Andréa Nakane: Aceleração – Sem Limites – Transformadora de Vidas

A colunista do DIÁRIO DO RIO conta sobre a história da cientista da computação Andréa Gomides

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Andréa Gomides, 54 anos, natural do Rio de Janeiro, moradora de Niterói, é cientista da computação (PUC-RJ), com pós-graduação em Gestão Estratégica de Negócios (FGV/SP) e desenvolveu uma carreira de muito sucesso em grandes empresas de tecnologia, até que em um momento de sua vida decidiu dar uma verdadeira guinada visando dar espaço para sua veia empreendedora focada em um propósito social.

Andréa Gomides, veio de uma família empreendedora. Seu pai cursou apenas o ensino fundamental e começou a trabalhar aos 9 anos de idade como entregador de mercadinhos de bairro. A veia dele empreendedora sempre falou mais alto e lançou vários negócios como cerâmicas, moagem de ostras e outros negócios. Já sua mãe vem de uma família que tinha loja de tecidos em Araruama, na Região dos Lagos. Depois, mesmo sendo dona de casa, vendia de tudo para complementar.

Andréa Gomides investiu em seus estudos e conquistou um emprego em uma multinacional. Trabalhou por 14 anos na HP, depois 5 anos na Microsoft, até que se viu impactada pela realidade social do Brasil.

“Na espera de um voo em São Paulo, em 2006, eu fui à livraria e me deparei com o livro “Saí da Microsoft para mudar o mundo” de John Wood. Após dois rápidos dias de leitura, a história me impressionou e foi fundamental para alavancar uma mudança radical na minha vida. Constatei que minha vida se contrastava com a realidade de muitas outras pessoas, que viviam em cômodos pequenos, com pouca comida, alegria, receptividade, simplicidade…” relembra Andréa Gomides.

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Nesse momento, Andréa Gomides decidiu criar o Instituto Ekloos, no Rio de Janeiro, tornando-se, 16 anos depois, a maior aceleradora social do país, com nobre propósito de combater a desigualdade social. 

“Embora tendo feito um bom plano de negócios antes de começar, de 2007 a 2014 o dinheiro só saía do bolso. Somente em 2014, fechamos nossa primeira grande parceria e a partir daí o Ekloos foi tendo uma estrutura financeira mais estável. Não queria parar por aí. Mesmo sabendo da dificuldade de empreender, ter apenas uma organização sem fins lucrativos, totalmente dependente de doações, não seria fácil. Por isso, desde o começo tínhamos produtos e serviços para serem comercializados. Sem dinheiro para investir, o crescimento teria que ser orgânico. E assim foi. Vendíamos sites, gestão de redes sociais e tudo ligado à comunicação de ONGs, institutos e fundações”, revela Andréa Gomides.

O Instituto Ekloos foi na verdade a primeira instituição a trabalhar com organizações sem fins lucrativos no modelo de aceleradora social, sendo também pioneiro na aceleração dos projetos. Com as ações dos programas e projetos do Ekloos, já foram beneficiadas 4.239.297 pessoas, entre crianças, jovens e adultos. O Instituto acelerou mais de 900 iniciativas de impacto social e capacitou mais de 7 mil empreendedores sociais. Também trabalha com a criação de estratégias ESG, multiplicando o investimento social das empresas e ampliando o impacto.

“O Instituto busca preencher o vácuo que existe entre o investimento do patrocinador e os resultados gerados pelos projetos. Em grande parte dos casos esses resultados ficam abaixo da expectativa e desestimulam o investidor. É aí que entramos com as mentorias e uma metodologia própria que vai capacitar lideranças e empreendedores sociais a ter sucesso em suas iniciativas. Os resultados têm sido muito gratificantes” declara Andrea Gomides.

No Rio de Janeiro, inúmeros projetos são exemplos da grande transformação gerada pelo Instituto Ekloos. São eles Um Mundo e o Sinaliza.

O “Um Mundo” foi fundado por dois jovens empreendedores que se conheceram na faculdade. Estudantes de Engenharia estavam incomodados com o fato de o Brasil ser o quarto maior produtor de lixo plástico do mundo e reciclar apenas 1,28% (a média mundial é de 9%), de acordo com estudo do Fundo Mundial para a Natureza (WWF), 2019. Com isso, surgiu a ideia de transformar plástico reciclado no produto ‘Pla.ca’, que substitui o MDF e outros tipos de compensados e tem diversas utilizações em arte, design e arquitetura. 

Já o Sinaliza foi fundado durante a pandemia por uma jovem inquieta, conhecedora da Língua Brasileira de Sinais, que queria ser voluntária para ajudar jovens surdos a se prepararem para o Enem. Como não encontrou nenhuma organização online que oferecesse preparação para o exame a deficientes auditivos, decidiu criar uma. Somente 7% dos surdos tem ensino superior completo, conforme pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva e a Semana da Acessibilidade Surda em 2022. 

meio do uso de tecnologia, a plataforma Sinaliza tem o objetivo de aumentar o acesso das pessoas surdas ao ensino superior, utilizando a Língua Brasileira de Sinais na produção do conteúdo de forma nativa, não sendo traduzida da Língua Portuguesa. A demanda é grande e o crescimento veio rápido. Pela plataforma Sinaliza, 600 alunos foram impactados em três anos. Há nove meses, foi lançado um aplicativo para ensinar Libras. Os números são muito expressivos: 150 mil acessos e 1,6 milhão de sinais ensinados.

“Como somos uma ONG, precisamos de doações de empresas, a nossa atuação fica limitada aos recursos que conseguimos para desenvolver os programas de apoio às organizações. Com o objetivo de exponencializar o conhecimento que temos, lançamos recentemente a Guia Social, uma plataforma de inteligência artificial que está disponível para empreendedores sociais tirarem dúvidas. Através do site www.guiasocial.org ou pelo WhatsApp (21) 4042-1628, a Kiara, nossa assistente virtual, está disponível 24 horas por dia. Nossa meta é chegar a 10 mil empreendedores sociais por mês recebendo a ajuda da Kiara.”, informa Andréa Gomides.

O trabalho liderado por Andréa Gomides merece toda a admiração e apoio, pois atua na valorização da vida, por meio do desenvolvimento do bem estar coletivo, com mais oportunidades, pensamento inclusivo e consciente.

Quem puder conhecer e colaborar com o Instituto Ekloos irá integrar uma rede colaborativa, que lapida o ser humano, identificando suas verdadeiras vocações, lhes oferecendo meios para usufruir de plena cidadania e assim, balizar a sociedade em um espaço realmente produtivo e feliz, para muitos e não somente para poucos.

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Andréa Nakane é carioca, apaixonada pela Cidade Maravilhosa, relações públicas, professora universitária, Doutora em Comunicação Social e Mestre em Hospitalidade.Embaixadora do RJ. Vive há 20 anos em Sampa e adora interagir com pessoas singulares que possam gerar memórias afetivas construtivas.
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