Começou o maior espetáculo da Terra. Chegou a hora do Grupo Especial do Carnaval Carioca 2018. O Império Serrano abriu os desfiles com vontade de fazer valer sua tradição e se manter na primeira divisão do Carnaval Carioca. A agremiação da Serrinha mostrou, mais uma vez, que tem uma torcida com o samba na ponta da língua, componentes com garra e uma ótima bateria. Por outro lado, a evolução pecou em alguns pontos e as alegorias, embora bonitas, tinham problemas no acabamento, principalmente na traseira. O enredo, sobre a China, poderia ter sido melhor desenvolvido e pareceu confuso no último setor. A escola cometeu um erro raro: não cumprir o tempo mínimo de apresentação. Um desfile simples, mas que pode manter os imperianos no Especial.
A São Clemente falou sobre os 200 anos da Escola de Belas Artes da UFRJ que já nos deu, inclusive, importantes carnavalescos como Rosa Magalhães e Fernando Pamplona. A escola fez um desfile um pouco irregular. Alternou entre alegorias muito bonitas e outras com problemas de acabamento. Algumas alas cantavam o samba e outras estavam muito desanimadas. Vamos ver quais partes serão focadas pelos jurados.
A Vila Isabel fez um desfile arrebatador naquilo que cabe ao carnavalesco Paulo Barros: a plástica, a concepção do desfile e o desenvolvimento do enredo. A escola da Zona Norte deu show nesses quesitos. A agremiação correu no final e isso pode tirar pontos. Mas sem dúvida Barros fez diferença novamente. Além do já icônico carnavalesco, a Vila teve muita torcida, frenesi em torno da rainha de bateria Sabrina Sato e Martinho da Vila no abre-alas.
Após o grande desfile da Vila Isabel, entrou a Paraíso do Tuiuti, que teve acidente no ano passado e busca se manter no Grupo Especial.
A escola de São Cristóvão falou sobre a abolição da escravatura e fez sátira social: será que a escravidão acabou mesmo? A crítica política da Tuiuti, que apresentou a atual desigualdade social como a escravidão moderna, mobilizou as arquibancadas, que responderam de forma que deu a entender que concordam com as críticas. O terceiro e o quarto carros da agremiação passaram soltando bastante fumaça. Como não houve movimentação na escola ou nos bombeiros, ficou a dúvida se a fumaça era proposital. Sendo um problema ou sendo uma ideia que deu errado, tirará pontos.
O desfile da Grande Rio foi completamente comprometido por graves problemas que fizeram a escola ficar parada por quase 10 minutos, abrir enormes buracos e correr muito no final. A bateria da agremiação de Caxias não entrou no recuo e, mesmo assim, a Grande Rio estourou o tempo máximo de apresentação em 6 minutos. Uma pena, já que antes das complicações a escola fazia um desfile bonito visualmente e muito animado, com o espírito irreverente de Chacrinha. A escola perderá muitos pontos e disputa para não cair, torcendo para que os quesitos onde foi bem compensem as falhas.
A Mangueira fez um excelente desfile com alegorias e fantasias lindas, boa harmonia e ótimo canto, do chão e das arquibancadas.
A crítica política foi aplaudida, assim como a defesa do Carnaval Carioca e do samba. Pouquíssimos erros. A verde e rosa é candidata ao título.
A situação da Grande Rio meio que se repetiu com a Mocidade. Um desfile bonito e animado sofreu com problemas relacionados às alegorias. Ao invés de uma quebra no último carro, a escola de Padre Miguel teve dificuldades para retirar o primeiro carro da Avenida e isso atrasou todo o seu desfile. Tendo ficado parada por muitos minutos e depois tido que correr bastante para ficar dentro do tempo limite, a verde e branco da Zona Oeste teve o desfile muito prejudicado.