Apesar dos maus resultados recentes, distância do Flamengo para seus rivais do Rio é cada vez maior

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O futebol carioca, na sua história, foi do céu ao inferno, mas pretende agora com uma gestão mais profissional no Flamengo, recuperar fases de bons desempenhos e conquista de títulos. Apesar disso, a formação de um grande time, não vem se confirmando em campo, e o clube sofre para traduzir em títulos, o enorme investimento que vem fazendo em jogadores a nível de times europeus. Depois de maus resultados em anos recentes, quando perdeu o Brasileiro em duas oportunidades para o Palmeiras, em 2016 e 2018, e a Copa do Brasil 2017 para o Cruzeiro, o time ainda está devendo para a grande nação rubro negra.

Força do Flamengo precisa se traduzir em títulos mais importantes

Com a chegada do técnico português Jorge Jesus, campeão por Benfica e Sporting, a expectativa por um título de primeira grandeza cresceu na Gávea. No Brasileirão, o time não faz feio e continua firme na disputa pelo título, a 5 pontos dos líderes Palmeiras e Santos. Mas com a derrota e desclassificação para o Athlético-PR em pleno Maracanã, a Copa do Brasil já não está mais na mira dos cariocas.

Na Libertadores, o resultado negativo (2 X 0) do jogo de ida contra o Emelec, na quarta feira 24/07, no Equador, definitivamente ligou a luz de alerta na Gávea. Para reverter a situação, a nação rubro negra vai ter que fazer a diferença na próxima quarta 31/07, às 21:30, no maior templo do futebol brasileiro. O Maracanã vai ter que rugir para levar o rubro negro à uma jornada épica e à classificação para as Quartas de Final da competição. Mais de 50.000 ingressos já foram vendidos. Título que o Flamengo não conquista desde 1981, ano em que conquistou a América, frente ao chileno Cobreloa (com dois gols de Zico), e o Mundial em Tóquio, ao golear o Liverpool por 3 a 0 (com dois gols de Nunes e um de Adílio), além do Estadual daquele ano. Uma época de ouro de um super time que jogava por música, um dos maiores de todos os tempos. Zico, Nunes e Adílio, além de Junior, Leandro, Andrade e Tita. Ficou com saudade?

A hora da virada no Flamengo

RIO DE JANEIRO / BRASIL 23.09.2018 Jogo entre Flamengo x Atlético no Maracanã, pelo Brasileirão 2018 - Foto: Bruno Cantini / Atlético
RIO DE JANEIRO / BRASIL 23.09.2018 Jogo entre Flamengo x Atlético no Maracanã, pelo Brasileirão 2018 – Foto: Bruno Cantini / Atlético

A partir de 2012, uma transformação passou a ocorrer na Gávea. Com a gestão profissional do futebol comandada pelo ex-presidente Eduardo Bandeira de Mello, o Flamengo, clube de maior torcida do Brasil, viu seu potencial econômico deslanchar. Com as finanças turbinadas por um plano de sócio torcedor bem administrado, patrocínios, vendas de jogadores e receitas generosas vindas das cotas de TV, o clube da Gávea voltou a ser uma potência em âmbito nacional, deixando os rivais para trás.

Tudo isso fez a distância entre o Flamengo e os seus rivais se tornar gigantesca. Muitos acreditam que o quadro é irreversível, já que hoje o Flamengo trabalha no mercado a ponto de fazer negociações comparáveis a transferências do futebol europeu, sem se endividar. Depois da chegada do lateral direito multicampeão, Rafinha, vindo do Bayern de Munique, a contratação mais recente foi a do jovem atacante Gerson, formado pelo Fluminense e que estava encostado na Roma (ITA). O valor é espantoso – R$ 49,7 milhões. No entanto, se a superioridade flamenguista em relação aos rivais do Rio de Janeiro se traduz em uma hegemonia esportiva, nos âmbitos nacional e internacional o rubro-negro ainda patina.

Futebol carioca: do céu ao inferno

A memória futebolística do Rio de Janeiro é muito viva e forte. Graças a grandes cronistas do esporte, como os saudosos Nelson Rodrigues e João Saldanha e os ainda ativos José Trajano e João Máximo, o romantismo em torno do passado do futebol carioca ainda encanta as novas gerações. Tardes no Maracanã lotado, os personagens históricos do setor popular do estádio, a “geral”, e, sobretudo, a grandeza de quatro clubes, fizeram do Rio de Janeiro a capital do futebol brasileiro durante décadas. Flamengo, Vasco, Fluminense e Botafogo se tornaram conhecidos em todo o planeta.

No início dos anos 90, o também proeminente futebol paulista tomou a dianteira e assumiu o protagonismo das competições nacionais e internacionais entre os times brasileiros. Quem se lembra bem, sabe que o futebol do Rio de Janeiro passou por um período longo de más administrações e de um endividamento perigoso para os quatro clubes da cidade. A cartolagem do futebol carioca se tornou sinônimo de desorganização, tornando assim as vitórias de Flamengo, Vasco, Botafogo e Fluminense, cada vez mais escassas.

A situação financeira dos clubes do Rio ficou profundamente comprometida. Enquanto o Flamengo, time de maior torcida do Brasil, ainda conseguia montar bons times e abocanhar alguns bons resultados nessa época, como Copa do Brasil 2006 e Campeonato Brasileiro 2009, Vasco e Botafogo, endividados, eram os que mais sofriam. Maior rival do Flamengo dentro das quatro linhas e formador de craques como Edmundo, Romário e Roberto Dinamite, campeão da Libertadores em 1998 e Copa do Brasil 2011, o Vasco vem de três rebaixamentos para a segunda divisão nos últimos anos. No Botafogo, a escassez de títulos é ainda maior. A última conquista importante foi o Brasileirão de 1995.

Já o Fluminense, graças ao seu competente trabalho de base, tem sofrido menos ao conquistar Copa do Brasil 2007 e Brasileiros de 2010 e 2012, mas mais recentemente apenas brigando pelas posições intermediárias na tabela do Campeonato Brasileiro.

O romantismo do futebol acabou?

Guayaquil, miércoles 14 de marzo del 2018 (Andes).-En el estadio Capwell en Guayaquil, Emelec enfrenta a Flamengo de Brasil en la segunda fecha del grupo D de la Copa Libertadores. Foto:Andes/César Muñoz
Guayaquil, miércoles 14 de marzo del 2018 (Andes).-En el estadio Capwell en Guayaquil, Emelec enfrenta a Flamengo de Brasil en la segunda fecha del grupo D de la Copa Libertadores. Foto:Andes/César Muñoz

Em décadas passadas, as torcidas nos estádios do Rio de Janeiro, como os antigos São Januário, do Vasco, o estádio da Gávea, do Flamengo, o das Laranjeiras, do Fluminense, o de Moça Bonita, do Bangu e o Estádio da Rua Bariri, do Olaria, além do imperioso Maraca, é claro, transformavam aqueles espaços em pura vibração.

O futebol carioca sempre teve glamour, teve o primeiro estádio, o primeiro time de negros, a grande nação, a elite. Uma época em que os “craques da bola” jogavam de forma mais lenta, com espaço para pensar a jogada e dar espetáculo.

Mas isso tudo passou. Hoje, no futebol moderno, o talento ficou em segundo plano, perdendo para a velocidade e para o preparo físico. E para o dinheiro.

O poder econômico no futebol veio para ficar. Mas é importante que os responsáveis pelo esporte estejam atentos ao que pode acontecer. O mercado não vai salvar o futebol no Brasil. Muito pelo contrário, grandes riquezas concentradas cada vez mais em poucos clubes poderá fazer com que a competitividade que marcou os grandes embates do nosso futebol, seja coisa do passado. E aí, poucos restarão para contar a história.

Por agência de marketing digital e market.

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