Apelidado de ‘Moleque Travesso’ por ter atuado em memoráveis partidas contra os grandes clubes de São Paulo, além de detentor de um dos mais tradicionais estádios do Brasil, localizado na rua Javari, no bairro da Mooca, o Clube Atlético Juventus, a partir de agora, também será lembrado como campeão paulista de 1934.
A Federação Paulista de Futebol (FPF) acaba de reconhecer, no total, 104 títulos estaduais de várias divisões. Foram homologados, por exemplo, dois títulos equivalentes à Série A2 para o Guarani (1932 e 1944) e Ponte Preta (1927 e 1933).
A oficialização de conquistas também engloba agremiações extintas. É o caso do Albion, campeão em 1933 pela Federação Paulista de Football. Na mesma ocasião, o Palmeiras, na época intitulado Palestra Itália, faturou o tricampeonato paulista (1932/33/34) pela APEA (Associação Paulista de Esportes Atléticos).
Em 1930, o Juventus começou a disputar a divisão principal do campeonato paulista, na época organizada pela APEA. Contudo, em 1932, com a profissionalização do futebol, a família Crespi, que mantinha o clube, compreendeu que não havia condições de manter uma equipe profissional e resolveu solicitar o afastamento de dois anos das competições.
Porém, para não cessar as atividades, a direção achou por bem disputar o certame organizado pela recém-criada Federação Paulista de Football (FPF), então filiada à Confederação Brasileira de Desportos (CBD).
Para não perder a sua filiação na APEA, o Juventus adotou a denominação de Clube Atlético Fiorentino, todavia utilizando os mesmos jogadores, estrutura e o tradicional estádio da rua Javari.
Por conseguinte, no Campeonato Paulista de 1934, o Fiorentino, de maneira invicta, conquistou a etapa da capital e, posteriormente, o confronto com as equipes do interior do estado, sagrando-se campeão paulista de futebol, título este que, até então, nunca havia sido reconhecido oficialmente pela FPF.
Um outro contemplado foi o Taubaté, carinhosamente conhecido como Burrinho da Central. Em 1918, 1926, 1928 e 1942 venceu campeonatos do interior, que agora foram homologados como equivalentes à Série A2 do campeonato paulista.
Em relação ao Rio de Janeiro, estamos em franca campanha, com o total apoio do Museu da Pelada, para que a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FFERJ), na pessoa de seu presidente Dr. Rubens Lopes da Costa Filho, homologue o título carioca do São Cristóvão, de 1937, pela Federação Metropolitana de Desportos (FMD) e também reconheça oficialmente as conquistas do Engenho de Dentro (1925), Modesto (1926/27), S.C América (1928/1929), Sportivo Santa Cruz (1930), Oriente (1931) e Boa Vista (1932), em certames organizados pela Liga Metropolitana de Desportos Terrestres (LMDT).
A partir de 1933, com a fundação da profissional Liga Carioca de Football (LCF), a LMDT, formada apenas por clubes de pouca expressão, desistiu de tentar rivalizar com mais uma liga e se tornou uma sub-liga da LCF até desaparecer dois anos depois. Em 1933, a Viação Excelsior se sagrou campeã e, no ano seguinte, foi a vez do São José de Magalhães Bastos levantar o caneco, o qual deveria ser homologado como equivalente a uma segunda divisão pelos motivos já explicitados.
Também aguardam igual reconhecimento por parte da FFERJ as conquistas de segunda divisão referentes a 1933 – São Cristóvão (LCF); 1934 – Modesto (LCF); 1935 – Engenho de Dentro (LCF) e 1936 – Carbonífera (LCF). Seguimos na luta!