Na última segunda-feira (24), a Câmara Municipal do Rio de Janeiro anunciou a possibilidade da cidade sediar uma nova bolsa de valores em 2025. O Projeto de Lei 3276/2024, de autoria conjunta dos Poderes Executivo e Legislativo, propõe a redução do ISS (Imposto Sobre Serviços) de 5% para 2% para esse tipo de atividade. O objetivo é facilitar a instalação do empreendimento, que deve competir com a B3, sediada em São Paulo. A proposta está na pauta de votação, e a expectativa é que seja analisada antes do recesso parlamentar.
O projeto tem apoio de especialistas, empresários e políticos, e promete revitalizar o mercado financeiro. Além disso, a ação visa incentivar investimentos indiretos, gerar empregos e promover um ambiente de crescimento e inovação tecnológica. Conforme dados divulgados pela Secretaria Municipal de Fazenda e Planejamento do Rio de Janeiro, o setor financeiro foi o quarto maior contribuinte de impostos na capital entre 2021 e 2023, representando 9% da arrecadação total, com aproximadamente R$ 1,5 bilhão.
Para o presidente da Câmara, vereador Carlo Caiado (PSD), essa é uma oportunidade grande para o Rio, que tem divulgado investimentos constantes pensando no futuro.
“O Rio caminha para se tornar a cidade do amanhã. O Porto Maravalley e o IMPATech, por exemplo, demonstram como estamos ativamente buscando o protagonismo em diversas áreas no Brasil. Uma nova bolsa de valores para o Rio é mais uma oportunidade para mostrarmos o potencial que a cidade possui”, afirma Carlo Caiado.
Espera-se que competição seja benéfica para o município, tendo em vista a significativa movimentação de recursos na B3. Apenas em capital estrangeiro, foram registrados os maiores saldos líquidos da história em 2022 e 2023, com R$ 100 bilhões e R$ 44,9 bilhões, respectivamente. Adicionalmente, segundo a própria B3, o número de investidores individuais na bolsa brasileira cresceu 80% nos últimos quatro anos, totalizando 19,4 milhões em 2024.
Prefeito Eduardo Paes confirma retorno
Em maio, durante um evento no Fairmont Rio promovido pela Ademi e Sinduscon-Rio, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, afirmou o retorno da cidade ao cenário das Bolsas de Valores.
De acordo com informações, rumores circulavam desde março sobre os planos da Mubadala Capital, do fundo soberano dos Emirados Árabes Unidos, para estabelecer uma nova bolsa no Brasil, a fim de competir com a B3 (antiga Bovespa) em São Paulo. Os planos da Mubadala envolviam fortalecer o desenvolvimento de produtos e ofertas de negociação eletrônica da ATG, além de ampliar a conexão com as principais Bolsas da América Latina e dos Estados Unidos.
A previsão é que a nova bolsa no Rio inicie operações completas no segundo semestre de 2025, incluindo a negociação de ações, derivativos, câmbio e commodities. A bolsa, ainda sem nome definido, seria liderada por Claudio Pracownik, ex-diretor das corretoras Genial Investimentos e Ágora.
