Certa feita um cidadão português, em São Paulo, despencou do último andar de um edifício à rua e morreu. Dois compatriotas que trabalhavam com ele no mesmo prédio foram levar a trágica notícia para a viúva.
Com o intuito de não darem um choque violento à pobre senhora, começaram por dizer-lhe que Manuel tinha dado uma de alpinista e que resolveu subir até o último andar pela parte externa da edificação. Quando já se encontrava no telhado, deliberou subir pelo poste da antena de rádio e depois se equilibrar no fio como um artista de circo. Nesse ínterim, veio uma rajada de vento que carregou o paletó do Manuel fazendo-o cair na calçada.
Dona Maria, então, deu uma sonora gargalhada e disse:
– Bem-feito ele ter perdido o paletó para não bancar o palhaço.
Foi aí que um dos amigos retrucou:
– Não te rias, Maria. O Manuel estava dentro do paletó.
Foi mais ou menos dentro do espírito dessa anedota que uns cronistas brasileiros comunicaram certa vez da Europa acerca de um desastre envolvendo um táxi em que estavam Djalma Santos, Zito, Pelé e um jornalista paulista. As primeiras notícias informavam que o repórter havia quebrado a perna. Djalma havia apenas rasgado as calças. Zito esfolara um braço, enquanto Pelé tinha uma pequena escoriação na perna.
Vinte e quatro horas depois os três jogadores não tinham condições de atuar contra a Inglaterra em prélio amistoso. As coisas foram piorando de modo que já se anunciava que o Rei do Futebol tinha que operar o menisco e que Zito estava com um braço na tipóia.
Um saudoso escritor, na ocasião, proclamou que se as coisas continuassem nesse ritmo, dentro de pouco tempo os três jogadores estariam no táxi dentro do paletó abotoado.