Era um sonho antigo estudar em uma universidade pública. Porém, o que devia ser uma realização se tornou uma grande decepção para Kethelen Elisabeth. A jovem, que é paciente oncológica, fez o ENEM e foi aprovada no curso de Nutrição. O início das aulas durante a pandemia, ainda no ensino à distância, correu bem. Porém, após a retomada presencial, os problemas de acessibilidade da instituição começaram a aparecer.
“Em 2020, no primeiro semestre, eu entrei para a UFRJ. Quando eu ingressei, entrou a pandemia e foi aplicado o Período Letivo Excepcional. Por conta disso, eu não fui presencialmente. Quando as aulas retornaram presencialmente, eu tive que fazer uma cirurgia porque o tumor cresceu, então eu também não consegui ir no início deste ano, só agora no segundo semestre”, contou.
A partir daí, começaram a aparecer os problemas de acessibilidade: “no primeiro dia, eu fui na secretaria do curso. Uma amiga da família, Tatiana, viu que havia uma entrada para carga e descarga no subsolo e perguntei se eu poderia entrar por ali. O responsável pelo prédio autorizou, mas no dia a dia os guardas nem sempre deixam estacionar ou passar ali, mesmo sendo deficiente”, diz Kethelen.
Além disso, Kethelen conta que chegou a cair ao tentar descer as escadas. Ela relatou tudo isso por e-mail à coordenação do curso de Nutrição (veja abaixo), mas mesmo assim, o problema da falta de um facilitador com horário compatível ao das aulas dela não foi solucionado.
A UFRJ, nesta segunda-feira (19/09), mudou uma das aulas de Kethelen de sala. No entanto, ela ainda continua sem conseguir acessar as aulas de outra disciplina. Sobre este caso, a universidade marcou uma reunião online com a aluna para o dia 28 de setembro. Porém, isso significa mais duas aulas que ela precisará faltar, afetando diretamente a aprendizagem da estudante, que continuará perdendo conteúdo.
O DIÁRIO DO RIO entrou em contato com a UFRJ, mas, até o momento desta publicação, não obteve retorno.