Clarisse Nogueira, 45 anos, advogada, carioca, moradora do Recreio dos Bandeirantes tem como herança familiar o amor pelo samba, herdado de seus pais, João e Ângela Nogueira e, por isso mesmo, atualmente é gestora e produtora do Clube do Samba.
O Clube do Samba, patrimônio imaterial da cultura brasileira, celebra 45 anos em 2024 e sua história se confunde com a própria história mais contemporânea do samba.
Enquanto as estações de rádio e televisão privilegiavam apenas as músicas de discoteca americana, João Nogueira no dia 5 de maio de 1979 criou o Clube do Samba para fortalecer as raízes brasileiras. O movimento sociocultural nasce como um espaço de resistência à “invasão” da música americana no país, de forma humilde, dentro da casa de João Nogueira, no Méier, zona norte do Rio de Janeiro. A atividade principal do Clube do Samba eram as Rodas de samba no quintal da residência, onde se reuniram os maiores compositores e cantores da história do samba. Ao longo da trajetória do clube, artistas como Beth Carvalho, Martinho da Vila, Alcione, Cartola, Elizeth Cardoso, Ivone Lara, Clara Nunes, entre tantos outros que fortaleceram a iniciativa. João Nogueira presidiu o Clube por 21 anos, até seu falecimento em 2000, quando Ângela Nogueira assumiu a presidência e continua até hoje, com o objetivo de perpetuar o samba e formar culturalmente crianças e adolescentes carentes.
Para enaltecer a sua importância e comemorar bodas, a Família Nogueira lança o Clube do Samba 45 anos, um movimento especial que promoverá ações o ano inteiro, como rodas de samba no verão, bloco de carnaval, espetáculo musical, oficinas para crianças e muito mais!
O projeto Clube do Samba 45 anos foi desenvolvido por Clarisse Nogueira, do Clube do Samba, em parceria com Fernando Campos, do Grupo Prismah.
“O nosso objetivo é que o Brasil conheça o que é o Clube do Samba. Muito mais que um movimento, o clube traz entretenimento, cultura e promove ainda um projeto social que atende gratuitamente cerca de 120 crianças no subúrbio do Rio”, explica Clarisse Nogueira.
Entre as atividades comemorativas, o Baile do Clube do Samba terá uma edição especial comandada por seu irmão, Diogo Nogueira e convidados, na quinta, dia 08 de fevereiro de 2024. Já na terça de Carnaval, dia 13 de fevereiro, o Bloco de Carnaval fará seu tradicional desfile na Praia de Copacabana, na Avenida Atlântica. E para fechar o verão, na última semana de março, o Clube do Samba 45 anos promoverá uma edição especial do Festival Clube do Samba de Verão, com diversos convidados para a famosa roda de samba, onde já passaram Fundo de Quintal, Mumuzinho, Criolo, Marcelo D2 e Moacyr Luz.
Para o segundo semestre de 2024, haverá a estreia do musical “Através do Espelho”, que contará toda a trajetória de João Nogueira e o Clube do Samba em um espetáculo único. Diogo Nogueira interpretará seu pai na superprodução. “O maior desafio em interpretar o João Nogueira será transmitir o artista valente e guerreiro que ele era. Eu já tenho alguns dos trejeitos dele, mas fazer no palco será bem diferente”, comenta o cantor. O musical tem direção geral e produção de Fernando Campos e Clarisse Nogueira, enquanto Gustavo Gasparini assina o roteiro e a direção artística.
Ainda nas comemorações dos 45 anos, haverá o lançamento do livro “É Disso Que O Povo Gosta!”; uma exposição no Imperator – Centro Cultural João Nogueira, no Méier (Rio de Janeiro); e oficinas para formar e capacitar jovens talentos, através do Clubinho do Samba, oferecendo inclusão, diversidade, qualidade de vida e cidadania.
Além de uma atenção especial, na formação de novos apreciadores do samba, por meio do um musical infantil, também, no segundo semestre. “Nogueirinha – João Nogueira Para Pequenos” faz parte do consagrado projeto Grandes Músicos Para Pequenos, de Diego Morais e Pedro Henrique Lopes. “Através do Espelho” e “Nogueirinha – João Nogueira Para Pequenos” serão gravados em alta qualidade e posteriormente lançados em praças, cinemas e centros culturais em mais de 100 cidades do Brasil, através do Cine Palco.
“Pra mim o mais que importante, é a possibilidade de contribuir com a cultura brasileira, liderando e dando continuidade no legado deixado pelo meu pai – João Nogueira. Hoje o samba não precisa brigar ou se movimentar para estar em qualquer espaço, mas sim perseverar para que o samba passa de geração em geração. Mostrando que precisamos valorizar e nos apropriar do que realmente é nosso. Eu só sou uma, mas podemos ser muitos pra que o samba e seus grandes personagens permaneçam vivos em nossas vidas.” testemunha Clarisse Nogueira.
Que todo nós, cariocas, que tanto nos identificamos com o samba, possamos fazer coro junto à família Nogueira, para que mais e mais pessoas conheçam suas raízes e histórias, e assim, perpetuarmos esse gênero musical que é a cara do Rio e representa, muito todo Brasil.