Quantos escritórios no Brasil têm majestosa vista da baía de Guanabara, se localizam a 5 minutos de um aeroporto, têm estação de VLT e Metrô na porta, acesso quase que exclusivo a um estacionamento subterrâneo com mais de 700 vagas, elevadores inteligentes, acesso controlado, fachada em mármore travertino, gerador de energia e heliponto? Provavelmente apenas aqueles com preços estratosféricos destinados a bilionários e grandes empresas multinacionais, certo? Não neste momento. A crise econômica, aliada ao período em que as empresas, por conta da pandemia, acabaram optando pelo home office, mudou o panorama do mercado de escritórios em todo o mundo. No Rio não poderia ser diferente.
Apesar do retorno da maioria das empresas e órgãos ao trabalho presencial, o movimento na região Central do Rio de Janeiro – que tem 468.000 empregos de carteira assinada, 27% de todos os empregos formais do Rio, sem contar os camelôs ou motoristas de Uber, por exemplo – ainda é estimado por especialistas em cerca de 65% do habitual, antes da pandemia.
A queda do movimento, aliada à construção dos novíssimos e bem sucedidos edifícios da Região Portuária – principalmente os localizados entre a região da Cidade do Samba e a Rio Branco – acabou gerando uma dança das cadeiras, que inicialmente favoreceram os empreendimentos novos, como o Vista Guanabara e o Aqwa, no Porto Maravilha, deixando alguns prédios de alto luxo, tradicionais e bem localizados, com uma vacância que possibilitou a queda do preço de locação de escritórios até mesmo em edifícios premium como os emblemáticos Edifício Serrador, Edifício Mesbla e Candelária 62, todos os três na orla marítima da região central com localização considerada excelente. Cada um dos três icônicos prédios pertence – como é a tendência internacional – a um único dono, o que facilita a uniformidade na negociação e a concessão de benefícios a novos inquilinos, por exemplo.
O curioso é que no esteio do projeto Reviver Centro, as intervenções mais relevantes da Prefeitura no sentido de revitalizar o Centro estão ocorrendo justamente onde estes prédios estão localizados. O chamado ‘quadrante de ouro’, que começa na Cinelândia e vai pela Av. Rio Branco até a Presidente Vargas, é a ‘menininha dos olhos’ do prefeito Eduardo Paes, e todas as secretarias foram intimadas pelo alcaide a investir tudo que têm na região.
“O edifício Serrador e o Mesbla têm a melhor vista da baía e do aterro que é possível ter, com a vantagem de estarem logo na entrada do Centro, em zona mais que nobre, e são edifícios modernos e atualizados. O Serrador foi retrofitado há cerca de 10 anos, e chega a ter gerador para toda a sua operação, e uma entrada pra o maior estacionamento subterrâneo da cidade, em frente à sua portentosa entrada”, disse ao DIÁRIO o diretor de locação comercial da Sergio Castro Imóveis, Lúcio Pinheiro, sobre o prédio que sediou o império X, do empresário Eike Batista, e sobre o edifício que sediou o grande magazine Mesbla, ambos com localização privilegiada.
Outro prédio de ponta que está totalmente vazio é o Candelária 62, prédio modernista que tem o charme dos anos 50, e alinda vista da Igreja da Candelária e da Baía de Guanabara, localizado bem na cara da Orla Conde, e do Boulevard Olímpico. O prédio sediou a Defensoria Pública da União, e pertence ao braço imobiliário do empresário Jorge Paulo Leman, a São Carlos Empreendimentos. Também foi totalmente restaurado e reformado – o famoso retrofit – e é mais um dotado de vista estonteante, além de infraestrutura de primeiro mundo. “O Candelária 62 é um prédio com certificação Qualiverde, piso elevado em todos os andares, e todas as facilidades que um prédio moderno tem a oferecer“, segundo Wilton Alves, responsável pela locação do prédio na imobiliária encarregada de negociá-lo.
O Serrador, por exemplo, está sendo negociado a 55 reais por metro quadrado, metade dos 110 reais que pagava o empresário Eike Batista, que chegou a ocupar o edifício inteiro. Hoje, o prédio pode ser alugado andar por andar. É verdade que um andar lá tem generosos 898m2 e sua locação custaria em torno de 49 mil reais, com a vantagem de ser isento de IPTU. “Porém, o prédio tem infraestrutura e posicionamento mais nobres do que outros que estão sendo locados por 30% a mais“, dispara Lucio Pinheiro. No Candelária 62, tão moderno quanto, qualquer um dos andares de 528m2 sai a 29 mil reais por mês. Outro achado, segundo o corretor, que cita também o Edifício Mesbla, na rua do Passeio, como uma possibilidade excelente. “Os proprietários não querem perder negócio”, diz.
Segundo informações obtidas pelo DIÁRIO, a locação de imóveis comerciais e corporativos no Centro começou a andar. Prédios mais simples, mas muito bem localizados, como o São José 90, de frente para o buraco do lume, tem andares disponíveis para serem alugados por 30 reais por metro quadrado; outro prédio bastante tradicional, o Edifício Edson Passos, que sedia o Clube de Engenharia, na Rio Branco próximo à Sete de Setembro, está pedindo preço promocional: 20 reais por metro. E o prédio conta com um bonito auditório, apesar de ser antigo. A vantagem destes é que contam com salas de tamanhos variados; não é preciso alugar andares inteiros. Recentemente o Centro de Integração Empresa Escola (CIEE), alugou 4.000m2 na rua Teófilo Otoni, para fazer uma nova unidade; meses antes, nada menos que 11.000m2 foram fechados na Presidente Vargas, com a Yduqs.
As locações estão em alta na região; a boutique descolada Public House fechou a locação da imensa loja onde antes funcionava a Starbucks na rua Gonçalves Dias, logo após a Hering pegar a esquina da Ouvidor com a mesma rua. A concessionária Águas do Rio pegou um andar todo no famoso e conceituado – mas já um pouco mais antigo – edifício Linneo de Paula Machado, onde a locadora de impressoras Office Total pegou outro espaço grande. Lá, os andares pertencem a donos diferentes, o que torna mais difícil o trabalho de locação, segundo especialistas. Enquanto isso, na Torre Almirante, na Graça Aranha, 2.100m2 foram alugados por uma empresa de logística. Na rua da Assembléia 11, deve ser inaugurada em maio a nova sede do Sescoop, num prédio de 13 andares. Rumores de que um novo bar e restaurante está alugando uma loja na Rua da Carioca também têm animado o mercado da região, enquanto os outros estabelecimentos já abertos começam a ter filas imensas. Comer no Giuseppe da Sete de Setembro ou na Casa Urich está se tornando um teste de paciência, na hora do almoço.
“A oportunidade de uma empresa se posicionar com um escritório com vista deslumbrante, infraestrutura moderna, colado em todos os meios de transporte e até estacionamento pra automóveis é esta. Com a diminuição da vacância, estes prédios vão voltar a patamares mais próximos do passado. Ainda mais com os preços loucos dos escritórios em Ipanema e Leblon, que atingem já a faixa dos 250 reais por metro quadrado“, dispara Marcus Vinícius Ferreira, corretor de imóveis encarregado do atendimento dos interessados em alugar espaços no edifício Mesbla, uma jóia Art Déco debruçada sobre o Passeio Público e a baía de Guanabara.
Só empresa administrada por dementes vai torrar grana com escritório gigante, manutenção homérica, estacionamento para parte dos funcionários, manutenção do prédio e condomínio, terceirização de segurança e limpeza, tudo isso subindo doidamente de custos por conta da inflação… e por aí vai.
Sem contar a despesa com vale transporte dos funcionários (que já chegam detonados, suados e com péssima produtividade no escritório), plano de saúde caríssimo nas costas da empresa (funcionários assim ficam mais doentes), transito infernal de 1 hora para ir e voltar para ir e voltar com gasolina em 8 reais o litro para quem tem carro (torrando 1/4 do salário em posto de combustível, coisa de quem gosta de queimar dinheiro), e garanto que essa lista apenas cresce se gastar mais 5 minutos pensando nela.
Tudo prejuízo direto e indireto nas costas da empresa e de seus acionistas e colaboradores. Escritório é um dreno imenso de dinheiro que era parcamente tolerado apenas por inércia, pois a tecnologia para trabalho remoto já estava aí faz quase uma década, só faltava um empurrão. Veio o empurrão, o bonde andou.
A vasta maioria dos serviços de escritório podem ser feitos de HOME OFFICE.
Escritório agora é só para aqueles cargos que absolutamente tem de serem presenciais ou por vaidade de chefe incompetente, que como não consegue mostrar serviço por ser redundante na estrutura, e quer fazer presencismo. Acha que “estar presente” é trabalhar e entregar valor, uma tristeza.
Só uma coisa a dizer: VIVA O HOME OFFICE!!!
Concordo com você Mônica, vão embora e deixem o Rio para os que amam o Rio e não para o azarados e negativos de plantão . Não queriam fazer o Rio como São Paulo, onde as empreiteiras tem liberdade de comprar e construir, estão destruindo São Paulo, construindo um prédio pegado ao outro sem espaço e visão, coisa de louco. Uma Selva de pedra se tornou essa cidade. O Rio tem espaço para fazer grandes projetos enquanto que Sampa não tem mais área para construir.
Quanta bobagem em um comentário só. Seu comentário é o sumário da cabeça pequena de quem vive na bolha de plastico de Copacabana e adjacências enquanto 70% da cidade vive em favelas ou bairros do “subúrbio”, tendo de comprar apartamento construído ilegalmente por miliciano se não quiser viver num barraco.
“edifícios premium como os emblemáticos Edifício Serrador, Edifício Mesbla e Candelária 62, todos os três na orla marítima da região central com localização considerada excelente. Cada um dos três icônicos prédios pertence – como é a tendência internacional – a um ÚNICO DONO”
Tem que haver uma revolução urgente!!!
Só vai num país doente que tem tá tá concentração de bens nas mãos de uma mesma pessoa física ou jurídica.
Por isso que importante a reforma tributária. Com impostos progressivos a medida que uma pessoa adquire mais e mais imóveis para viver de RENTISMO, e ainda depois, o negócio, caso de pessoa física, passar de herança.
Inicialmente quem vai decidir onde as pessoas irão trabalhar será o patrão. Por isso que há hoje no linkedin vários se decepcionando: davam de barato que as empresas iriam deixar o home office pra sempre. Não serão todas as empresas e nem mesmo serão todos os empregados nas empresas que deixarem o home office.
Restará a pessoa se demitir. No final, a queda de braço é que vai sedimentar se vai ser escritório ou não.
Ponto é: as empresas poderão pagar mais pra quem estiver sempre presente. E nas promoções, privilegiar quem é sempre visto ao invés daquele que é sempre visto como ícone remoto do Teams.
Com o home office, o escritório morreu.
Não adianta fazer propaganda deste modelo arcaico neste “jornal” mantido por uma imobiliária…
Com o home office,este lugar horrível, deu o último suspiro,esse local é perigoso e feio,como toda a cidade do Rio.
Eu só vejo um descaso enorme da prefeitura em relação ao Centro. Muita sujeira, moradores de rua, os pivetes voltando de forma exponencial e sem qualquer zelo pelas boas. É uma região com potencial enorme para turismo, serviços e comércio. Quem como eu, frequento o Centro, ficamos tristes com as tradicionais cadas comerciais e restaurantes fechando as portas de vez.
Na região entre a primeiro de março e Boulevard, o potencial é absurdo e o abandono maior ainda. Essa região foi extremamente prejudicada na época das olimpíada, já que a prefeitura fez um tapume isolando está área. Puderam os horríveis e caríssimos food trucks e esconderam os restaurantes.
Se não houver uma ação forte e imediata, a tendência e nunca mais se recuperar.
A pandemia mudou o mundo.
Agora os nossos governantes devem reinventar o centro do Rio.
O grande problema é o preço da conta de água comercial. Têm um preço mínimo muito caro, R$ 700,00 inviabilizando os escritórios pequenos comerciais por causa da conta do condomínio. Um absurdo.
Me desculpem, mas home office é vida, já trabalhava antes da pandemia e minha produtividade aumentou drasticamente, não sinto vontade nenhuma em estar em escritório, pode ser luxuoso, de frente a praia e tal, mas 0 vontade. A liberdade geográfica que eu tenho é impressionante, não sei como estão os outros setores mas no setor que trabalho (TI) não tem como você ficar em enfurnado no escritório.
O Centro do Rio de Janeiro, se transformou em residência dos Moradores de Rua e Quintal de malfeitores, covardes, que se aproveitam da fragilidade das pessoas para furtarem seus pertences, conquistados com muito sacrifício. Isso é mais uma razão para afugentarem interessados em alugar alguma coisa. Da mesma maneira que a história nos conta sobre o desbaste do Morro do Castelo para aterrar o centro do Rio, as futuras gerações, conhecerão, como foi o Centro Comercial no Rio de Janeiro nos tempos áureos.
Até de graça está caríssimo!!
Ainda bem que essa gente que so vê o lado negativo está indo embora do Rio de Janeito. Espero que nunca mais voltem. Assim vai diminuir por aqui o número de viciados, favelados, otarios, falidos e de malditos infelizes.
A especulação imobiliária e outras tantas especulações deram de cara com o inesperado. Como naquelas produções futurísticas a la Hollywood, o “novo normal” dita que 2022 seja o Ano 1, e os poderosos terão que se reinventar pra não perderem muito. É isso que está por trás dessa publicidade.
Mesmo com todos os esforços, a realidade é que é cultura do “home office”, teletrabalho, ou como quiserem chamar, veio pra ficar. Se até a Petrobras, maior empresa do Brasil e do Rio de Janeiro, entendeu, de uma vez por todas, que a economia com escritórios gerou caixa mais cheio sem perdas na produtividade, imagina os outros negócios.
O Centro só voltará a ser populado quando esse bando de escritórios se tornarem “Studios” para residência. Preferencialmente, de jovens! Que são os únicos a enfrentar as “adversidades” do Centro com bom humor e disposição. Tem que atrair universidades pra lá e baratear de verdade os espaços. Senão, em 10 anos só ficará o pó.
O Rio é uma cidade excelente para favelados e otários. Esses locais aí, de graça ainda estão caros.
Exemplos positivos são ótimos ainda mais numa época onde a imprensa em geral tem predileção pela má notícia, pois esta vende mais e aumenta o campo de interesse. Mas este aqui não convence.
Só falta dizer que o único dono dos edifícios premium Edifício Serrador, Edifício Mesbla e Candelária 62 sejam o mesmo Banco Opportunity que possui vários outros na região e, contou reportagem de quase uma década, que quando adquiriu os imóveis de uma ordem religiosa aumentou aos que o dobro os alugueis dos inquilinos que então ocupavam os imóveis, entre estes estavam estabelecimentos como Bar Luiz e loja Vesúvio na Rua da Carioca…
Claro que está barato… “economia a gente vê depois”… esse foi o resultado.. quase todos os prédios da São Carlos estão vazios… e muitos outros na mesma situação… agora quem vai querer alugar um prédio no centro pra escritórios sendo que o home office funcionou?!? Acabaram com a especulação imobiliária comercial do Rio kkkkkkkkk… parabéns prefeito! Empresas faliram, saíram do Rio e sou mais um carioca que em breve estarei indo embora como a maioria que produz! Sobrará Carnaval, sujeira, viciados e espaço, muito espaço na cidade…
Mais um mimizento que xinga o “fique em casa”. Como se fosse pra tocar a vida normalmente enquanto a pandemia se espalhava por aí.