A entidade máxima que rege o futebol no mundo anunciou um novo formato para o Mundial de Clubes. Terá 24 integrantes, incluindo oito europeus e seis sul-americanos. A competição, em vez de anual, seria disputada a cada 4 anos.
“Estamos focando a competição do Mundial de Clubes, por exemplo, para ter não apenas um representante de cada confederação. Porém, mais participantes, pois precisamos estimular o futebol no mundo inteiro”, declarou o presidente da FIFA, Gianni Infantino, no Catar, país onde se realizou a última edição cujo vencedor foi o Chelsea.
O alcaide, ao que parece, possui um estranho fetiche. É da mesma autoria, por exemplo, a ideia já aprovada de aumento, a partir de 2026, do número de integrantes da Copa do Mundo: de 32 para 48 seleções.
Na primeira fase ocorrerá a divisão em 16 grupos de três. As duas melhores de cada chave avançam ao mata-mata. As 32, então, se tornam 16, que se enfrentam nas oitavas de final e assim por diante.
Pela nova composição, a América do Sul passaria de quatro vagas diretas para seis, beneficiando, desse modo, selecionados que costumam suar muito para se classificar, caso, por exemplo, de Uruguai e Paraguai. O pródigo sistema ainda abriria a sétima possibilidade de uma última vaga na repescagem intercontinental, quem sabe, beneficiando as fracas Venezuela ou Bolívia.
Infelizmente o esporte bretão se transformou mesmo em um balcão de negócios e isso não é de agora. Tais situações remetem ao triste período da ditadura brasileira em que o chavão “Onde a Arena vai mal, um time no Nacional” era repetido ironicamente nas ruas. Para quem não sabe, dos 20 times originais do Campeonato Brasileiro de 1971, a cifra alcançou exorbitantes 94, em 1979, em um processo de ampliação incrementado a partir da chegada do Almirante-dirigente Heleno Nunes ao comando da Confederação Brasileira de Desportos (CBD). Afinal, durante o período ditatorial, a ARENA (Aliança Renovadora Nacional), partido governista, tinha no futebol um forte instrumento de promoção e fortalecimento do regime.
Contudo, se há algo de que não se pode acusar o presidente da Fifa, é o de estelionato eleitoral. O suíço-italiano foi eleito com uma promessa de campanha: inchar a Copa do Mundo. Levou menos de um ano para concretizar seu plano. E de quebra, ainda fará o mesmo com o Mundial de Clubes.