Mariana Muller, carioca, é moradora do Flamengo, mas tem no Leblon a semente plantada,
que hoje aflorou e está lhe rendendo muitas emoções e até mesmo trabalhos em plena
quarentena cultural.
Foi no bairro conhecido nacionalmente, pela teledramaturgia, que Mariana iniciou sua
trajetória de contadora de histórias, mas precisamente na praça da Selva de Pedra, em 2015, quando constituí o coletivo de mulheres batizado de Mães da Pracinha Brasil, isso inspirado pela chegada de Antonia.
Aliás, sua filha realmente transformou sua vida, já que foi o impulso maior para desligar-se da função de jornalista no impresso O Globo e investir em sua vocação como contadora de
histórias.
A criação do coletivo também a uniu as outras mães do local, que buscavam justamente
organizar atividades culturais com suas crias, tendo sempre a premissa de unir ludicidade,
diversão e ensinamentos. O grupo que era composto na sua fundação, por dez ativas mães, logo, após o primeiro evento, ganhou mais 70 outras mães dispostas a colaborar com a ideia.
O sucesso do coletivo, de boca-a-boca, chegou até a livraria Sabor de Conta, e daí, surgiu, a Mari Faz de Conta.
A proposta do Mari Faz de Conta é justamente por meio da arte milenar de contar histórias
fomentar diversão que une crianças, geralmente de três a dez anos, e seus familiares por meio da difusão da literatura infantil, utilizando-se recursos como figurinos coloridos, bonecos de pano, maquilagem artística e instrumentos musicais, repletos de irreverências.
Com a chegada da pandemia do COVID-19, Mariana viu seu trabalho ganhar outra escala, por meio das plataformas digitais, ampliando seu alcance e permitindo interação além da própria cidade.
Atualmente, presente nos canais do Instagram e no Youtube – @marifazdeconta – a educadora, escritora e encantadora literária promove lives, sempre às 15h, com cerca de 50 minutos, divididos em duas ou três histórias infantis, que podem ser de sua autoria ou de colegas independentes, que não tenham grande projeção comercial junto as livrarias físicas. Os temas das histórias envolvem conteúdos bem atuais, como sustentabilidade e empatia.
Desde março, já recebeu inúmeros convites de escolas para apresentações exclusivas on line e até mesmo foi convidada pela editora Pallas para narrar o livro O Caderno de Rimas do João, do escritor, ator e apresentador, Lázaro Ramos.
Com o isolamento físico, Mariana Muller não deixou sua criatividade de lado e já concluiu o
projeto de mais uma obra literária infantil para seu acervo, a ser lançada em breve, e que
recebeu o nome de O Cão Amarelo e a Esperança, com uma abordagem singela e poética sobre a pandemia do COVID-19 junto ao universo infantil.
Mas o melhor de tudo, segundo Mariana é o carinho que ela tem recebido semanalmente de muitas crianças e famílias e isso tem fortalecido, ainda mais, sua convicção de que não há parceria melhor para a criação e educação dos pequeninos. Boas histórias inspiram, unem pessoas, independente de raça, credo, gênero, sem rotulagens, permitindo que as mesmas deem asas à imaginação, sonhem e busquem realizar o bem para todos, sem distinção.
Que venham muitas novas histórias… todos precisamos, sejamos nós, crianças de 01 a 100 anos. O importante é manter viva a fantasia e a ludicidade inerentes a própria vida humana.