Apesar da poluição, Baía de Guanabara registra aumento de espécies marinhas

Biólogos do Instituto Mar Urbano têm registrado o fundo da Baía em fotografias e vídeos de alta de resolução desde o início de 2023

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O Instituto Mar Urbano vem documentando o fundo da Baía desde o início de 2023 / Divulgação

As águas da Baía de Guanabara estão fervilhando de vida. E não são somente os golfinhos e as baleias que vem chamando a atenção dos biólogos. Peixes-morcego, peixes-pedra, tartarugas-verdes e cavalos-marinhos são espécies que estão se multiplicando nas águas da Baía. Mas espécies raras, como o polvo-pigmeu e a raia treme-treme, também têm sido vistos e documentados por pesquisadores da vida marinha carioca.

Biólogos do Instituto Mar Urbano têm registrado o fundo da Baía de Guanabara em fotografias e vídeos de alta de resolução em mergulhos semanais desde o início de 2023. A iniciativa, que é pioneira, faz parte do projeto Águas Urbanas.

Ao jornal O DIA, o biólogo e fotógrafo Ricardo Gomes, de 55 anos, afirmou que o trabalho realizado pelo instituto visa promover a educação ambiental da população, mostrando que, mesmo com as agressões, a vida aquática da baía viceja.

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“O objetivo é abrir a janela do fundo do mar. Queremos mostrar para a sociedade que, mesmo em meio à poluição, o meio ambiente resiste. O foco principal é a educação, tornar públicas as riquezas ocultas da Guanabara”, disse Ricardo, que é diretor do Instituto Mar Urbano e mergulha há 40 na Baía de Guanabara.

O crescimento populacional das espécies encontradas é um ato de bravura da vida marinha diante de tantas agressões impostas às águas da Baía de Guanabara, que recebe mais 100 toneladas de lixo diariamente. Segundo o biólogo, isso só é possível graças à “renovação das águas”, que acontece na Baía a cada 12 dias, quando o estuário – que mistura água salgada e doce – faz a renovação de 50%, por meio da troca com águas limpas do Oceano Atlântico, realizada pelo movimento de correntes e marés.

Ao jornal Ricardo Gomes explicou que a degradação da Baía de Guanabara é uma ilustração de como a população se relaciona com o mar e com a vida marinha.

“A Baía de Guanabara é um reflexo do nosso oceano, e a maneira de nos relacionarmos com a bacia hidrográfica reflete a nossa relação com o mar. Mostrar que corais também existem na entrada da Guanabara, pois muitos acham que só tem em Abrolhos, na Bahia, e discutir a perda dos recifes de corais, mas sabendo que existem bancos de octocorais na entrada da Guanabara faz com que tenhamos uma discussão mais efetiva a respeito do meio ambiente. A Organização das Nações Unidas (ONU), com os seus ‘objetivos de desenvolvimento sustentável’ (ODSs), já entendeu que as soluções para os maiores problemas que enfrentamos são do local para o global. Devemos nos entender como cidadão global e manter uma relação saudável com o oceano. Cada gotinha de água conta na resolução de problemas maiores”, ressaltou o pesquisador, acrescentando que “o propósito do Águas Urbanas é abrir uma janela para o fundo do mar, uma janela de comunicação, de admiração, de entendimento, principalmente. De um entendimento que precisamos muito agora. A ONU instituiu a década do oceano. Se pegamos os 17 ODSs, a vida sobre a água é o 14º, que é transversal a todos os outros”.

Em 2017, a ONU declarou a Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável (2021-2030), com o objetivo de conscientizar a população global sobre a importância dos oceanos. Faz parte do movimento, a mobilização de atores públicos, privados e da sociedade civil organizada para o desenvolvimento de ações que promovam a saúde e a sustentabilidade dos mares e oceanos.

As informações e a imagem são do jornal O DIA.

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2 COMENTÁRIOS

  1. Sobre a matéria do aumento das espécies marinhas, na baía de Guamabara, tenho verificado isso pessoalmente. Todos os sábados, eu e minha esposa vamos até a Marina da Glória ver as tartarugas se alimentando de espécies presas às pedras, nas margens da Marina. São dezenas delas!

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