Aumenta o número de vítimas de acidentes de trânsito no Rio de Janeiro

De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde, em 2022, 8.377 pessoas sofreram acidentes de trânsito; 80% das ocorrências envolviam motos

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Motoboys rodam na Praça XV, no centro histórico do Rio de Janeiro | Foto: Rafa Pereira - Diário do Rio

Os dois hospitais do Rio de Janeiro que são referência em atendimento de vítimas de acidentes de trânsito, têm registrado aumento na entrada de acidentados, especialmente condutores de motocicletas. De acordo com dados da Secretaria de Estado de Saúde, em 2022, 8.377 pessoas sofreram acidentes de trânsito, sendo que 80% das ocorrências envolviam motos. Em 2023, os registros dos dois primeiros meses também foram altos: 765 acidentes, a maioria deles envolvendo motocicletas (81%).

O Hospital Alberto Torres, em São Gonçalo, que é referência em traumas de média e alta complexidade, registrou um aumento de 45% no atendimento de acidentados de trânsito provenientes de todo o Estado, especialmente da Região Metropolitana. Somente nos quatro primeiros meses de 2023, a unidade atendeu 2.804 pacientes vítimas de acidente de trânsito, contra 1.921 atendimentos, no ano passado. Do total de pessoas atendidas, no período analisado, aproximadamente metade das vítimas eram menores de 18 anos.

O Hospital Estadual Roberto Chabo, em Araruama, cujo atendimento incide sobre nove municípios da Região dos Lagos, recebeu quase 400 vítimas de acidentes de trânsito, de janeiro a abril. O número é mais do que o dobro do registrado em 2022.

Em entrevista à TV Globo, coordenador médico do Centro de Trauma do Alberto Torres, Marcelo Pessoa, afirmou que, em decorrência do grande número de acidentados, o sistema de saúde está sobrecarregado. Ele disse ainda que o custo social para as vítimas é considerável, uma vez que a maioria está em idade produtiva.

“Nós estamos diante de um sistema de saúde sobrecarregado, acabamos de sair da pandemia. A violência no trânsito causa um ônus absurdo para sociedade. Os pacientes acidentados, eles estão na fase mais produtiva da vida. Isso tem um custo social muito importante”, disse Pessoa.

As informações são da Veja Rio e da TV Globo.

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1 COMENTÁRIO

  1. Façamos uma análise fria e racional: há muito mais veículos circulando pelas ruas dos grandes centros urbanos hoje do que no passado. Em primeiro lugar, porque a população das cidades só aumenta. Em segundo lugar, porque quem pode, dá preferência ao carro individual, seja o próprio, um táxi, ou a novidade dos últimos anos: os motoristas de aplicativos. Já que o transporte coletivo é precarizado (apesar de privado) e CARO, a relação custo benefício de usá-lo torna-se desvantajosa.

    Outra inovação dos tempos modernos: os serviços de entrega rápida, normalmente feitos por motoqueiros. Compras online e principalmente entrega rápida de comida são a regra na circulação de mercadorias e serviços entre a população em geral.

    Daí, pergunta-se: se vamos insistir em estimular o uso de carros e na conveniência de entregas a domicílio e se as pessoas estão tão apressadinhas em receberem logo sua comidinha em casa ou no trabalho, não é natural que os acidentes de trânsito só aumentem?

    Alguém pode perguntar: “qual o problema da entrega em domicílio das compras online?” Em primeira análise, o caos no trânsito que este serviço causa. Em vários países, usa-se a própria companhia postal para isso (os Correios deles), ou poucas grandes empresas de entrega (FedEx, UPS, DHL, etc…); ou então a encomenda chega em uma agência postal mais perto da residência do comprador e o indivíduo tem que se deslocar até a agência para retirar a mercadoria. Exceções são tratadas como tal. O que não existe é essa confusão de motos circulando loucamente para cima e para baixo, sempre apressadinhos e altamente mal educados.

    Se permitimos o caos, é porque gostamos dele. Então, não há o que reclamar.

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