Alvaro Tallarico: Malía explode com ‘Som da Minha Casa’ entre Cidade de Deus e a corda bamba

A cantora cedeu entrevista ao jornalista Alvaro Tallarico, que analisou seu novo álbum

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Malía de top verde apoiada numa caixa de som branca olha para câmera. Ela cedeu entrevista para o jornalista Alvaro Tallarico.
divulgação/Universal Music

Malía é um dos talentos cariocas – e brasileiros – que vem crescendo cada vez mais nos últimos tempos. Agora ela presenteia o público com uma experiência musical, uma jornada por suas vivências, no álbum “Som Da Minha Casa”. O projeto, lançamento pela Universal Music, viaja pela liberdade louvando com muita honra sua família e sua comunidade, a Cidade de Deus.

O álbum, lançado na última quarta-feira (13), destaca-se pela liberdade artística de Malía, que transcende as fronteiras de gêneros musicais. “Som Da Minha Casa” é uma expressão da voz, pensamentos e crenças da artista. Malía compartilha o conforto do seu pertencimento.

Ouvi o álbum e pude entrevistá-la a convite da Universal Music. Essa cria da Cidade de Deus é simpática e eloquente. O álbum abre com “Eu e Deus” numa pegada melódica, um jeito de soul brasileiro com boas viradas e um tom que me fez lembrar do gospel estadunidense, contudo, com uma pessoalidade diferente. O poder de interpretação de Malía segue evoluindo, mas se mantém um orgulhoso sotaque carioca.

Vou Atrás da Corda Bamba

A “Corda Bamba” não arrebenta em nenhum momento numa mescla de rap e samba, ambos da melhor qualidade. É minha preferida do álbum pelo jeito saboroso como Malía brinca com sua voz, com uma maturidade que bebe numa alma ancestral. A participação de sua mãe, Maria Isabel Machado, e sua tia, Claudia Costa Santos, no coro de “Corda Bamba”, acrescenta uma coisa de laje, de quintal, uma outra marca de Rio de Janeiro. É notável como a intérprete enaltece as relações pessoais nas suas falas, na sua música, e na naturalidade que imprime.

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É “Desse Jeito” que a artista escancara portas, cheia de autenticidade. Vai do samba ao dançante. O suingue dessa faixa dá vontade de remexer, bailar em casa, andando na direção da câmera da vida com confiança. Aliás, importante ressaltar que, nessa primeira entrevista que fiz com Malía (pois espero que venham outras), a forma como ela se coloca mistura exatamente uma autoconfiança, pela qual ela agradece sua família, com uma inteligência de saber o que está fazendo, o que quer. É por isso que ela vai atrás, vai lá, cada vez mais, cada vez mais longe.

O videoclipe de “Vou Atrás”, quinta faixa de “O Som da Minha Casa” adiciona uma outra dimensão percorrendo lugares marcantes da caminhada de Malía. A Cidade de Deus é cenário, bem como a Lapa e praia, onde curte com as amigas. Durante a entrevista que fiz com ela, falou da importância de sua mãe que a levava para o pólo cultural da Lapa, buscava shows e atrações culturais gratuitas e como isso influenciou positivamente.

“Centro da cidade, a Lapa, para mim, sempre muito importante porque ali, no Rio de Janeiro, é onde mais se democratiza o acesso a cultura, ao espetáculo. Então sempre que minha mãe podia me levar para algum lugar, pesquisava quais eram os lugares que tinham show gratuito, teatro gratuito… Levava eu e os meus irmãos. Fazia questão de nos mostrar sobre os lugares. Lapa, Praça Tiradentes. Ela localizou a gente muito bem dentro disso tudo. Trouxe a importância esses lugares, esses caminhos tem na nossa história. Eu queria trazer isso no clipe.”, me disse Malía.

Pop Star carioca

Malía é uma nova “Pop Star” que temos, mas que exalta e fortalece suas raízes de favela, às vezes “Debochada”, sem medo de botar a cara. Como um amante e escritor de crônicas, senti o álbum um pouco dessa maneira. Parece um conjunto de crônicas cantadas, e, ao enfatizar seu cotidiano, inclusive nos distintos estilos que o álbum reúne, Malía mostra mais de si e revela diferentes facetas de sua personalidade. Mas nunca esquece da família. Perguntei sobre isso.

“Para mim não tem como falar de música sem falar dos meus pais que foram as pessoas que me apresentaram tudo que eu sei. Literalmente eles me deram uma educação musical muito forte. Sempre gosto de falar disso porque quando você se torna artista, ganha visibilidade, as pessoas sempre atrelam o que você é às coisas que você tem e os lugares que você conquistou. Só que eu atrelo os lugares que consquistei e o que tenho hoje ao o que me foi passado, através dos valores dos meus pais.”, respondeu.

“Vizinho” traz muito isso, seguida por “Telefone Mudo”, mais sensual, que, na sequência, esquenta mais com “Som de Amor”, porém com um chamado para o romantismo: “baby, baby, amo você”. A graça é o timbre. As tonalidades que Malía coloca em cada canção garantem essa busca por uma originalidade. Além disso, é bom como Malía se recusa a ficar em um único estilo musical. A inclusão de tantos instrumentos diversos ressalta essa escolha pela ecleticidade.

Ademais as participações de outras artistas como Iza Sabino, Lizzie e Budah, favorecem um gosto de coletividade e sororidade. “Fala Tu” se não é verdade. A inclusão de uma versão especial de “Faz Uma Loucura Por Mim” com a renomada Alcione destaca a conexão da artista com ícones que a inspiraram ao longo de sua carreira.

“Som Da Minha Casa” é mais do que um álbum; é uma celebração da autenticidade, pertencimento e paixões de Malía. Cada faixa é uma peça do quebra-cabeça que forma a identidade musical única da artista. Ao recusar-se a definir-se por um estilo específico, Malía afirma-se como uma intérprete musical apaixonada que busca transmitir sua verdade através da música.

Por fim, o álbum é uma viagem emocionante e autêntica pela vida e música de Malía, uma artista que não apenas encanta com sua voz, mas também inspira com sua autenticidade e paixão pela expressão artística. “Som Da Minha Casa” é um testemunho da diversidade musical brasileira, oferecendo aos ouvintes uma experiência rica e cativante que vai além das barreiras convencionais da música.

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