Espécie centenária e uma das mais raras do Brasil, a Chrysophyllum Imperiale, mais conhecida como Guapeba ou Árvore-do- Imperador, localizada no Campo de Santana, no Cento do Rio, vai receber um tratamento especial, nesta sexta-feira (18/03).
O objetivo da ação, coordenada pela Fundação Parques e Jardins (FPJ), é fazer um cabeamento de uma rachadura na árvore para evitar novos danos, assim garantindo mais longevidade a espécie.
O trabalho será executado pelo Engenheiro Florestal, Sydney Brasil, especialista em escalada de árvores Com 17 anos de experiência, Sydney esteve no parque no ano passado, identificou um problema estrutural na espécie e resolveu se voluntariar para solucionar o caso.
“Por ser uma árvores de grande importância, de relevância para a história do Rio, vamos cuidar dela. É uma satisfação muito grande, como especialista, conhecer essa espécie rara. É uma honra observar e trabalhar nessa árvore”, garante ele.
Nativa da Mata Atlântica, ela está presente no estado Rio de Janeiro, em especial no entorno da Baía de Guanabara, e no Vale do Rio Doce. De grande porte, madeira dura e frutos saborosos, a árvore era muito apreciada pelo imperador D. Pedro I e também por seu filho, D. Pedro II, um apaixonado por Botânica e que por isso mesmo, chegou a enviar mudas dessa espécie para vários jardins botânicos do mundo, como por exemplo, o Jardim Botânico de Sidney, na Austrália, onde é chamada de Royal Tree.
Há quem diga que a transição do Império para a República foi marcada pelo corte de todas as árvores-do-Imperador que existiam em jardins públicos, restando apenas a do Campo de Santana. Motivo? Era a fruta predileta de Dom Pedro II.
Com poucos exemplares dela no Brasil e, atualmente, a Chrysophyllum Imperiale está na chamada Red List, a Lista Vermelha de árvores ameaçadas de extinção, por ser uma espécie que exige as cada vez mais escassas matas bem conservadas para se desenvolver.
