Andréa Nakane: Tem Carnaval o Ano Todo, Sim!

Colunista do DIÁRIO DO RIO fala sobre Allan Souza, morador do Estácio, jornalista e desenvolve uma arte que se tornou sua marca registrada: Bonecas Carnavalizadas.

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Allan Souza, 37 anos, natural do Rio de Janeiro, morador do Estácio, é jornalista e tem no Carnaval inspiração para desenvolver uma arte, que se tornou sua marca registrada: Bonecas Carnavalizadas.

A ideia de fazer as bonecas carnavalizadas surgiu durante o período de isolamento na pandemia em 2020, quando Allan Souza ficou mais tempo e casa e se deparou com algumas fantasias de escolas de samba que ele tinha usado em desfiles passados e guardado em casa. Ao invés de se desfazer das fantasias, ele decidiu desmanchá-las e usar os tecidos, pedras e penas para vestir uma boneca com o material reaproveitado.

O resultado ficou tão bonito e interessante que Allan Souza acabou criando umas cinco bonecas, deixando expostas em sua casa, até que eu amigo gostou e resolver encomendar uma com as cores da Mangueira para presentear uma outra amiga que era mangueirense.

A partir daí, surgiram outras encomendas, então, Allan Souza passou a comprar material de Carnaval e a confeccionar as bonecas para os amigos e conhecidos. As bonecas faziam tanto sucesso que ele teve a ideia de realmente vender. Assim que começou a flexibilizar o isolamento e as atividades foram voltando, Allan Souza, então, decidiu confeccionar suas bonecas, nas horas vagas e a vender na Feira do Lavradio, no Centro e, também, na Feira Hippie de Ipanema.

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“A reação das pessoas, principalmente dos turistas ao verem as bonecas é de total encantamento. Muitos turistas levavam as bonecas para presentear pessoas em seus países, como lembrança do Brasil e do Carnaval brasileiro. Algumas bonecas foram para Londres, Paris, Miami, Buenos Aires e diversos lugares do Brasil e do mundo.  Ao todo já fiz mais de 300 bonecas. Atualmente estamos apenas na Feira do Lavradio.”, declara Allan Souza.

As habilidades artesanais de Allan Souza vem de um período no qual ele trabalhou no barracão e ateliê de Escolas de Sambas como aderecista e, também, auxiliar de carnavalesco, onde ele conseguiu vivenciar intensamente, a dinâmica da produção de fantasias e alegorias e foram cruciais nesse nova atividade desenvolvida, que já conquistou uma clientela fiel e que adquiri suas bonecas. O valor das bonecas varia entre 100 e 200 reais, dependendo do tamanho e dos materiais usados. As miniaturas são vendidas a partir de 10 reais cada uma.

“O período que antecede o carnaval é quando as bonecas são mais procuradas, principalmente pelos turistas, mas sempre despertam o interesse o ano todo, pois o Rio é a cidade do Carnaval e os turistas e visitantes ficam felizes ao encontrarem referências do carnaval da cidade, através das bonecas, fora do período carnavalesco.” revela Allan Souza.

Allan Souza, ainda ressalta que muito do material utilizado na confecção das roupas das bonecas é reciclado de fantasias que desfilaram na Marquês de Sapucaí. Ao levar uma boneca ou miniatura, a pessoa está levando também um pedacinho do carnaval, já que aquele material utilizado desfilou em alguma fantasia de alguma Escola de Samba. Sustentabilidade com Memória Afetiva.

Allan Souza tem sua oficina de criação na sede do Comitê pela Vida e faz questão de participar dos projetos sociais liderados pela entidade, como o de bolsas solidárias (@ mbbolsassolidarias), que são elaboradas com materiais reciclados e possibilitam a geração de renda para seus participantes.

Carnaval no RIO vai muito além da passarela, é uma cultura dinâmica que ultrapassa os dias de Momo e transforma a vida de muitas pessoas. O trabalho do Allan Souza confirma isso.

“O Carnaval das Escolas de Samba é uma fonte fervilhante e inesgotável de produção cultural que vai além apenas do desfile. É uma manifestação que sempre abre as portas para a criatividade e a diversidade. Tudo que é bonito, diferente e criativo tem espaço na cultura do carnaval. Quando comecei a confeccionar as bonecas apenas para passar o tempo durante a pandemia, não imaginava que essa arte fosse capaz de despertar tantas emoções nas pessoas, porque é bonito demais ver a reação de alegria delas ao verem as bonecas. É a mesma alegria que está na essência do carnaval. E foi esse feedback positivo, de encantamento e alegria que me motivou a continuar e aprimorar cada vez mais a confecção, me tornando também, um artista do carnaval capaz de despertar sentimentos nas pessoas através arte. Além de ser um folião nato, o carnaval me proporcionou o desenvolvimento de uma arte, uma renda extra, uma satisfação enorme em saber que as bonecas estão em vários lugares do mundo e o prazer de pertencer à cultura nativa da minha cidade.” declara Allan Souza.

Já estamos no meio do ano… logo, logo, o Carnaval chega… mas, até lá, não nos faltam referências que extraiam sorrisos de nossas faces, como o trabalho de Allan Souza.

Quem quiser pode acompanhar suas obras pelas redes sociais @ magya_carnaval/ @ allan_souza2020.

O difícil é escolher a mais bonita… são todas hors concours! Nota Dez! Sem titubear e muito menos atravessar o samba.

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Andréa Nakane é carioca, apaixonada pela Cidade Maravilhosa, relações públicas, professora universitária, Doutora em Comunicação Social e Mestre em Hospitalidade.Embaixadora do RJ. Vive há 20 anos em Sampa e adora interagir com pessoas singulares que possam gerar memórias afetivas construtivas.
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