Análise do debate da Veja com candidatos à Prefeitura do Rio de Janeiro: sem Eduardo Paes, sem propostas e ataques fracos

O debate organizado pela Veja não trouxe grandes surpresas, sem Eduardo Paes não teve grandes momentos; Paes só deve participar do último debate, o da Rede Globo

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Nesta quinta-feira, aconteceu o segundo debate para a prefeitura do Rio de Janeiro, promovido pela revista Veja. O evento, realizado em um dia de calor intenso, contou com a ausência de Eduardo Paes (PSD), atual prefeito e líder nas pesquisas, o que já era esperado, considerando sua larga vantagem nas intenções de voto. Segundo as pesquisas mais recentes, Paes vence em primeiro turno com quase o triplo dos votos de seus adversários somados.

A ausência de Paes foi notável, e o debate, sem sua presença, deixou a desejar tanto em termos de propostas quanto de ataques. Rodrigo Amorim (União Brasil) destacou-se pela postura agressiva, sendo comparado ao estilo de Pablo Marçal. Em um momento polêmico, chegou a mencionar “comedor de açúcar”, numa possível provocação ao professor Tarcísio Motta (PSOL), referindo-se à aparência física do adversário. Amorim adotou um tom provocativo, se não fosse a candidatura de Alexandre Ramagem (PL), ele poderia ter mais chances de se destacar na disputa.

Por outro lado, Ramagem teve uma performance fraca, baseando sua campanha quase exclusivamente no apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro, estratégia que já mostrou não ser suficiente em outras cidades. Embora o apoio de Bolsonaro ajude, não tem sido determinante para garantir uma vitória eleitoral.

Tarcísio Motta, candidato da esquerda e alinhado ao ex-presidente Lula, pareceu desanimado durante o debate. Conhecido por ser enérgico, sua performance foi marcada por falta de vigor e propostas fracas. Com 4% das intenções de voto, Tarcísio parece estar sendo impactado pela queda contínua nas pesquisas, o que pode ter abalado seu desempenho no palco.

Entre os candidatos, Marcelo Queiroz (PP) foi o que melhor se posicionou. Defendendo pautas de centro, Queiroz apresentou propostas sólidas e mostrou conteúdo, algo que, segundo a análise, faltou aos outros participantes. Ramagem chegou a acusá-lo de ser “de esquerda”, pois os números mostram que Queiroz votou 85% das vezes a favor de pautas do governo. Seu equilíbrio entre apoio e oposição foi destacado como uma postura madura e propositiva, em contraste com outros candidatos que, em sua maioria, adotaram uma postura mais agressiva.

Em resumo, o debate organizado pela Veja não trouxe grandes surpresas, mas reforçou a ausência de Eduardo Paes como um fator determinante. O atual prefeito só deve participar dos próximos debates se for no da Rede Globo, que costuma ser o mais assistido. Até lá, o cenário parece se consolidar com Paes à frente e seus adversários lutando para se destacar.

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