Na manhã desta sexta-feira (06/09), a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap) do Rio de Janeiro transferiu 1.067 detentos entre duas unidades do Complexo Penitenciário de Gericinó, conhecido como Complexo Penitenciário de Bangu, na Zona Oeste da capital fluminense.
A operação de megatransferência foi desencadeada em razão da reforma no Instituto Penal Vicente Piragibe, tradicionalmente destinado a condenados do Comando Vermelho. No início da semana, a Seap descobriu um túnel no local, projetado para uma fuga em massa. Em resposta, os detentos foram transferidos para a Penitenciária Moniz Sodré, e 15 presos foram enviados para um presídio de segurança máxima.
Segundo a Seap, a Penitenciária Moniz Sodré, que recebe os internos, possui uma estrutura que dificulta a fuga. O Instituto Penal Vicente Piragibe será interditado temporariamente para adequações em sua infraestrutura, incluindo a redução do diâmetro das tubulações para prevenir novas tentativas de fuga.
Durante a transferência, alguns presos tentaram sair com celulares. Até as 10h, 79 aparelhos foram apreendidos pelos policiais penais, conforme informações do Jornal G1. Os detentos foram deslocados para o Presídio Muniz Sodré, localizado a cerca de 1 km de distância, dentro do mesmo complexo penal. A operação contou com 250 policiais penais, três ônibus, quatro furgões e 17 carros.
“Trata-se de mais uma ação bem-sucedida da Polícia Penal, que diuturnamente trabalha para garantir a segurança das 51 unidades prisionais do estado e coibir qualquer tipo de ação criminosa. Estamos cumprindo o nosso papel de preservar a ordem e a disciplina no sistema penitenciário fluminense”, afirmou a secretária de Administração Penitenciária Maria Rosa Nebel, em nota à imprensa.
O plano de fuga pelo túnel
A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) descobriu nesta segunda-feira (2) um túnel em escavação no Instituto Penal Vicente Piragibe, localizado no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na zona oeste do Rio de Janeiro.
A descoberta ocorreu após uma suspeita levantada pela Subsecretaria Operacional. O túnel estava sendo escavado próximo ao parlatório dos advogados, onde os detentos conversam com suas defesas por meio de um interfone. Para evitar desmoronamentos, a terra removida era armazenada em sacos. Os presos avançaram até alcançar a tubulação de esgoto, planejando utilizar esse caminho para a fuga. Durante a escavação, foram usadas ferramentas como enxadas e pás, além de instalação de iluminação para facilitar o trabalho.
A unidade prisional é a mesma onde, em 2013, 31 detentos fugiram por um túnel semelhante. Na época, as investigações comprovaram que o buraco foi construído com ferramentas do próprio presídio. Desde então, a Seap instalou grades nas caixas de esgoto. Por isso, mesmo que os presos tivessem conseguido sair do Vicente Piragibe, seria difícil escapar de outras áreas do complexo, de acordo com a pasta.
