Após incêndio, Teresópolis ganha cooperativa de reciclagem operada pelo Instituto de Direito Coletivo

Instituto de Direito Coletivo – IDC será encarregado de formar e preparar os catadores para o trabalho na cooperativa, além de mobilizar a sociedade e ser a interface entre poder público e privado

Advertisement
Receba notícias no WhatsApp

O Instituto de Direito Coletivo – IDC anuncia a criação da cooperativa de reciclagem de lixo para operar em Teresópolis, especificamente em 31 bairros que são atendidos pelo Programa Recicla Terê, da prefeitura do município. Entre os bairros atendidos estão Alto, Centro, Tijuca, Albuquerque e Vargem Grande. A cooperativa surge a partir da desativação do antigo lixão de Teresópolis, que sofreu um incêndio em 2023. O episódio afetou a região serrana com extensa nuvem de fumaça. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) determinou que todas as cidades do país implementassem destinação final ambientalmente adequada ao lixo até agosto de 2024.

O escopo do IDC é mobilizar a sociedade, formar e preparar os catadores para o trabalho na cooperativa, além de levantar demandas e ser a interface entre o poder público e o privado. “Um dos principais componentes do projeto é a formalização do coletivo de catadores que atuavam no lixão, por meio de uma cooperativa integrada ao Sistema de Logística Reversa”, diz Tatiana Bastos, presidente do IDC. “A informalidade é um grande desafio para a garantia dos direitos dos trabalhadores.”

Com a cooperativa o material reciclado passará a ser rastreado e incluído no programa de logística reversa com destinação às indústrias de reciclagem e retorno ao sistema produtivo. A cooperativa possibilitará maior poder de barganha dos recicladores com a indústria e com o poder público. “Por meio desse tipo de organização é possível acumular maior volume de materiais recicláveis e vender de forma direta à indústria. Desta forma, os catadores obtêm melhores preços, por eliminar a figura do intermediário”, diz Tatiana Bastos.
O fortalecimento e funcionamento dos sistemas de coleta seletiva e cooperativas de catadores de materiais recicláveis dependem da contribuição da população, em virtude da separação de materiais recicláveis. Segundo Tatiana Bastos, a sociedade ainda contribui de forma tímida, dificultando a consolidação destas organizações e o trabalho desenvolvido pelos catadores. “Ações de educação ambiental podem promover atitudes que envolvam a população na cooperação com a coleta seletiva e, consequentemente, no trabalho dos catadores. Nesse sentido, o reconhecimento do trabalho dos catadores pode funcionar como instrumento de conscientização da população, fazendo-a se reconhecer como um ator essencial na cadeia de resíduos”, diz.

A coleta acontece de porta em porta e em oito ecopontos espalhados pela cidade que estão em Três Córregos, Santa Rita, Alto, Agriões de Dentro, Vale Paraíso e Golfe e Várzea com dois pontos.

Em 2021 foram reciclados e vendidos no município 126.177 materiais e em 2022 houve um aumento de pouco mais de 15% (145.337), de acordo com dados fornecidos pela secretaria de Meio Ambiente de Teresópolis.

Advertisement
Receba notícias no WhatsApp
entrar grupo whatsapp Após incêndio, Teresópolis ganha cooperativa de reciclagem operada pelo Instituto de Direito Coletivo
Renata Granchi
Renata Granchi é jornalista e publicitária com mestrado em psicologia. Passou pela TV Manchete, TV Globo, Record TV, TV Escola e Jornal do Brasil. Escreveu dois livros didáticos e atualmente é diretora do Diário do Rio. Em paralelo, presta consultoria em comunicação e marketing para empresas do trade.

Comente

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui