Foto: Daniel Antunes
Muitos cariocas estão acostumados a acompanhar a queima de fogos do Réveillon em Copacabana. O espetáculo é assistido a partir das varandas da Avenida Atlântica, nas areias da praia ou mesmo pela tela da televisão, sempre com alegria, energia e goles de espumante. A grande celebração, na maioria dos casos, gera um primeiro dia do ano onde a esperança de tempos melhores dá as mãos à ressaca da festa da noite anterior.
Ocorre que, neste ano de 2016, parece que a ressaca chegou bem mais cedo. Muito mais do que a dor de cabeça causada por uma sidra barata ou a azia gerada pela enorme quantidade de salgadinhos ingeridos, o carioca sofre hoje com a falta de dinheiro no bolso, a insegurança, o desemprego, a situação calamitosa do governo estadual e a incerteza sobre como será a nova gestão municipal.
Quem diria que o Rio de Janeiro chegaria com essa enxaqueca ao final de um ano onde a cidade foi a primeira da América do Sul a receber os Jogos Olímpicos? Quem afirmaria, alguns anos atrás, quando a euforia reinava, que a ressaca chegaria antes mesmo do Natal e que não haveria sal de fruta ou aspirina suficientes para solucionar o problema?
A ressaca é financeira, administrativa e moral. Muitos andam cabisbaixos, com um desânimo e uma descrença que não combinam com o Rio. É verdade que o Brasil inteiro está passando por esse processo, mas no Rio de Janeiro, onde o Réveillon sempre foi mais lindo, a dor de cabeça está latejando mais forte. É daquelas que deixa a pessoa na cama até depois do meio-dia.
Contudo, se a chegada do ano novo representa sempre uma esperança de renovação, cabe a todos nós acreditar e trabalhar por um 2017 melhor. Nos resta aproveitar aquilo que sabemos fazer: Reinventar o cotidiano, levantar a cabeça e dar a volta por cima. Vamos ter fé e colocar um sorriso no rosto, porque daqui a pouco é Carnaval.
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