Ana Durães, pintora carioca, expõe em importante galeria de São Paulo

Cerca de 20 obras serão expostas na Galeria Contempo, no Jardim América, bairro da zona oeste paulistana. A mostra, que tem curadoria de Vanda Klabin, entra em cartaz dia 18 de janeiro

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“A natureza que me habita” é o nova mostra da artista visual Ana Durães, após quase dez anos sem oferecer ao público uma exposição individual. A artista, que transita entre o Rio de Janeiro e Lisboa (PT), expõe cerca de 20 obras, a partir do dia 18 de janeiro, na Galeria Contempo, localizada no bairro Jardim América, na Zona Oeste da capital de São Paulo. “A natureza que me habita” tem curadoria da cientista social, historiadora e curadora de arte Vanda Klabin.

Sempre em trânsito, entre o Brasil e Portugal, Ana Durães prefere trabalhar imersa na natureza, inspirada nas paletas de cores ao seu redor, no ateliê que mantém na Cidade Imperial de Petrópolis, na região serrana fluminense: “A natureza que me habita vem bem antes da pandemia. Penso que a natureza sempre me habitou. E o costume de estar dentro dela se fortificou na necessidade da reclusão. Na necessidade da solidão”, afirma artista. 

Em um tempo complexo, permeado por linguagens e universos que se conectam e, por vezes, se entrechocam, a artista se classifica “como pós-moderna no mundo contemporâneo”, característica influente no seu processo de criação.

“Não sigo tendências artísticas. Sou uma artista pós-moderna no mundo contemporâneo, onde sigo meus impulsos sensoriais. Pinto o que vejo e sinto. Mas, da forma como vejo, não necessariamente uma natureza real. Uma simples folha pode ser floresta. Uma poça de chuva pode virar rio. Nada do que vejo me é alheio, misturo as flores, as cores, o meu jardim, com imagens imaginárias. Quase abstratas. Acaba por tornar-se um jardim das delicadezas, próprio da liberdade com que registro meu mundo”, diz Ana Durães, que, na exposição “A natureza que me habita” usa técnicas mistas, tinta acrílica e óleo sobre tela e linho, com médios e grandes formatos.

A artista acrescenta que, apesar de recentes, as flores as quais ela apresenta na sua mostra individual, acompanham-na interiormente há 62 anos, sendo, por tanto, íntimas conhecidas.

“Essas flores que apresento agora, inéditas, trabalhadas nos últimos três anos, na verdade moram em mim há 62 anos. Elas são alegorias da minha natureza, onde transmuto dor em amor até tornar-se alegria”, conclui Ana Durães.

Em seu texto de apresentação de “A natureza que me habita”, a curadora Vanda Klabin aponta o papel desempenhado pela natureza na imaginação de artistas mais inspirados, como Ana Durães. A curadora destaca que a artista articula uma gramática poética entre o seu olhar particular e o ritmo frenético e disruptivo do cotidiano.

“A natureza com suas paisagens reais, alegóricas ou míticas, tem um papel decisivo para a história da pintura. É uma matéria sempre suscetível à interpretação e à reflexão, que estimula o processo criativo e converge para as inúmeras possibilidades plásticas do mundo. A interlocução com a natureza, que orquestra imensas áreas de cor, está presente na pintura de Ana Durães. A artista encontra sua gramática poética no ritmo da vida real, e suas telas consolidam um tratamento cromático que irradia um diálogo visual pela ação de seu imaginário, um éden mágico que anseia por consonâncias”, pontua Vanda Klabin.

A historiadora e cientista social aponta ainda a qualidade do manejo técnico de Ana Durães ao construir pinturas, fazendo dialogar elementos, como árvores, flores e vegetações, com naturezas-mortas.

“A paisagem, a presença de árvores e as naturezas-mortas fazem parte do campo narrativo que se instala em suas pinturas. Seus reflexos, suas luminosidades, suas colorações, suas inquietudes rítmicas, suas ambiguidades veladas, tudo se transforma em acontecimento plástico. Observamos a liberdade das pinceladas, a supressão de um ponto central, os efeitos de luz que dissolvem a superfície da tela. Espécies de narrativas breves, como poemas instantâneos, que reforçam a sensação de uma eterna redescoberta e de uma atmosfera cromática misteriosa — um verdadeiro paraíso de possibilidades estéticas. Os vasos de flores e a vegetação tecem um diálogo visual, alternando-se em suas múltiplas direções, ora se insinuando, ora ocupando todo espaço, gerando uma disponibilidade plástica como se fosse uma fricção cromática da natureza”, observa a curadora, acrescentando que, ao retratar as suas naturezas-mortas e paisagens, uma “fermentação germina entre as suas cores constitutivas e manifesta a vitalidade da artista e a sua exuberância encantatória do mundo”.

Sobre Ana Durães

Residente no Rio de Janeiro, a artista visual nasceu em 1962, na cidade Diamantina, em Minas Gerais, em cuja capital deu início aos seus estudos na Escola Guignard, em 1981. Seis depois, Ana Durães concluiu o curso de formação na Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro.

Ao longo da sua carreira, a artista visual participou de centenas de exposições coletivas e individuais, em lugares importantes do Brasil e do exterior, entre os quais: Palácio das Artes de Belo Horizonte (MG); Museu de Belas Artes do Rio de Janeiro; Escola de Artes Visuais (RJ); Museu de arte de São Paulo (MASP); Instituto Centro Cultural Brasileiro-Americano, em Washington DC; Kunstlerhaus, na Áustria, entre outras instituições em cidades, como Berlim, Paris, Madri, Lisboa e Buenos Aires.

Em 2012, em comemoração dos seus 30 anos de carreira, montou a exposição individual Mundo das Coisas, no Espaço Furnas Cultural (RJ). Em 2018, realizou a mostra individual na Artfact Gallery, em Nova York. Em 2020 apresentou a exposição Altered Nature, em diálogo com o fotógrafo Daniel Mattar, na Brisa Galeria, em Lisboa.

Suas obras podem ser encontradas em acervos no Brasil e no exterior.

Serviço
“Ana Durães: A natureza que me habita”
Abertura: dia 18 de janeiro de 2025, sábado, das 10h às 16h
Visitação: até 3 de fevereiro de 2025
Horário: de segunda a sexta, das 10h às 19h; sábados, das 10h às 16h
Texto curatorial: Vanda Klabin
Organização: Marcia Felmanas, Monica Felmanas
Local: Galeria Contempo
Endereço: Alameda Gabriel Monteiro da Silva, 1644, Jardim América
Telefone: (11) 3032-5795
Contatos Galeria Contempo: www.galeriacontempo.com.br/@galeriacontempo/contato@galeriacontempo.com.br

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