Andréa Nakane: A Escrita Madura em Cenas Cariocas

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Diana Guenzburger, 82 anos, carioca, moradora do bairro de Botafogo, é doutora em Física e Química e cientista e foi justamente após se aposentar que ela descobriu uma nova vocação, até então represada: escrever.

Com mais tempo livre, Diana Guenzburger, há uns oito anos, passou a dedicar boa parte de seu cotidiano a escrever ficção, tendo já elaborado três romances de suspense e mistério e dois livros de contos.

“Depois de me aposentar, me dei conta de que gostava muito de escrever. Em particular, queria escrever um romance policial, gênero de meu agrado. Daí, publiquei meu primeiro livro, “Morte no condomínio”, editado pela Sinergia e depois pela Chiado. Este livro recebeu Menção Honrosa no concurso internacional da União Brasileira de Escritores (UBE/RJ) em 2014.” conta Diana Guenzburger.

Os outros títulos dos romances de Diana Guenzburger são Luxo, Segredos, Crime e Leão e Gazela na Cidade Perdida, um suspense que traz também em seu contexto as milícias de comunidades da zona oeste do Rio. Os contos são O fantasma de Paquetá (e outras histórias) e Encontro em Ipanema (e outras histórias).

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E há uma característica curiosa e única em todas as narrativas que Diana Guenzburger elaborou, até então: elas, sem exceção, tem no Rio de Janeiro, o cenário de seus relatos.

“O Rio de Janeiro foi pano de fundo para meus romances e contos por eu acreditar que o escritor de ficção deve escrever sobre o que conhece. Rio de Janeiro, Zona Sul, classe média, é minha zona de conforto para o ambiente de minhas narrativas, por eu ter nascido e morado sempre aqui… Além disso, proporciona uma riqueza muito grande de fatos, personagens e grupos sociais, usados na minha ficção. Ocasionalmente, me aventurei fora desse ambiente, como no romance “Luxo, segredos, crime”, onde há personagens que pertencem à classe mais abastada do Rio de Janeiro.” explica Diana Guenzburger.

Diana Guenzburger busca aprimorar sua escrita, inclusive já frequentou cursos de escrita criativa e Oficinas Literárias e tem como fontes de inspiração a literatura inglesa e americana, com destaque para escritores como Agatha Christie, Patricia Highsmith e P. D.James, que sempre foram alvos de sua apreciação. No Brasil, ela gosta muito de Lucio Cardoso (“Crônica da casa assassinada”), e de novos escritores como Itamar Vieira Junior (“Torto arado”), Charles Kiefer, Rubens Figueiredo (“Passageiro do fim do dia”).

Diana Guenzburger está com suas obras à venda em diversas plataformas de e-commerce, mas faz questão de indicar que fez inúmeras doações a ONGs distribuidoras de livros em comunidades carentes, como a livraria Panorama Romanceiro em Niterói (www.livrariapanorama.com.br) e outras, além de ter doado exemplares para bibliotecas públicas, como a do Estado do Rio de Janeiro na avenida Presidente Vargas e a biblioteca municipal na rua Farani.

Porém, como autora independente, Diana Guenzburger, pondera que ainda falta muitos espaços para a divulgação dos trabalhos literários.

“É muito difícil para uma escritora independente, como eu, conseguir oferecer seus livros para venda nas livrarias físicas. Apesar da cidade do Rio de Janeiro ter várias livrarias dentro e fora de Shoppings, como a Travessa, Leituras, Books, Argumento, etc., se o livro não for publicado por uma grande editora, não se consegue. As livrarias da cidade deveriam dar algum espaço para autores independentes com livros publicados por editoras menores.”, argumenta Diana Guenzburger.

A cidade do Rio de Janeiro, na ótica de Diana Guenzburger, constitui um ambiente riquíssimo para o escritor de ficção, já que vários ambientes e grupos sociais diferentes coexistem.

“A zona sul sempre foi rica em personagens interessantes, dando inspiração a cronistas como Paulo Mendes Campos e Fernando Sabino. Mais recentemente, narrativas ambientadas nas comunidades dos morros vêm revelando grandes escritores novos, como Geovani Martins” complementa Diana Guenzburger.

No momento, ela tem escrito somente contos e pretende organizá-los em uma coletânea para publicação futura, além de planejar a criação de um blog para armazenar suas histórias.

É tão bonito e estimulante conhecer o exemplo da Diana Guenzburger, que ao chegar na idade mais madura, encontrou um novo estímulo para continuar aprendendo, estimulando sua mente e acumulando, ainda mais, emoções em produzir algo bacana, não só para si, mas para tantas outras pessoas que se deparam com suas obras.

É – sem dúvida alguma – uma história que merece ser contada e propagada… quem sabe até mesmo, uma biografia, não é, Diana Guenzburger?

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Andréa Nakane é carioca, apaixonada pela Cidade Maravilhosa, relações públicas, professora universitária, Doutora em Comunicação Social e Mestre em Hospitalidade.Embaixadora do RJ. Vive há 20 anos em Sampa e adora interagir com pessoas singulares que possam gerar memórias afetivas construtivas.
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