As celebrações do “Bicentenário de D. Pedro II”, que transcorrerá em 2025 e 2026, tiveram início na noite da última terça-feira (17), com o tradicional Concerto de Natal da Família Imperial do Brasil. O inesquecível espetáculo teve como palco a belíssima e antiga Catedral da Sé e Capela Real. A Missa Solene e a apresentação da orquestra aconteceram com a Igreja lotada de fiéis e amantes da Monarquia brasileira.
O evento, que reuniu um público emocionado e ciente da grandeza histórica do homenageado, ocorreu sob os auspícios de S.A.I.R. Dom Bertrand de Orleans e Bragança, Chefe da Casa Imperial do Brasil.
Consolidada como uma das mais prestigiadas tradições natalinas no Rio de Janeiro e São Paulo, o Concerto de Natal foi brilhantemente executado pela Banda Sinfônica do Corpo de Fuzileiros Navais do Rio de Janeiro.
Também abrilhantaram a apresentação os corais dos Fuzileiros Navais e das crianças do Programa Forças no Esporte (PROFESP) Música e Cidadania. O espetáculo contou ainda com a participação do grupo de Gaiteiros da Banda Marcial dos Fuzileiros Navais, que emocionou o público ao executar as peças “Terra de Santa Cruz”, composta especialmente para Dona Maria Gabriela de Orleans e Bragança, Princesa Imperial do Brasil, e a imortal “Ode à Alegria”, da 9a. Sinfonia de Ludwig van Beethoven.
O espetáculo teve a regência dos maestros Capitão de Corveta (Fuzileiro Naval), Nerias Oliveira Morel; e do Primeiro-Tenente (Fuzileiro Naval), Irineu Amaro da Rocha Neto.
O repertório apresentado:
Hino Nacional Brasileiro (Francisco Manuel da Silva e Osório Duque Estrada);
Danças Polovtsianas (Aleksandr Borodin);
“Libertas Brasil” (Malcolm Forest), Fantasia sobre o “Hino da Independência do Brasil” de D. Pedro I;
Mater et Magistra (Malcolm Forest);
Terra de Santa Cruz (Malcolm Forest);
Christmas Festival (Leroy Anderson);
Panis Angelicus (Solo: SO Samuel);
Ave Verum (Wolfgang Amadeus Mozart);
Finlândia (Jean Sibelius);
Ode à Alegria (Ludwig van Beethoven);
Noite Feliz (Padre Joseph Mohr e Franz Gruber);
Jesus Alegria dos Homens (Johann Sebastian Bach);
Cisne Branco (Hino da Marinha do Brasil).
O “Concerto de Natal da Família Imperial do Brasil” é uma idealização do Malcolm Forest, que também é curador do tradicional espetáculo. O concerto contou ainda com a execução de três composições de Forest, que, em reverente contrição, afirmou: “Procuramos, com música festiva, elevar corações e almas a Deus no Advento de Nosso Senhor Jesus Cristo, em consonância com o coro de Anjos, daquela maravilhosa primeira noite de Natal, em Belém de Judá”.
A celebração contou com a participação do Vice-Almirante Guilherme da Silva Costa; do Contra-Almirante Gustavo Pereira; do Monsenhor Vicente Ancona Lopez – Vigário Regional da Opus Dei; e do Dr. Cláudio André de Castro, Provedor da Irmandade de Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores.
Marco histórico
A realização do evento também contemplou a importância patrimonial e histórica da Igreja Nossa Senhora do Carmo, antiga Catedral da Sé, que foi a Capela Real Portuguesa e Imperial. No local, transcorreram fatos de importância crucial para o desenrolar da história nacional, como a coroação de Dom João VI, em 1816, e a celebração dos matrimônios da Família Imperial, incluindo o da Princesa Isabel, em 1864.
Coube a Dom João VI a escolha da Igreja como Capela Real Portuguesa, conferindo-lhe a centralidade nos eventos políticos e religiosos da época. No templo, foram recepcionados Dom Pedro I e a sua esposa, Dona Leopoldina da Áustria, em 1817. Na Igreja ainda a sagração dos imperadores brasileiros.