O pós-pandemia tem sido um período de lenta recuperação para a economia global. No Rio de Janeiro, o cenário não tem sido diferente. Segundo a consultoria imobiliária Cushman & Wakefield, o mercado carioca de escritórios de alto padrão começa a sinalizar uma recuperação constante, no que se refere à “absorção líquida” de lajes corporativas do tipo A e A+, de qualidade superior.
A “absorção líquida” representa a diferença entre as áreas alugadas diante dos espaços criados. Somente no mês de agosto, mais de 18,4 mil m² foram absorvidos pelo mercado. Tal movimentação reduziu os danos causados pela pandemia de Covid-19, que provocou um esvaziamento econômico generalizado.
Após viver o momento “bairro fantasma”, no ápice da pandemia, o Centro da cidade volta a exercer o protagonismo, mesmo que lentamente, com aumento da absorção líquida de 36,5 mil m², em 2022.
Apesar dos movimentos de recuperação, o mercado carioca de escritórios segue na luta pelo seu reaquecimento pleno. A taxa de vacância, apesar do recuo apresentado de 33,8% para 32,6%, ainda é considerada elevada por especialistas. No Centro do Rio de Janeiro, ela atinge o patamar de 31%, com o preço médio em queda, sendo o m² disponibilizado a R$ 85,86 – o preço mais baixo já identificado no mercado carioca.
As informações são do jornal O Globo.
O centro do Rio possui todos os elementos para essa vocação comercial, quais sejam: tem boa infraestrutura de transporte, com trem, metrô, ônibus, VLT que se deslocam de, e para todas as regiões da cidade. Tem um aeroporto regional, praticamente no coração do centro, dificílimo de se encontrar em outras cidades. Tem boa infraestrutura de serviços, com quase todas as repartições públicas necessárias para o desempenho de qualquer atividade, sejam elas federais, estaduais e municipais, tem restaurantes para qualquer gosto e preço, mas tem alguns problemas. Eu destaco, inicialmente, a obsolescência da maioria dos prédios comerciais dessa região que já não atendem mais as necessidades da nossa época. São Prédios antigos com carência de infraestrutura de internet, portanto de redes, segurança contra incêndio, instalações elétricas e hidráulicas antigas e toda sorte de exigências que uma locação corporativa exige. Este fenômeno levou a maioria das empresas de médio ou grande porte a buscar prédios em outras regiões da cidade, facilitado pela legislação de uso e ocupação do solo que permite esse tipo de atividade em outros bairros. Uma das soluções para o Centro como núcleo comercial seria um estímulo ao retrofit desses prédios antigos, permitindo a sua modernização e atualização da sua infraestrutura adequada aos dias de hoje, aliado a um estímulo para a sua ocupação. Infelizmente, o problema com a violência tem justificado essa mudança de paradigma, fazendo com que aqueles que decidem sobre a localização de seus negócios preferiam essas regiões fora do centro. Os mais prejudicados são os empregados que as vezes tem que se utilizar de mais de um transporte para se deslocar para a Barra ou mesmo alguns bairros da zona sul.