Jordão da Silva Garcia, 32 anos, morador de Botafogo, é estudante de Letras e está determinado a aprimorar seu curriculum com um curso de mandarim na própria China, por meio de uma bolsa do programa de intercâmbio do Instituto Confúcio da PUC-RJ.
Para conseguir essa bolsa é necessário um exame de proficiência com uma pontuação que varia de acordo com cada programa. Existem dois tipos de exames, HSK e HSKK , o primeiro é um teste escrito, o segundo é semelhante a uma prova oral. Que variam do HSK 1, 2 , 3 , 4 , 5 e 6 (do mais fácil para o mais difícil), e o HSKK Básico, Intermediário, e Avançado (Níveis 1 , 2 , 3). Por exemplo a bolsa que estou para concorrer é de 1 ano letivo (aproximadamente 11 meses), os requisitos são, uma pontuação de ao menos 270 pontos no HSK 3, e ter passado no HSKK 1 (Para passar tem que fazer 60 pontos de 100).
A partir daí com o certificado é marcada uma entrevista online com 5 professores chineses da provável universidade em questão. É necessário fazer uma pequena apresentação em mandarim (nome, idade, quanto tempo de estudo, etc).
“Cada Instituto Confúcio do Brasil tem uma parceria com uma universidade específica, depende de qual localidade do instituto você fará a prova. A bolsa de 1 ano inclui a hospedagem, alimentação, o curso e material, como não é permitido trabalhar com visto de estudante, o governo chinês paga uma bolsa de 2500 RMB (Ren Min Bi ou Yuan moeda chinesa), o que daria hoje aproximadamente R$1.700,00” conta Jordão da Silva Garcia.
A principal problemática é que não há ajuda no bilhete aéreo e por isso mesmo, Jordão da Silva Garcia teve uma ideia original para conseguir o dinheiro necessário para essa compra. Ele está confeccionando peças de artesanato com o nome das pessoas em mandarim, japonês ou coreano, totalmente personalizados.
“Através de doações obtidas em divulgação em grupos de redes sociais e também, da venda de artigos com caracteres em mandarim/japonês e coreano busco ajuda para os gastos que terei, o maior é a passagem que custa aproximadamente R$ 6.000, mas ainda há alguns outros custos como exames, taxas de vistos e seguro-saúde, acredito que no total preciso juntar uns R$ 8.000 no mínimo para conseguir pagar tudo, e mais algum dinheiro para conseguir viver até receber a primeira ajuda de custo após chegar lá.” informa Jordão da Silva Garcia.
Sua admiração pela cultura oriental remete a sua infância, nos tempos em que seu pai assistia muitos filmes de lutas/artes marciais e acabou por influenciá-lo, despertando seu fascínio sobretudo pelos ideogramas.
“Infelizmente na cidade que morava na época não havia nenhum curso de chinês ou japonês, pelo menos não que eu conhecia, então só fui começar estudar efetivamente mandarim pela internet, achei uma apostila em PDF (Aprenda chinês com 500 palavras). Passei anos lendo essa apostila, pois era um dos poucos materiais que existiam em português de graça na internet na época, em 2010” relata Jordão da Silva Garcia.
O abnegado estudante sabe que tem uma longa jornada de trabalho para conseguir realizar esse sonho de estudar do outro lado do mundo, mas demonstra muita força de vontade e conta com o apoio de muitas pessoas que estão adquirindo seus singelos trabalhos para colaborar com a quantia necessária para a ação. Quem quiser colaborar com esse sonho e ter o seu nome idealizado em mandarim basta entrar em contato com o instagram @wang_heluo.
E ele ainda sonha mais alto, pois pretende em um futuro ainda mais espaçado, se tornar um dos poucos brasileiros que dominam plenamente os três idiomas: chinês, japonês e coreano e depois escrever um livro sobre suas vivências e histórias.
Estudar é algo que nos possibilita enxergar horizontes, antes nunca percebidos e a gente fica na torcida pelo Jordão e por tantos outros que de forma muito tenaz buscam o conhecimento para seu crescimento e, também, em prol da sociedade.
Todo investimento realizado na educação, retorna para todos nós!