Bruno Cantisano, 42 anos, carioca, nascido no Grajaú e atualmente morador do Vidigal, é professor de dança e tem feito muito sucesso entre estrangeiros e moradores do Rio após criar um projeto para ensinar ritmos brasileiros para àqueles que não querem fazer feio nas rodas e passarela do samba.
Há 17 anos, Bruno Cantisano, desenvolve sua carreira como dançarino, instrutor, já tendo feito parte de companhia de dança e atuado como coordenador de escola, mas foi em 2011 que ele criou o projeto Samba Class Rio para ensinar o ritmo aos interessados, primeiramente aos estrangeiros e depois aos próprios cariocas.
“Existe no imaginário do brasileiro que os estrangeiros tem muitas dificuldades para sambar, isso por si só já era um desafio. Decidi investir em um método que focasse no aprendizado do samba, para qualquer pessoa. Eu via que isso acontecia em outros locais… A gente vai para a Argentina, faz uma aula de tango e depois pode ir para uma milonga, vai para a Colômbia ou em Cuba, tem uma aula de salsa e depois vai para uma festa de salsa. Eu vi que isso não estava acontecendo no Brasil. E assim o projeto nasceu e vem conquistando uma legião de entusiastas.” relata Bruno Cantisano
As aulas começaram em uma escola de português em Ipanema e depois da pandemia passaram a funcionar também no hostel em Copacabana. Bruno Cantisano conta que a maioria de seus alunos são viajantes que já dançam alguma coisa e estão acostumados a aprender novos ritmos nos países para os quais viajam.
Atualmente as aulas acontecem toda terça-feira no Bar do Deck do Pura Vida Hostel, às 20h, e duram uma hora. O casarão do século XX, que fica aos pés do Cantagalo-Pavão-Pavãozinho, ficou conhecido por reunir estrangeiros e cariocas todas as noites. Os encontros são rápidos, com movimentos mais naturais para que os alunos possam aprender o básico rapidamente.
Logo após as aulas, onde apresenta conceitos iniciais da dança, Bruno Cantisano leva os alunos para conhecerem, de fato, como o carioca se diverte. “Acho que a dança serve como uma ponte cultural. Eles se sentem inseridos dentro de algo que não é feito para turistas, mas que faz parte da realidade dos cariocas que é ir ao samba curtir com amigos, conhecer as letras”, diz ele.
Entre uma cerveja, uma caipirinha ou um drink servido no bar do hostel durante as aulas, os estrangeiros vão perdendo a vergonha de soltar o corpo para “deixar o samba entrar” e parar de ver o ritmo como algo difícil. Há dias em que ele dá lugar para as danças de salão tradicionais do Nordeste.
O foco do projeto não são apenas as aulas, mas a troca de idiomas e os “rolês” culturais. Na realidade, as classes servem como preparação para que os alunos não se sintam deslocados em rodas de samba, onde as pessoas dançam e curtem e os estrangeiros geralmente só assistem.
“Dou aula particular, mas também atuo como personal dancer, que são profissionais contratados para acompanhar alguém em algum evento para dançar. A maioria das minhas aulas propõe essa prática, mais real, mais descontraída e sem dúvida alguma, mais divertida, facilitando, assim, uma maior conexão com o ritmo.” afirma Bruno Cantisano.
“Dentro das danças que eu ensino, o samba no pé é a cara do Rio. É o carro chefe dos ritmos brasileiros. Tenho acompanhado muito o crescimento do funk, eu não ministro essas aulas, mas sempre acabo indicando colegas que são especializados nesse gênero, também muito carioca.” declara Bruno Cantisano.
Quem quiser conhecer um pouco mais o trabalho do Bruno Cantisano e até mesmo já se programar para deixar a vergonha de lado e cair no samba, pode segui-lo nas redes sociais @sambaclassrio
Dorival Caymmi, na letra da música, Samba da minha terra, já no ensinou: “Quem não gosta de samba/Bom sujeito não é/Ou é ruim da cabeça/Ou doente do pé”
O Bruno Cantisano pode atuar na solução da segunda referência… Já a primeira… tem jeito não!!!