Apenas 10% dos edifícios da antiga Avenida Central sobreviveram ao tempo

Dos mais de 100 prédios construídos no início do século XX, apenas 10 continuam de pé

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Dos mais de 100 edifícios que compunham a primeira geração da antiga Avenida Central, pouco mais de 10% chegaram até os dias atuais, revelando um panorama da história arquitetônica e urbanística do Rio de Janeiro ao longo dos séculos. A via, que atualmente ostenta o nome de Avenida Rio Branco, é não apenas uma das principais artérias do Centro da cidade, mas também um verdadeiro símbolo do seu desenvolvimento e evolução.

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Inaugurada em 15 de novembro de 1905 com o nome de Avenida Central, a via tinha como objetivo ser o principal cartão-postal do Brasil, representando a modernidade e o progresso da jovem República. Projetada pelo engenheiro Paulo de Frontin à imagem dos boulevards franceses, a avenida foi concebida como parte do ambicioso projeto urbanístico do então prefeito Pereira Passos. Inspirada em Paris, a capital mundial da ciência e da técnica na época, a Avenida Central foi adornada com 30 prédios em estilo art nouveau, finamente decorados, em seu dia de inauguração. Esses números praticamente triplicaram em apenas cinco anos, com a maioria dos edifícios abrigando lojas de artigos finos e importados, atraindo a elite carioca.

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Avenida Central

No entanto, ao longo das décadas seguintes, a avenida passou por diversas transformações que moldaram sua atual paisagem urbana. A inauguração da Avenida Presidente Vargas em 1944 e a segmentação de seus trechos, aliada às mudanças nos padrões arquitetônicos e urbanísticos, resultaram na substituição de cerca de 20 prédios, incluindo o pomposo Hotel Palace, pela família Guinle, e sua substituição pelo modernista Edifício Marquês do Herval.

A partir dos anos 60 até o início dos anos 2000, a Avenida Rio Branco passou por novas transformações, refletindo os paradigmas arquitetônicos e urbanísticos da época. Porém, mesmo com essas mudanças, apenas uma pequena porcentagem dos edifícios originais da Avenida Central permanece de pé até hoje.

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Entre esses poucos remanescentes, destacam-se o prédio da Biblioteca Nacional, os edifícios do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e do Banco Central, o Museu Nacional de Belas Artes, o Centro Cultural da Justiça Federal, o Prédio da Loja Victor Hugo, o Theatro Municipal e o Clube Naval, entre outros. Essas estruturas não apenas testemunham a história da avenida, mas também desempenham um papel crucial na preservação do patrimônio histórico e cultural do Rio de Janeiro.

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Museu de Belas Artes – Foto: Reprodução
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Prédio do Iphan – Foto: Bruno BSB
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Prédio do Banco Central – Foto: Thiago Diniz

Alguns desses edifícios atualmente estão fechados, enquanto outros foram convertidos em estabelecimentos comerciais. Recentemente, a avenida passou por uma revitalização, se transformando parcialmente um Boulevard, com um trecho de 600 metros fechado definitivamente ao trânsito de veículos. O passeio conta com áreas verdes, bancos, bicicletários e uma iluminação renovada, oferecendo um ambiente agradável para os pedestres desfrutarem.

Apesar das mudanças ao longo dos anos, a Avenida Rio Branco continua a ser uma das artérias mais importantes da cidade, com mais de 500.000 pessoas transitando por ela diariamente. Sua trajetória é uma narrativa viva da evolução e transformação do Rio de Janeiro ao longo do tempo, preservando a memória e a identidade da cidade para as gerações futuras.

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