Assim como os Beatles, colunista Rosane Ventura visita norte da Índia em busca de transformação

Professora de meditação carioca, ela escreve suas experiências para o Diário do Rio

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Rosane Ventura posa em mural que retrata os Beatles na cidade de Rishikesh, no norte da Índia (Foto: divulgação)

Em fevereiro de 1968, os Beatles fizeram uma viagem que marcou a vida pessoal e profissional deles. E eu tive a oportunidade de ir no mesmo lugar: Rishikesh, no norte da Índia, onde passei alguns dias me inspirando e me transformando, assim como aconteceu com a banda.

Influenciada pelo interesse crescente do guitarrista George Harrison na cultura e nos sons orientais, a banda não só viajou para lá, como se dispôs a ficarem isolados junto ao mestre Maharishi Mahesh Yogi, em seu Ashram, centro de meditação, à beira do Himalaia e do sagrado rio Ganges. O objetivo era aprender meditação transcendental.

Lá eles compuseram quase 50 canções – levantando praticamente todo o repertório do que viria a ser o Álbum Branco – e, apesar do mal estar estomacal que tomou conta de Ringo por conta da dieta indiana, e de terem suspendido suas férias espirituais subitamente, após suspeitas sobre o comportamento financeiro e sexual do Maharishi (sobre as quais, anos mais tarde, Paul e George viriam a público se desculpar), os Beatles para sempre levariam consigo o hábito de meditarem, e a estadia na Índia se tornaria uma boa lembrança de um período um pouco mais leve e alegre, antes do amargo fim da banda.

A Índia realmente muda a vida de quem passa por ali. Ainda mais se já tiver uma sensibilidade para receber tudo que a terra sagrada tem a oferecer, estimular e manifestar.

Assim como os efeitos da meditação já comprovados pela ciência, que não só traz sensações de bem estar, paz e plenitude, mas que também tem o poder de estimular e manifestar grandes feitos quando colocado um propósito claro. A meditação pode e deve ser usada para análise e avaliação das próprias questões a serem resolvidas e desenvolvidas. Através dessa pausa, em um corpo parado e relaxado, nos permitimos observar as próprias oscilações da mente que pode nos trazer muitos Insigths, memórias a serem revisitadas e mensagens a serem decodificadas. Como sempre falo em minhas palestras, meditar não se trata em não pensar em nada, e sim, se permitir observar a própria mente. Na quietude do observar, sem atenção ao externo e sim ao interno, se tem a oportunidade de perceber coisas que jamais se perceberia com tantas distrações externas e até mesmo internas.

A Índia deu origem a essa prática há mais de 5 mil anos e foi o ponto de partida para muitas técnicas se desenvolverem. Uma herança entregue para a humanidade, que em seu despertar está cada dia mais a disseminar essa prática tão sagrada e poderosa. Não é à toa que grandes nomes de sucesso da história tenham e ainda bebam dessa fonte.

Até o próximo mergulho dessa série Índia.

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Rosane Ventura, especialista em saúde mental, Yoga e Mindfulness, é comprometida em promover bem-estar emocional. Referência em terapias holísticas e práticas ancestrais, fornece orientações para enfrentar desafios do dia a dia e lidera retiros espirituais focados em autoconhecimento.

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