Rostos de pré-candidatos à Presidência já estão pelas ruas do Rio em “campanha antecipada” realizada pelas vendas de camisas, toalhas e bonés. A propagando eleitoral só começa em agosto, mas os ambulantes já estão apostando em uma nova forma de renda.
Na Rua do Catete, José Costa, de 59 anos, montou sua banca, que apelidou de Barraca da Democracia sem Caô e contou, ao jornal EXTRA, que com produtos que vão além da polarização entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL).
Ele também vende itens de João Doria (PSDB), Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT). Mas, confessa que ser democrático está dando um certo prejuízo. “Para não dizer que ninguém compra (os produtos dos outros candidatos, além de Lula e Bolsonaro), na segunda-feira vendi uma do Doria. O Moro (Sergio Moro, que desistiu da candidatura) me deu muito prejuízo. Fiz uma compra boa, e ele desistiu”, diz José.
Já no Largo do Machado, Jeferson Gaspar Ferreira, de 31 anos, vende toalhas, camisas e bonés só dos dois favoritos nas últimas pesquisas de intenção de votos. Jeferson diz que nas vendas, ambos estão empatados. “Vendem mais ou menos a mesma coisa, não sei dizer qual é o campeão de vendas. Tem dias que está saindo mais o Lula, mas semana passada, teve dias em que foi Bolsonaro”, afirma Jeferson, que ainda falou sobre estar recebendo pedidos de produtos de outros candidatos, principalmente Ciro.
Ex-entregador de geladeiras, o ambulante ficou desempregado na pandemia e começou a vender máscaras há dois anos. Com o fim da obrigatoriedade do acessório, ele sofreu uma queda abrupta nas vendas e foi buscar novos produtos e se encontrou na política. “O que mais vende é tudo relacionado a política. Principalmente toalhas grandes e os bonés”, afirma o comerciante.
Ambos evitam falar sobre seu favoritismo na hora do trabalho, para não perderem clientes. Para evitar confusão, o Jeferson diz evitar discutir política e veste uma peça de cada pré-candidato. “Cada venda é uma ideologia diferente. Tem horas que as pessoas gritam, e começa a confusão. Já me acostumei, não é fácil. Teve uma vez que uma cliente disse que eu, preto e pobre, não poderia vender nada do Bolsonaro”, conta o vendedor.
Lulista, o dono da Barraca da Democracia sem Caô evita falar sobre o seu voto durante o trabalho. “Independentemente de quem ganhar, quero vender”, brinca José.