Após uma série de desabamentos no Rio de Janeiro, o prefeito Eduardo Paes (PSD) anunciou, nesta quinta-feira (27/3), um plano para recuperar os casarões abandonados da cidade, um dos maiores problemas urbanos do Rio. A revelação foi feita durante o evento da 1ª edição do GRI Rio 2025. Segundo o prefeito, a Prefeitura irá custear a recuperação dos imóveis, com o objetivo de dar um novo destino a essas construções históricas que fazem parte do cenário carioca.
A proposta busca identificar os principais corredores da cidade, realizar a desapropriação por hasta pública e disponibilizar um valor por metro quadrado para que a iniciativa privada faça a recuperação dos casarões, preferencialmente para habitação. “Com isso, esperamos alcançar a escala necessária para recuperar esses casarões e evitar que eles sigam deteriorando a paisagem urbana, além dos riscos que oferecem à população. Em abril, vamos dar mais detalhes”, afirmou Paes.
O projeto segue o modelo adotado no caso do Gasômetro, para a construção do Estádio do Flamengo. Quem adquirir os imóveis contará com o apoio financeiro da Prefeitura para investir nas obras de recuperação. Para participar, será necessário apresentar um projeto viável para o uso dos imóveis, que deve ser sustentável e economicamente viável.
“Nós vamos lançar, muito em breve, um plano ousado e a prefeitura vai pagar a conta da reconstrução desses imóveis que estão aí caindo, num Centro que não é só do Rio de Janeiro, é um centro histórico do Brasil. Vamos aportar recursos públicos ali. Eu quero comprar um quarteirão inteiro, pagar a obra pra que o setor privado venha”, disse.
Nas redes sociais, o prefeito também comentou sobre as dificuldades enfrentadas para revitalizar a região Central, onde se concentram a maioria dos casarões. “Um dos principais problemas que ainda temos diz respeito as muitas construções históricas existentes na região e que pelos mais variados motivos, ao serem preservadas ou tombadas, acabam abandonadas por seus proprietários e se degradando. No último mês tivemos dois desabamentos acontecendo, inclusive com um deles ocasionando a morte de uma pessoa”, destacou.
Imóveis em situação precária
O gabinete do vereador Pedro Duarte (Novo) realizou uma série de vistorias em imóveis públicos da cidade entre junho de 2021 e outubro de 2023, resultando em quatro relatórios. Durante a inspeção, foram identificados imóveis vazios e subutilizados, especialmente na região do Super Centro, que inclui bairros como São Cristóvão, Benfica, Estácio e Rio Comprido. Nos documentos, foi constatado que 40% dos imóveis públicos dessa região estão em situação precária de uso.
O segundo relatório, com data de setembro de 2021 e abrangendo os bairros Glória, Catete, Flamengo e Laranjeiras, apontou 21 imóveis públicos vazios e 23 sem uso. Além disso, 41 imóveis já não existiam mais, tendo sido demolidos ou transformados em praças.
Já o relatório de julho de 2022, que cobriu São Cristóvão, Benfica e Vasco da Gama, revelou que 36 imóveis estavam vazios e 11 sem serem utilizados. Em 2023, um novo levantamento, com os bairros Estácio e Rio Comprido, constatou 20 imóveis vazios e 51 subutilizados.
Audiência sobre imóveis abandonados no Rio é adiada
Após o desabamento de um casarão histórico na Rua Senador Pompeu, no dia 20 de março, uma audiência pública para discutir a situação dos imóveis abandonados no Centro foi marcada. A sessão, inicialmente prevista para o dia 31 de março, foi adiada para o dia 24 de abril. O adiamento ocorreu após um telefonema do prefeito Eduardo Paes ao vereador Pedro Duarte, presidente da Comissão de Assuntos Urbanos da Câmara Municipal.
Segundo Duarte, Paes se comprometeu a apresentar na audiência sugestões concretas para enfrentar o problema dos imóveis abandonados na cidade. “O prefeito pediu uns dias porque estão em discussão propostas sobre esse tema junto a órgãos do Executivo. A avaliação é que essa audiência será mais produtiva quando tivermos essas sugestões”, explicou o vereador.
Finalmente uma luz no final do túnel proposta pela Prefeitura e a Câmara dos Vereadores! Parabéns!
Acho que ouviram nossas insatisfações e apelos divulgados abertamente nas redes sociais e por matérias de nosso grande colaborador Marconi Andrade