O prédio alto na rua Sacadura Cabral, 103, construído em estilo art déco chama atenção não só por ocupar toda a esquina da rua Tia Ciata mas também por ser o mais chamativo da região da Pedra do Sal, berço da boêmia carioca. A rua Tia Ciata é um dos acessos ao charmoso Morro da Conceição. Com quase 10.000m2, o edifício passou quase 10 anos com uma imensa faixa de vende-se amarela na sua fachada.
O prédio, remanescente da era de Getúlio Vargas, sediou a CEDAE por muitos anos, e depois disso o INEA, Instituto Estadual do Meio Ambiente. Sua fachada meio geométrica com suntuosos Halls de elevadores envidraçados vinha se deteriorando a cada dia, durante o longo período em que esteve à venda, desocupado. O imóvel fica na frente do tradicional restaurante Gracioso, um ícone do bairro da Saúde e, apesar de ter sido ocupado por entidades públicas, era propriedade particular.
O imóvel – que pertenceu ao magnata das comunicações Assis Chateaubriand – foi finalmente vendido, segundo o jornalista Ancelmo Gois. Procurada, a corretora responsável pela venda, a tradicional Sergio Castro Imóveis, disse através de sua assessoria que o negócio foi de fato realizado mas que não está autorizada a revelar comprador ou os valores da transação do prédio, que é considerado de médio porte pelos especialistas do mercado imobiliário. De sua cobertura, dá pra ver a roda gigante, segundo um anúncio de jornal colocado pela imobiliária anos atrás. O prédio era oferecido por 12 milhões de reais.
Segundo informações de uma fonte, o prédio será transformado em apartamentos residenciais por uma incorporadora paulistana. Seriam cerca de 140 apartamentos. O arquiteto Washington Fajardo festejou o novo residencial em seu Instagram, lembrando que será o primeiro retrofit do Porto Maravilha. Todos os demais prédios já lançados na região estão sendo construídos do zero.
O imóvel não está na área do Reviver Centro e integra a região do Porto Maravilha, que tem recebido inúmeros investimentos de construtoras de fora do Rio como a Cury e a Emccamp. Os apartamentos, quando prontos, ficarão pertinho do super concorrido Largo de São Francisco da Prainha, um dos mais promissores points de jovens que adoram a cultura carioca do botequim.
Se deixa abandonado, reclamam. Se revitaliza a região também reclamam. Povo amargo. Que ocorra mais projetos assim na região.
Era a chance de que este lamentável prédio fosse desapropriado e demolido, pois foi feito SOBRE a Pedra do Sal. Além de emparedar o Morro da Conceição, único remanescente residencial do período colonial de construção da nossa cidade.
Morei na rua desse prédio por 11 anos. Boa sorte para quem for morar por lá, pois o bairro é péssimo, de tão degradado e abandonado que é.
Residencial sem varanda, sem area comum e vaga de garagem? Deus me livre
“Cultura carioca do botequim”? É por adágios como esse que vem de vários setores como a administração municipal, passa pelo empresariado e termina com uma classe média que ainda se ilude com a cidade até ficar com uma arma na cabeça e dar graças a Deus, Ogum ou até mesmo o “Zé do chapéu” em perder apenas seus bens e não a vida. A foto disso: População no Brasil com média de crescimento 0,52%, no Estado do RJ 0,40% e a cidade do Rio perda -1,72% (Censo).