erguido na esquina milionária. As marcas já garantiram espaços no novo prédio, após a venda dos terrenos da família Stern.

39ª rua mais cara do mundo

Com aluguéis que chegam a ser o dobro dos valores praticados na Oscar Freire, a Garcia D’Ávila não é apenas a rua mais cara do Brasil, mas ocupa também a 39ª posição no ranking das ruas comerciais mais caras do mundo, conforme levantamento da consultoria imobiliária Cushman & Wakefield. A média do preço do metro quadrado supera os R$ 320 mensais. Apesar disso, empresários do setor de luxo ainda veem a rua como uma vitrine importante para a consolidação das marcas no mercado brasileiro, especialmente para aquelas que acabam de chegar ao país.

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Rua Garcia D’Ávila em 2016 – Foto: Leo Martins

Após se estabelecerem, o caminho natural para muitas dessas grifes tem sido a migração para shoppings de alto luxo do Rio, como o Shopping Leblon e, na outra ponta da cidade, o Village Mall. Este último, que concentra cerca de 90% das grifes internacionais de moda do Rio, registrou um aumento de 10% nas vendas no último trimestre de 2024. O principal motivo da mudança para a Barra, segundo especialistas, é o perfil do consumidor da região, que valoriza mais marcas exclusivas e de alto valor, ao contrário da elite da Zona Sul, mais tradicional.

Correndo atrás do prejuízo

A Associação Comercial de Ipanema está se mobilizando para tentar revitalizar a rua e reverter a situação. A proposta de revitalização inclui a modernização da via, com a criação de calçadões e a eliminação do estacionamento nos dois lados da rua, visando melhorar a circulação de pedestres e a experiência dos consumidores. As obras seriam financiadas pelos próprios comerciantes e parceiros, sem o uso de recursos públicos. Além disso, o plano prevê a contratação de segurança privada para aumentar a vigilância e a sensação de segurança na área, com o objetivo de resgatar a essência da Garcia como um centro de luxo da Zona Sul.

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1 COMENTÁRIO

  1. Muito olho grande! Se olhassem à frente, cobrariam valores baixos para que a região se repovoasse e ganhasse relevância, com diversidade de negócios na região mais cara do Rio (e do Brasil).

    Mas… a cabecinha do brasileiro, seja ryco ou seja pobre, não muda. Triste demais.

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