Andréa Nakane: O avô de Mariana de Moraes ganha álbum repleto de afetos

A colunista do DIÁRIO DO RIO fala sobre o novo projeto artístico de Mariana, a neta de Vinícius de Moraes

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Foto de Divulgação: Marco Vilas-Boas

Mariana de Moraes, carioca, 54 anos, neta do poetinha Vinicius de Moraes, seguiu a sensibilidade artística do avô e tornou-se cantora e atriz, honrando, também, a herança musical e cênica de outros familiares, já que é, sobrinha de Luíza Barreto Leite (atriz, escritora e diretora teatral) e filha do fotógrafo Pedro de Moraes e da atriz Vera Barreto Leite.

Nessa sexta-feira, dia 27 de outubro, Mariana de Moraes lança, pelo selo SESC, seu mais novo álbum – o quinto disco de carreira – com um repertório dedicado à obra do avô, trazendo 12 faixas com arranjos de João Donato e participação especial de Chico Buarque.

O trabalho intitulado “Vinicius de Mariana”, traz na capa a foto de Mariana criança sentada no colo do avô, e começou a ser gravado em 2021, durante a pandemia de Covid-19. 

Um período difícil, de dor e ao mesmo tempo de esperança e por isso mesmo traz como peculiaridades a reverência da amizade e da justiça, unidas em uma seleção que abraça alguns dos maiores ídolos e parceiros do poetinha: Pixinguinha, Antônio Maria, Chico Buarque, Edu Lobo, Carlos Lyra e Baden Powell.

O repertório do álbum foi escolhido a dedo. Ao lado de Guto Wirtti e Leo Pereda, Mariana pinçou 12 canções do avô que costuram uma rede de ancestralidades. O abre-alas é “Canto do Caboclo da Pedra Preta”, gravada originalmente no clássico Afro-Sambas (1966), de Vinicius e Baden. Os arranjos evocam a herança de Brasis negros que forjaram a dança e a musicalidade do país. “Canto de Xangô”, outra parceria de Vinicius e Baden, chega com a saudação em yorubá de Mariana. Sopros e atabaques formam o terreiro camerístico para o canto de Zé Manoel e Clara Buarque.

A cantora cercou-se de um time de grandes colaboradores. A produção musical é de Mariana de Moraes e Guto Wirtti (também baixista e arranjador). João Donato toca piano e assina os arranjos em cinco faixas. Em destaque, as parcerias com o pianista, cantor e compositor Zé Manoel, bem como o baterista e percussionista Robertinho Silva. O álbum reúne ainda músicos como Carlinhos 7 Cordas, Joana Queiroz, Nina Becker e as participações especiais de Clara Buarque (neta de Chico) e Aurora Alves.  

O single “Maria Moita”, uma parceria de Vinicius e Lyra, foi lançado no dia 19 de outubro, quando o compositor faria 110 anos. A canção – que denuncia a cultura de opressão às mulheres – ganhou nova roupagem e a participação especial de um coro formado por Camila Pitanga, Mart’nália e Jussara Silveira. 

“Essa é uma música emblemática para mim. Tem uma história e um desejo de justiça que retrata esse amor muito grande do Vinicius pelas mulheres, não só as “dele”, mas as mulheres do mundo. Um desejo por um mundo mais justo, onde as mulheres fossem amadas e tratadas e não violentadas, onde a terra fosse amada e tratada e não violentada, onde os trabalhadores não fossem explorados”, diz Mariana de Moraes.

Vinicius de Moraes era apaixonado pelo RIO e por isso mesmo, em diversas obras, fez questão de expressar isso. Ele se foi aos 66 anos, em 1980, mas seu legado continua sendo ovacionado, não só por aqui, mas em todo o mundo.

Que bom que Mariana de Moraes compartilha conosco esse trabalho artístico refinado, repleto de afetos e memórias.

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Andréa Nakane é carioca, apaixonada pela Cidade Maravilhosa, relações públicas, professora universitária, Doutora em Comunicação Social e Mestre em Hospitalidade.Embaixadora do RJ. Vive há 20 anos em Sampa e adora interagir com pessoas singulares que possam gerar memórias afetivas construtivas.

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